null Direito está em todo lugar

Seg, 19 Dezembro 2022 15:22

Direito está em todo lugar

Um vasto leque de atividades extraclasse permite que o estudante de Direito da Unifor vá a campo desde o início do curso e aprenda, com experiências concretas, a usar os conhecimentos adquiridos como ferramentas de justiça e transformação social


São muitos os projetos e ações ofertados pela Unifor para além das paredes da sala de aula e que contribuem para a formação humanística, profissional e acadêmica (Ilustração: Divulgação)
São muitos os projetos e ações ofertados pela Unifor para além das paredes da sala de aula e que contribuem para a formação humanística, profissional e acadêmica (Ilustração: Divulgação)

Abra a porta das salas de aula do bloco K da Universidade de Fortaleza, vinculada à Fundação Edson Queiroz: há um mundo inteiro de possibilidades para mergulhar no Direito. São cursos, visitas técnicas, Escritório de Práticas Jurídicas (EPJ) e inúmeros outros projetos de responsabilidade social e ambiental.

O vasto leque de atividades extraclasse permite ao estudante ir a campo desde o início do curso e, com experiências concretas, aprender a usar os conhecimentos adquiridos como ferramentas de justiça e transformação social. Não dá pra sair incólume deste mergulho.

“Essas experiências oxigenaram meus estudos das matérias tradicionais do curso de Direito à medida que, na prática, a teoria se tornava mais palpável e aplicável em um curto espaço de tempo”, resume Mariana Gomes de Barros Fernandes Távora, aluna do 10° semestre.

Ao assistir palestras nas primeiras semanas da graduação, em 2018, Mariana conta já ter ficado maravilhada com o mundo de possibilidades que a Unifor oferece. Decidiu então que  abraçaria o máximo de oportunidades. E, a cada semestre, se dedicava a uma nova experiência. 

Foi assim que explorou a docência como monitora de Direito Constitucional I e focou na prática jurídica pelos estágios voluntários no Juizado Especial Federal, no Núcleo de Mediação e no Projeto Cidadania Ativa. 

Nem mesmo a pandemia foi empecilho. Durante a crise, ela conseguiu uma bolsa de estudos para cursar o Excelia Digital Summer School e vivenciar um intercâmbio acadêmico internacional. A experiência rendeu laços com professores e colegas de todos os continentes.

“Compreendo que a dedicação às atividades que extrapolam o ambiente da sala de aula é o maior diferencial para o amadurecimento, exigindo compromisso e responsabilidade e auxiliando a consolidar o conhecimento ainda no berço da formação profissional”, reflete Mariana, prestes a iniciar o último semestre do curso. Seus aprendizados e reflexões nesta jornada ela compartilha por meio do Instagram.

“Não é à toa que o evento científico e cultural da Universidade é chamado de Mundo Unifor, pois ele abre portas para novos mundos com as atividades extracurriculares que oferece. O aluno tem a oportunidade de alçar vôos longos, tornando a minha querida Unifor em um hub de conhecimento”Mariana Gomes, estudante de Direito

As vivências que teve ao longo do curso a fazem ser defensora assídua de que os colegas também abracem esse engajamento. Ela lembra com carinho da primeira delas, ainda no primeiro semestre, quando uma professora propôs a organização de uma campanha de arrecadação de objetos para higiene pessoal com o intuito de doar para pessoas em situação de rua. “Foi uma experiência ímpar de doação e de trabalho colaborativo”, recorda.

Atividades para formação técnica e humana

Nota máxima no conceito do Ministério da Educação (MEC), o curso de Direito da Unifor destaca-se nacionalmente por aproximar o corpo discente de experiências reais e essenciais à profissão. 

São muitos os projetos e ações ofertados pela Unifor para além das paredes da sala de aula e que contribuem para a formação humanística, profissional e acadêmica dos alunos. O Projeto Cidadania Ativa, por exemplo, abraça ações que promovem os direitos humanos, em especial, de idosos, crianças, adolescentes, mulheres e meio ambiente.

Segundo a coordenadora do curso de Direito Juliana Mamede, o programa é uma forma inovadora de integrar docentes e discentes no desenvolvimento voluntário de atividades voltadas à conscientização de direitos nas comunidades, além da intervenção direta na execução de projetos especiais e do desenvolvimento de políticas públicas para governos e instituições não-governamentais.

+ Conheça o Projeto Cidadania Ativa da Unifor

Outra oportunidade é a vivência da cultura da solução pacífica de conflitos por meio das sessões de mediação no âmbito do Centro Judiciário de Solução de Conflitos. Além disso, projetos como o Direito na Ordem do Dia e os Cursos de Férias buscam trazer atualizações de temas jurídicos da atualidade e proporcionam o debate de questões cotidianas sob uma perspectiva da área.

Mas não para por aí: as Visitas Técnicas e o Projeto Foco na Carreira são importantes vias para aproximar os discentes dos ambientes profissionais e ajudá-los a conhecer o exercício das diversas carreiras jurídicas. Há ainda o Mapa da Escrita e o Projeto Passo a Passo, que auxiliam os discentes a desenvolverem o raciocínio e a escrita jurídicas.

A cereja do bolo é o Escritório de Prática Jurídica (EPJ), que presta atendimento jurídico gratuito à comunidade e é também campo de estágio para alunos do curso de Direito da Unifor. Lá, eles atuam junto a uma equipe multidisciplinar, composta de analistas jurídicos, psicólogos e assistentes sociais, e são supervisionados pelos professores de excelência da Universidade.

No EPJ, o estudante desenvolve habilidades essenciais para atuar no mercado de trabalho a partir da experiência prática propiciada por meio de convênios firmados com órgãos como o Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJCE), a Defensoria Pública, o Ministério Público e o Procon Assembleia. 

+ Conheça o Escritório de Práticas Jurídicas (EPJ)

“Além do atendimento jurídico presencial voltado à comunidade, os alunos ainda podem participar de projetos, por meio dos quais dispõem da possibilidade de atuarem diretamente em processos que encontram-se tramitando no judiciário estadual, nas áreas cível e penal, no primeiro e segundo graus”, explica Juliana.

Ainda no âmbito dos estágios, é importante lembrar: na Unifor, os discentes dispõem de ambiente virtual para o desenvolvimento das práticas acadêmicas, aproximando-o da realidade do Sistema de Justiça.


“A curricularização da extensão representa um ganho não apenas para o discente, mas para toda a comunidade na medida em que questões sociais de relevo são trazidas para o centro das discussões, proporcionando ao aluno vivências além dos muros da Universidade, que muito contribuirão para a sua formação humanística, técnica e profissional”Juliana Mamede, coordenadora do curso de Direito da Unifor

O estudante protagoniza experiências concretas

A formação cidadã extra muros da Universidade é uma exigência estabelecida pelo Conselho Nacional de Educação. Em 2019, a Unifor publicou internamente a resolução que se refere à inserção de ações de extensão na formação do estudante como componente obrigatório do currículo.

Mas o fato é que, muito antes disso, já existia uma grande gama de atividades de extensão na Universidade, que até hoje as vê como uma excelente oportunidade para o protagonismo estudantil e o desenvolvimento de competências e experiências pessoais que se somam aos aprendizados técnicos e acadêmicos.

“Essas experiências colocam o aluno em contato com contextos futuros de sua atuação profissional (como no caso das visitas técnicas ou dos estágios)”, aponta Cecília Aguiar, professora e membro da Supervisão de Monitoria e Acompanhamento de Aprendizagem do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ) da Unifor.

Segundo ela, essas atividades propiciam um conhecimento que não seria gerado apenas dentro da sala de aula, uma vez que permitem que o estudante conheça e se aproprie de informações que o ajudarão a tomar decisões acerca da carreira que pretende seguir em meio às várias possibilidades que a graduação oferece.

“Por meio das ações de extensão universitária, o aluno vai para campo, tendo a oportunidade de aprender com experiências concretas sobre a diferença que a sua atuação pode provocar em variados espaços da sociedade, usando os conhecimentos construídos como verdadeiras ferramentas de justiça e transformação social”Cecília Aguiar, professora e membro da Supervisão de Monitoria e Acompanhamento de Aprendizagem do CCJ

No curso de Direito da Unifor, os estudantes são inseridos nessas atividades desde o primeiro semestre. Assim, ao longo dos cinco anos de graduação, eles têm a chance de desenvolver um amplo repertório que lhe garante uma formação de excelência profissional, ética e cidadã.

Vivências que ativam a empatia e direcionam a atuação profissional

É o que tem sentido a aluna do segundo semestre, Gabriela Mota. Ela conta que, desde o início do curso, os professores e os próprios colegas a motivaram a participar de atividades de extensão. 

Assim, o primeiro contato com a teoria também contou com ações práticas – que vão desde conversas com pessoas idosas no entorno do campus para saber se elas compreendiam seus direitos garantidos pelos dispositivos legislativos até panfletagem para alertar a sociedade sobre a discriminação desse público. 

Quando entrou no programa Cidadania Ativa, Gabriela também deu aulas, conversou com pais de crianças, fez panfletos e slides para os pequenos da Escola Yolanda Queiroz. “Os projetos de extensão possibilitam conhecimento prático do que aprendemos em sala e, de forma investigativa e humanizada, conseguimos delinear claramente os desafios do acesso ao direito por certos grupos sociais”, conta. “Toda essa experiência ativa sua empatia e motiva o estudo e a atuação acadêmica e profissional.”

“Conseguimos enxergar o peso do nosso papel de preencher essa lacuna de forma humana e compreensiva à pluralidade social. A partir de vários assuntos abordados, o abandono familiar à pessoa idosa, visto nos depoimentos obtidos na extensão, foi um tema que me chamou atenção por sua complexidade e profundidade cultural e política, principalmente política”Gabriela Mota, graduanda em Direito na Unifor

Gabriela diz que todas as vezes que deixou as dependências da Universidade para conversar com as pessoas da vizinha comunidade do Dendê ou mesmo em shoppings, percebeu a desigualdade de acesso à informação, a negligência estatal e o despreparo institucional para abrigar diversas necessidades. Para ela, as atividades extraclasse a permitiram acessar os problemas sociais em vasta dimensão desde o primeiro semestre.

“A Unifor abriu portas para lares de pessoas idosas, sistemas prisionais, hortas comunitárias, visitas à defensoria e à delegacia, trocando nossas lentes programadas do direito conteudista para as do enfrentamento de situações muitas vezes tristes”, conta. Segundo ela, tudo isso só a ajudou a compreender melhor a importância do curso para levar justiça aos mais desassistidos. 

Também é sobre se maravilhar com a pesquisa

As experiências fora da sala de aula proporcionadas pela Unifor também têm sido valiosas para o estudante Luis Guilherme Lemos, do segundo semestre de Direito. Foi caminhando pelos corredores dos blocos K e M que essas oportunidades começaram a lhe chamar atenção, anunciadas em cartazes e panfletos. Daí veio um empurrãozinho dos professores, e ele decidiu abraçar a pesquisa científica e o Grupo de Pesquisa de Direito Civil na Legalidade Constitucional

Luis Guilherme Lemos é graduando do segundo semestre de Direito (Foto: Lukas Sá)

Para ele, foi realizador participar dos momentos iniciais de planejamento, dos diálogos de ideias, da organização das referências teóricas. “Lembro quando conceitos do Direito Civil foram expostos como autonomia existencial e tornou-se norte em minha escrita, exigindo aprofundamento para além do que foi apresentado em sala de aula, uma independência didática”, conta.

O mergulho na área do direito por meio de atividades extraclasse, segundo Luis Guilherme, é potente para colocar o aluno como protagonista e vetor de mudança, tornando-o presente não somente no curso, mas na educação como impulso de habilidades interpessoais, de gestão, como humanização da ciência. 

“A Unifor manter a vitalidade do estudante de Direito na perspectiva científica, como agente orientado por diversos doutores e engajado em debates recorrentes e contemporâneos, torna-se um compromisso de representatividade, de romper paradigmas e demonstrar o valor da ciência no progresso acadêmico”, finaliza.