null Professora Lívia Andrade, do CCS, atua para que o aprendizado supere o tecnicismo 

Qua, 20 Outubro 2021 19:19

Professora Lívia Andrade, do CCS, atua para que o aprendizado supere o tecnicismo 

A docente encerra a série Gente que muda o mundo, que trouxe oito perfis de professores de todos os Centros de Ciências da Universidade de Fortaleza


A missão de “cuidar e inspirar vidas” leva Lívia Andrade a buscar se aperfeiçoar constantemente (Foto: Ares Soares)
A missão de “cuidar e inspirar vidas” leva Lívia Andrade a buscar se aperfeiçoar constantemente (Foto: Ares Soares)
"Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo" Paulo Freire

O olhar atento para a Saúde e para a Educação requer que acolhimento e empatia acompanhem a técnica. É dessa forma que ser enfermeira e ser professora são linhas que se cruzam na trajetória da docente do Centro de Ciências da Saúde da Universidade de Fortaleza, Lívia Andrade. Além da atuação na graduação de Enfermagem, na orientação na Liga de Estudos sobre Violências e Acidentes e na coordenação da Pós-graduação (Lato Sensu), Lívia também gosta de atividades físicas e de viajar.
 
Ela se define como uma “mulher determinada, intensa, idealista, resiliente, acolhedora, comunicativa, cheia de fé, que ama a Deus e as pessoas”. Foi com essas características que veio do interior do Ceará para Fortaleza com o objetivo de se graduar em Enfermagem. A professora que é mestre em Saúde Pública conta ainda que aprecia leituras nas áreas de Saúde, Sociologia, Filosofia e de diversos gêneros literários, entre outros. “Quando decidi ser docente, busquei o que fosse necessário para chegar aonde estou”, ressalta.

Lívia Andrade é a professora que encerra a série Gente que muda o mundo, que contou com oito entrevistas de docentes da Universidade de Fortaleza (Unifor), instituição da Fundação Edson Queiroz. O trabalho que começou a ser veiculado no dia 11 de outubro mostra como esses professores se inspiram para o cotidiano de ensinar e aprender diariamente. Daniel Camurça, Daniela Araújo, Landsberg Costa, Cristina SantiagoArmando da Costa JúniorPedro Boaventura, Mariana Fontenele e Lívia Andrade  representam os cerca de 1.300 docentes que contribuem para fazer da Universidade de Fortaleza a melhor universidade privada do Brasil, segundo o ranking Times Higher Education

“Se seus sonhos estão nas nuvens, eles estão no lugar certo, agora construa os alicerces” (autoria desconhecida)

O que a inspirou a se tornar professora? 
Desde a minha infância, a minha segunda casa foi uma escola na qual minha mãe ensinou e coordenou com excelência, muita dedicação e amor durante anos! Depois, ao crescer um pouco mais, a vi se dedicando à formação superior, projetos de extensão e pós-graduação. 
E em todos esses níveis eu a via incentivando e ajudando a realizar sonhos. Já próximo de encerrar esse ciclo profissional, a desenvoltura dela foi específica em nível central, na Secretaria de Educação do Estado do Ceará. Em toda essa trajetória, lutou sempre para enaltecer o papel do mestre na sociedade moderna, envolvendo a participação dos alunos e de suas famílias em diversos cenários.  
Por isso e muito mais, é que ela é minha fonte de inspiração! E o motivo pelo qual eu costumo falar que, mesmo se eu não fosse sua filha, eu seria uma admiradora, uma fã! Por isso, digo que meu berço foi de educação! Sei que tudo isso influenciou diretamente no que me tornei hoje. É como o meu irmão costuma brincar: "A Livinha foi pra área da saúde, mas não teve jeito, a docência tá no sangue!"  Ele, inclusive, já foi meu professor e todas essas impressões estão bem presentes em minha vida também!  Não poderia deixar de mencionar acerca da influência de muitos outros mestres, que foram pilares ativos em minha trajetória pessoal e profissional.
 



Viajar e praticar corrida estão entre os momentos de lazer e cuidado da enfermeira e professora Lívia Andrade (Fotos: acervo pessoal)

O que mais gosta de fazer no cotidiano fora da sala de aula e como isso se relaciona com o seu trabalho de educadora?  
Gosto de buscar ser uma pessoa e uma profissional melhor e inspirar pessoas a também descobrirem e buscarem isso. Por meio da fé, desenvolvo frutos como coragem, resiliência, superação, acolhimento e empatia. Através da minha família, encontro inspiração e determinação. Fora da sala de aula, tanto as atividades que me proporcionam movimento e dedicação, bem como o “ócio criativo” visam e proporcionam inovações para dentro.  As leituras e vivências diversas me permitem observar a evolução cultural e social. A diversidade de contextos me possibilita compreender e auxiliar os discentes na construção do conhecimento sob várias perspectivas, com uma visão sistêmica.  Exemplo disso, foi um projeto desenvolvido intitulado “Universalizando” que visou integrar, conectar e colaborar com os universitários, professores e afins, em um tempo desafiador que foi o distanciamento social devido à pandemia de COVID-19. 
Essa necessidade foi observada a partir da experiência exitosa com alunos do último ano, seguida de convite de outros professores e da coordenação do Curso de Enfermagem, para atuar junto a outros módulos, recebendo feedbacks positivos. 
Diante desse contexto, percebi que isso poderia impactar a vida de mais pessoas e ganhou uma projeção maior com lives no Instagram, a fim de que não ficasse algo restrito e alcançasse mais pessoas que quisessem ser edificadas através do que seria partilhado.  
Portanto, foram abordados temas voltados para essa vivência acadêmica e desafios que envolviam as dimensões física, mental, espiritual, social e ambiental. Tais como: superando obstáculos, sonhando em tempos de crise, vivendo com propósito, fortalecendo a fé através da oração, os desafios da escolha profissional, lidando com os medos durante a crise, gestão do tempo e qualidade de vida, partilhando a missão: tempo de agir, aprendendo a recomeçar e caminhando para um novo tempo. 
 
Por favor, conte para a gente sobre uma aula diferente e empolgante para a turma, na qual trouxe um pouco das suas vivências/ saberes para abordar o conteúdo de forma inovadora. 
Dentre as muitas aulas em formato de piquenique realizadas no próprio Campus, destaco uma que foi realizada no zoológico durante o módulo de Saúde Coletiva III. Foram abordadas desde as doenças emergentes reemergentes, tais como tuberculose, hanseníase, arboviroses e desperta reflexões sobre a saúde única na integração homem-animal-ecossistema, considerando-os indissociáveis e interdependentes. O módulo desperta uma visão ampliada da assistência em saúde para o indivíduo, família e coletividade. Diante dessa e de outras competências exigidas, abordamos também a importância da saúde mental, não apenas dos pacientes, mas também a dos profissionais e dos cuidadores. Com isso, além do conteúdo durante o momento interativo, foram desenvolvidas atividades voltadas para a promoção da saúde mental dos alunos. 
Dentre as ações empolgantes e diferenciadas, ocorreram ainda a aula “Neon vibes” no período próximo ao Carnaval e o “Arraiá da Coletiva III” no período junino, momentos em que os alunos participam caracterizados e o conteúdo é abordado também com paródias, danças e brincadeiras alusivas ao período. Na Páscoa, ocorre o “Amigo doce fit”, pois o módulo abrange ainda a Diabetes Mellitus. Na véspera das avaliações, ocorrem ações com estratégias de relaxamento, utilizando também aromaterapia e musicoterapia.
 
O que mais gosta na sua profissão? 
De ajudar pessoas, principalmente contribuir na realização dos seus sonhos.  

Como atuar na educação dialoga com seu desejo de contribuir para um mundo melhor?  
Enxergando que a educação através do investimento em pessoas possibilita a transformação de realidades. Essa atuação torna possível proporcionar experiências únicas aos meus alunos, fazendo com que o aprendizado supere o tecnicismo e a ciência, agregando a responsabilidade social, a arte, a interação, o acolhimento, a diversidade, a empatia e, apesar da era tecnológica, manter esses e outros tantos princípios de humanização e desenvolvimento de soft skills (habilidades interpessoais), que contribuem para uma formação diferenciada e preocupada em fazer do mundo um lugar cada vez melhor!
 
Qual é seu maior sonho em relação ao seu trabalho?  
Que eu possa continuar me qualificando para contribuir, ao nível máximo possível, com o desenvolvimento e a formação das pessoas nos cenários nos quais estou inserida, alcançando e vivendo o meu propósito.

Conte-me sobre uma aula inesquecível (pode ser do ponto de vista de professor ou de você como aluno que viria a se tornar professor). 
Foi em um acompanhamento de estágio prático através do qual percebi que poderia trabalhar a competência atitudinal de empatia na saúde do idoso com os meus alunos.
Um paciente referiu que tinha o sonho de ir à praia e tornar uma água de coco quando finalizasse um tratamento oncológico em curso. Diante disso, foi conversado com a equipe que o assistia e com o vizinho que fazia o papel de tutor (pois o idoso morava sozinho e a família vivia em outro Estado) para obtermos uma autorização. Então, ao final do módulo, idealizamos uma intervenção e o levamos para uma praia próxima com acompanhamento para que ele tivesse esse sonho realizado antes do esperado. Mais do que um paciente envolto pela sistematização da assistência de Enfermagem, ficamos todos muito felizes em conhecer essa história e participar desse momento. Pois não existe nada mais gratificante do que ver as pessoas realizando os seus sonhos!
A grande lição que ficou é que às vezes, o que pode ser tão simples pra nós pode ser o sonho de alguém que luta pela vida! Apesar de nem sempre conseguirmos ajudar a todo mundo, já estaremos fazendo algo grandioso se impactarmos de alguma forma no mundo de alguém!
 
Que professor, autor, personalidade o inspira? Por quê?  
Jesus. Pela sua capacidade de amar e ajudar ao próximo.  Pelo exemplo de liderança que identificava e despertava a vocação de pessoas. Como mestre na arte do ensino, pelas diversas metodologias aplicadas em seus discursos e sua capacidade de comunicação de acordo com o público-alvo. E em competências atitudinais como acolhimento, empatia, prestatividade, promovendo inclusão e pertencimento.  
  
Há alguma frase, verso, música ou citação que tem muito significado para você? Qual?  
“Se seus sonhos estão nas nuvens, eles estão no lugar certo, agora construa os alicerces” (autoria desconhecida). Essa frase foi dita na cerimônia da minha colação de grau e reflete diversos outros momentos, o idealismo, a coragem e a perseverança que norteiam a minha trajetória.
 
Como se imagina quando não estiver mais dando aulas?
Percebo que ser educadora, bem como a essência do cuidado como enfermeira, mãe, envolve atributos que não se resumem apenas ao que exerço ou às minhas funções, mas características minhas que são intrínsecas. Portanto, acredito que continuarei colaborando, ainda que de maneira informal e pessoal, com a formação e o desenvolvimento multidimensional de pessoas, especialmente através de ações que já desenvolvo nas horas vagas. Acompanhando os frutos de uma geração transformadora. Além de dedicar mais tempo aos hobbies atuais e futuros.

Gente que muda o mundo - diversidade de aprendizados e saberes



 Daniel Camurça, historiador e professor do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ). Urbano, ele adora andar pelas ruas, praças e cidades. É fã de séries e animações da cultura pop. Nas horas vagas gosta de cuidar de plantas e animais de estimação. Veja a entrevista completa e o vídeo aqui.

Daniela Araújo Costa (CCT) é graduada em Engenharia Civil e mestre em Administração de Empresas. Começou na docência ministrando aulas de inglês para crianças e preparando adultos para certificações internacionais como testes da Universidade de Cambridge. Desde 2003 atua no ensino superior. Daniela se considera muito comunicativa e “alto astral”. Ler e ver filmes estão entre os principais passatempos. Leia a entrevista na íntegra e veja o vídeo aqui.



O professor do Centro de Ciências da Comunicação e Gestão da Universidade de Fortaleza, Landsberg Costa, destaca “o poder transformador que a educação tem na vida das pessoas e como os professores podem ter o efeito catalisador dessa transformação”. Ele é o terceiro docente da série de entrevistas Gente que muda o mundo. Graduado em Administração de Empresas, Landsberg vibra ao ver os alunos demonstrando desenvoltura e aprendizado durante momentos do cotidiano, como em uma aula de campo.  Veja toda a entrevista aqui.



Os movimentos ágeis das agulhas de crochê e os procedimentos delicados da Fisioterapia Dermatofuncional são comandados pelas mesmas mãos, as da docente do Centro de Ciências da Saúde, Cristina Santiago. Graduada em Fisioterapia e mestre em Saúde Coletiva, Cristina tem colorido a vida com as linhas utilizadas em trabalhos manuais.  Leia a entrevista na íntegra e assista ao vídeo aqui.



A banda Inimputáveis traz no vocal um advogado criminalista. Seja ao cantar as letras de bandas como Charlie Brown Jr,  participar do Tribunal de Júri ou lecionar, o professor Armando da Costa Júnior atua com intensidade. “Por causa dos meus dois metros, as pessoas costumam me chamar de Armandão. Além de professor, sou advogado criminalista. São duas profissões que exerço com enorme paixão”, conta. Veja a entrevista inteira aqui.



O arquiteto e urbanista Pedro Boaventura dá aulas há quase três décadas. Também gosta de desenhar, fazer maquetes e objetos, cuidar das plantas e dedilhar no teclado. Pedro ama ser ponte para o aprendizado e possibilitar que os alunos caminhem em direção à descoberta de talentos e à consolidação de saberes. Leia mais aqui.



As palavras e as imagens perpassam o fazer da professora Mariana Fontenele, do Centro de Ciências da Comunicação e Gestão (CCG), dentro e fora da sala de aula. Com os alunos das graduações em Jornalismo e em Publicidade e Propaganda, a literatura e o cinema também são inspirações para o processo ensino-aprendizagem. Os livros também são uma “paixão” quando Mariana está fora da Universidade de Fortaleza.  Leia toda a entrevista e veja o vídeo aqui.



O olhar atento para a Saúde e para a Educação requer que acolhimento e empatia acompanhem a técnica. É dessa forma que ser enfermeira e ser professora são linhas que se cruzam na trajetória da docente do Centro de Ciências da Saúde da Universidade de Fortaleza, Lívia Andrade. Além de atuar na graduação de Enfermagem, na orientação na Liga de Estudos sobre Violências e Acidentes e na coordenação da Pós-graduação (Lato Sensu), ela também gosta de atividades físicas e de viajar. A entrevista completa está disponível aqui.