null Direito Penal e rock´n´roll fascinam o professor Armando da Costa Júnior, do CCJ

Sex, 15 Outubro 2021 15:55

Direito Penal e rock´n´roll fascinam o professor Armando da Costa Júnior, do CCJ

Na entrevista para a série Gente que muda o mundo, o professor e vocalista de banda de rock conta que busca lecionar com “paixão, ética e compromisso”


A música e os esportes fazem parte do cotidiano do advogado criminalista que integra “a maior banda de professores do Bloco K da Unifor” (Foto: Ares Soares)
A música e os esportes fazem parte do cotidiano do advogado criminalista que integra “a maior banda de professores do Bloco K da Unifor” (Foto: Ares Soares)

"Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo"
Paulo Freire

Os Inimputáveis trazem no vocal um advogado criminalista. Seja ao cantar as letras de bandas como Charlie Brown Jr,  participar do Tribunal de Júri ou lecionar, o professor Armando da Costa Júnior atua com intensidade. “Por causa dos meus dois metros, as pessoas costumam me chamar de Armandão. Além de professor, sou advogado criminalista. São duas profissões que exerço com enorme paixão”, conta.
 
As horas vagas de Armando são dedicadas à música, à leitura e aos esportes (futebol e vôlei de praia). “Vou resistir ao Beach Tênis enquanto eu puder”, brinca o professor que está à frente do que denomina “a maior banda de professores do Bloco K da Unifor”. Os roqueiros já se apresentaram em várias aulas da saudade do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ).

O professor é o quinto entrevistado da série Gente que muda o mundo, na qual docentes da Universidade de Fortaleza, da Fundação Edson Queiroz, contam como é o cotidiano de ensinar e aprender. As vivências e as demais atividades fora da sala de aula também ajudam na didática e no fazer da docência. “Ser um advogado criminalista atuante me ajuda muito no exercício do magistério, pois os casos concretos em que atuo servem, de alguma forma, para que eu possa empolgar meus alunos, já que as disciplinas que leciono têm uma forte relação com a realidade”, explica Armando Costa Júnior.

O professor vai participar da programação do Mundo Unifor na próxima quarta-feira, 20 de outubro, como facilitador da oficina Júri Simulado, das 18h às 19h. Na entrevista, descubra como a admiração pelo Direito Penal e pela música se encontram no dia a dia do docente do CCJ.

Inscreva-se aqui para a oficina Júri Simulado (dia 20 de outubro)

Viver pra ser melhor também é um jeito de levar a vida
(verso da canção Senhor do Tempo, da banda Charlie Brown Jr, composição: Heitor Gomes / Chorão)

O que o inspirou a se tornar professor? 
Acho que, assim como acontece com a maioria, a inspiração veio de ex-professores, especialmente da época da faculdade. Aqui na Unifor fui aluno de excelentes e vocacionados professores. Posso citar como exemplo os professores Deusdedith de Sousa (Direito Penal); Evandro Nogueira Lima (Direito de Família), Socorro França (Direito Econômico), Judicael Sudário de Pinho (Direito Constitucional) e, o maior de todos, apesar da pouca altura, Antônio Carlos Fernandes (Direito Empresarial). Esses professores conseguiram muito mais do que simplesmente passar a matéria com excelência. Eles despertaram em mim a vontade de ser igual a eles. Ou seja, de exercer o magistério com paixão, ética e compromisso.

O que mais gosta de fazer no cotidiano fora da sala de aula e como isso se relaciona com o seu trabalho de educador?
Além de professor, sou advogado criminalista. E daqueles que gostam de atuar no Tribunal do Júri. E o júri fascina a maioria dos alunos do curso de Direito. Por mais que o estudante não goste da matéria penal, a maioria se impressiona com o Tribunal do Júri. Aquela ideia de debater fervorosamente sobre um caso concreto é realmente fascinante. E uma de minhas disciplinas, a de Estágio Penal, envolve justamente o Tribunal do Júri. Aliás, todo semestre a coordenação do curso me convoca para fazer júris simulados, o que faço com todo o prazer. Aliás, alguns ex-alunos que participaram desses momentos se tornaram tribunos com certo destaque na cidade de Fortaleza, o que me traz um orgulho besta danado! Eu, lá no meu íntimo, meio que sinto que sou um pouco responsável por isso.

Por favor, conte para a gente sobre uma aula diferente e empolgante para a turma, na qual trouxe um pouco das suas vivências/saberes para abordar o conteúdo de forma inovadora. 
Na verdade, não foi uma aula. O CCJ resolveu fazer um júri simulado com a participação dos professores. Foi escalado um professor para presidir o júri, outro para fazer a acusação e outro para fazer a defesa. Eu fiquei encarregado da defesa. Foi no Teatro Celina Queiroz para todos os alunos do primeiro semestre. O Celina estava lotado nesse dia. Tinha gente em pé. O caso: um agricultor que matou seu desafeto com 43 facadas. Ao final do julgamento, o júri formado por alunos condenou o meu cliente. Embora se tratasse de uma simulação, fiquei indignado (pois é, sou competitivo). Mas tudo bem. Essas coisas acontecem. Bem, o que me chamou atenção mesmo foi que um grupo de alunos, finalizado o evento, foi falar comigo para dizer que estavam enfurecidos com a condenação. Eram uns 15 alunos. A partir dessa conversa, formamos um grupo de estudo que durou uns três semestres para falarmos sobre casos criminais célebres ocorridos no Ceará e no Brasil. Vários desses alunos, posteriormente, participaram de júris simulados com promotores e advogados de defesa dada a paixão que criaram.

O que mais gosta na sua profissão?
Bem, sem dúvida alguma, é o contato com essa galera ávida por aprender, para ter novas experiências, para descobrir o mundo. O melhor de tudo é que, com esse pessoal (talvez eles nem saibam), a gente tanto ensina como aprende. Às vezes, aprende até mais. Olha aí o lema da Unifor! Na maioria das vezes, essas pessoas são mais jovens. Mas, aqui e acolá, a gente se depara com um povo com um pouco mais de idade e, consequentemente, mais experiente. De qualquer forma, eles têm os mesmos desejos dos mais jovens.

Como atuar na educação dialoga com seu desejo de contribuir para um mundo melhor?
Demonstrando que a ética é algo muito importante para o exercício de qualquer profissão. Veja: além de professor, sou advogado criminalista, uma profissão cercada por uma aura não muito legal. Há, infelizmente, um certo sentimento de que o advogado faz de tudo para ganhar uma causa, ainda que esse tudo envolva atitudes pouco éticas. Mas isso não é verdade. Na maioria esmagadora das vezes, apesar desse tal sentimento negativo, o advogado age com profundo respeito à ética. E esse é um dos meus objetivos: mostrar para os meus alunos que tudo pode e deve ser feito com ética, inclusive o exercício da advocacia criminal, por mais grave e difícil que seja a causa em que se atua.

Qual é seu maior sonho em relação ao seu trabalho?
Ser um advogado criminalista atuante me ajuda muito no exercício do magistério, pois os casos concretos em que atuo servem, de alguma forma, para que eu possa empolgar meus alunos, já que as disciplinas que leciono têm uma forte relação com a realidade. Meu maior sonho, portanto, é empolgar ou continuar empolgando meus alunos

Conte-me sobre uma aula inesquecível (pode ser do ponto de vista de professor ou de você como aluno que viria a se tornar professor).
As aulas inesquecíveis, pra mim, foram aquelas em que eu percebi que o aluno despertou para o que realmente quer fazer na vida profissional. Já aconteceu comigo duas vezes. Após o júri simulado que eu estava organizando, os alunos chegaram pra mim e disseram mais ou menos assim (na verdade uma aluna e um aluno, em situações distintas): “Professor, é isso que eu quero fazer na vida. Eu quero ser advogado de júri!” É difícil descrever a minha felicidade. É claro que me senti o máximo. Mas tentei não demonstrar. É feio não ser modesto nessas horas, né?


 

Charlie Brown Jr e Legião Urbana estão entre as bandas que o professor mais admira (Foto: Ares Soares)

Há alguma frase, verso, música ou citação que tem muito significado para você? Qual?
Sou roqueiro. Fascinado pelo rock dos anos 1980. Aliás, nessa época, eu morava em Brasília. Acompanhei de perto a cena musical. Assisti aos primeiros shows de Legião Urbana, Capital Inicial, Plebe Rude etc. Aliás, a Legião Urbana é, até hoje, uma das bandas que mais gosto. Mas também acompanhei as bandas dos anos 2000. A banda que mais gosto é o Charlie Brown Jr. As melodias e as letras escritas pelo Chorão são muito tocantes. Tem uma canção chamada O Senhor do Tempo. Ela é um pouco lentinha e meio que em formato de rap também. No final da música, tem um verso muito massa: “Viver pra ser melhor também é um jeito de levar a vida”. Poxa! Esse verso é muito significativo. Traz a mensagem de que todos devem estar procurando sempre evoluir, mas no sentido de melhorar como ser humano, como parceiro, como profissional etc.

Como se imagina quando não estiver mais dando aulas?
Sinceramente? Ainda não pensei seriamente sobre isso. Sei que esse dia vai chegar, mas, como acho que sou um professor até razoável, tenho a expectativa de que esse dia está muito longe ainda. Uma coisa é certa: sei que vai ser muito chato não estar mais em sala de aula dividindo minhas experiências, ensinando, aprendendo... Na boa? Não quero pensar sobre isso agora não! 

Gente que muda o mundo - diversidade de aprendizados e saberes



 Daniel Camurça, historiador e professor do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ). Urbano, ele adora andar pelas ruas, praças e cidades. É fã de séries e animações da cultura pop. Nas horas vagas gosta de cuidar de plantas e animais de estimação. Veja a entrevista completa e o vídeo aqui.

Daniela Araújo Costa (CCT) é graduada em Engenharia Civil e mestre em Administração de Empresas. Começou na docência ministrando aulas de inglês para crianças e preparando adultos para certificações internacionais como testes da Universidade de Cambridge. Desde 2003 atua no ensino superior. Daniela se considera muito comunicativa e “alto astral”. Ler e ver filmes estão entre os principais passatempos. Leia a entrevista na íntegra e veja o vídeo aqui.



O professor do Centro de Ciências da Comunicação e Gestão da Universidade de Fortaleza, Landsberg Costa, destaca “o poder transformador que a educação tem na vida das pessoas e como os professores podem ter o efeito catalisador dessa transformação”. Ele é o terceiro docente da série de entrevistas Gente que muda o mundo. Graduado em Administração de Empresas, Landsberg vibra ao ver os alunos demonstrando desenvoltura e aprendizado durante momentos do cotidiano, como em uma aula de campo.  Veja toda a entrevista aqui.



Os movimentos ágeis das agulhas de crochê e os procedimentos delicados da Fisioterapia Dermatofuncional são comandados pelas mesmas mãos, as da docente do Centro de Ciências da Saúde, Cristina Santiago. Graduada em Fisioterapia e mestre em Saúde Coletiva, Cristina tem colorido a vida com as linhas utilizadas em trabalhos manuais.  Leia a entrevista na íntegra e assista ao vídeo aqui.



A banda Inimputáveis traz no vocal um advogado criminalista. Seja ao cantar as letras de bandas como Charlie Brown Jr,  participar do Tribunal de Júri ou lecionar, o professor Armando da Costa Júnior atua com intensidade. “Por causa dos meus dois metros, as pessoas costumam me chamar de Armandão. Além de professor, sou advogado criminalista. São duas profissões que exerço com enorme paixão”, conta. Veja a entrevista inteira aqui.



O arquiteto e urbanista Pedro Boaventura dá aulas há quase três décadas. Também gosta de desenhar, fazer maquetes e objetos, cuidar das plantas e dedilhar no teclado. Pedro ama ser ponte para o aprendizado e possibilitar que os alunos caminhem em direção à descoberta de talentos e à consolidação de saberes. Leia mais aqui.



As palavras e as imagens perpassam o fazer da professora Mariana Fontenele, do Centro de Ciências da Comunicação e Gestão (CCG), dentro e fora da sala de aula. Com os alunos das graduações em Jornalismo e em Publicidade e Propaganda, a literatura e o cinema também são inspirações para o processo ensino-aprendizagem. Os livros também são uma “paixão” quando Mariana está fora da Universidade de Fortaleza.  Leia toda a entrevista e veja o vídeo aqui.



O olhar atento para a Saúde e para a Educação requer que acolhimento e empatia acompanhem a técnica. É dessa forma que ser enfermeira e ser professora são linhas que se cruzam na trajetória da docente do Centro de Ciências da Saúde da Universidade de Fortaleza, Lívia Andrade. Além de atuar na graduação de Enfermagem, na orientação na Liga de Estudos sobre Violências e Acidentes e na coordenação da Pós-graduação (Lato Sensu), ela também gosta de atividades físicas e de viajar. A entrevista completa está disponível aqui.