null Medicina: conheça as novos rumos da profissão

Seg, 10 Setembro 2018 15:43

Medicina: conheça as novos rumos da profissão

Avanços tecnológicos criam novas áreas de atuação para os médicos. Saúde global emerge como tendência em todo o mundo, aliando saúde pública e globalização.


Coordenadora do curso de Medicina, Sílvia Melo. Foto: Ares Soares
Coordenadora do curso de Medicina, Sílvia Melo. Foto: Ares Soares

Em um curso de Medicina, os alunos são preparados para exercer uma profissão complexa, com muitas opções de atuação no campo clínico e nas várias especialidades e espaços de prática (hospitais, ambulatórios e consultórios), seja na pesquisa, na saúde pública ou na gestão. Dessa forma, a função que o médico ocupa na sociedade está ligada a reforçar a ideia de que a saúde não é apenas a ausência de doenças, mas sim um estado de bem-estar em que a pessoa se encontra em plenas condições físicas, psicológicas, emocionais e até mesmo sociais.

Na graduação em Medicina da Universidade de Fortaleza (Unifor), avaliada com nota máxima (5) pelo Ministério da Educação (MEC), são estruturados todos os recursos para propiciar aos alunos o pleno seguimento da carreira profissional. Para isso, conta com uma estrutura arrojada de laboratórios, biblioteca, centros de saúde, recursos de tecnologia da informação, aliada ao corpo docente com formação acadêmica e experiência clínica de alto nível.

Todo esse leque de estímulos permite que os futuros médicos desenvolvam sólido domínio dos conhecimentos necessários para a compreensão dos processos relacionados à prática médica, com ênfase na ética e no interesse permanente pelo aprendizado, possibilitado através da participação em Ligas Acadêmicas das mais diversas especialidades e estágio supervisionado no Núcleo de Atenção Médica Integrada (Nami), com atendimento à população.

Confira a entrevista com a professora Sílvia Melo, coordenadora do curso de Medicina da Unifor.

Unifor: Como está o mercado de trabalho para o profissional de Medicina? Está crescente, em expansão, em alta? Por quê?

Sílvia Melo: Apesar do aumento do número de egressos graduados em Medicina, o mercado de trabalho ainda não está saturado, uma vez a concentração de médicos na região Sudeste e nas capitais do Brasil, aponta para a necessidade desses profissionais nas demais regiões e cidades do interior. O estudo Demografia Médica no Brasil (CFM, 2018) evidenciou que, dos 451.177 médicos com registro ativo no Conselho de Medicina em 2017, 244.304 atuam nos quatro estados do Sudeste. Além disso, a Medicina é uma profissão em constante expansão, dado que o mercado sofre influência direta das inovações tecnológicas e da contínua produção do conhecimento.

Unifor: Quais são as áreas de atuação em que há mais contratações de recém-formados? E para quem já tem experiência? Por quê?

Sílvia Melo: os egressos do curso de Medicina são médicos generalistas. Cerca de 80% dos recém-formados desejam cursar uma pós-graduação na modalidade residência médica, o que lhes confere uma especialidade médica. Os médicos que não ingressam na Residência Médica, são absorvidos, principalmente, pelas Unidades de Pronto Atendimento (UPA), Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e Unidades de Atenção Primária à Saúde (UAPS). Após anos de experiência, dois em cada três médicos exerce uma especialidade médica e atuam na rede privada e pública de assistência à saúde.  Existe mercado para todas as áreas de atuação da Medicina, não estando nenhuma delas saturada.

Unifor: Onde estão as melhores oportunidades? Por quê?

Sílvia Melo: a maior oferta de vagas com boa remuneração estão nas regiões mais afastadas dos grandes centros, onde a carência de médico é maior.

Unifor: Quais são as tendências e perspectivas futuras para essa profissão?

Sílvia Melo: boa parte das tendências para a profissão médica envolve os avanços tecnológicos. Além do surgimento de novas áreas de atuação, há reformulação de áreas já consagradas. O mercado está no momento de integrar novas tecnologias a fim de diagnosticar diagnósticos mais precisos e abordagens progressivamente menos invasivas. Os avanços na tecnologia de informação apontam a telemedicina como outra tendência na saúde. No âmbito da saúde pública, a saúde global emerge como tendência em todo o Mundo, aliando os conceitos de saúde pública, globalização e internacionalização a fim de garantir que ninguém ou nenhuma coletividade seja privada do acesso à saúde baseada nas melhores evidências.

Unifor: Surgiram novas áreas de atuação?

Sílvia Melo: as áreas de atuação na Medicina são diversas e sofrem influência direta dos avanços tecnológicos. Exemplos recentes de novas áreas são a cirurgia robótica, a radiologia intervencionista e a neurorradiologia. Além disso, na medida da expansão das práticas integrativas em saúde, surgem novas oportunidades em áreas como a homeopatia, acupuntura e afins. Alguns médicos optam pela carreira acadêmica como docentes e pesquisadores.

Unifor: No caso do curso, há novidades no currículo? Tem trabalho de conclusão de curso e estágios obrigatórios? Se sim, como funcionam esses estágios?

Sílvia Melo: o curso de Medicina da Unifor é inovador desde a sua concepção. O aprendizado centrado no aluno e baseado na resolução de problemas está de acordo com as práticas mais modernas na educação médica. Além disso, essa estrutura demanda do curso um processo contínuo de revisão dos problemas a serem trabalhados, de modo que o egresso esteja apto à assistir à comunidade em suas principais demandas. Além disso, desenvolve-se a capacidade de analisar criticamente as evidências em saúde. Considerando que o conhecimento em Medicina está em constante processo de ampliação, essa é uma habilidade necessária para a educação continuada do profissional médico, evitando a desatualização. O curso de Medicina tem duração de 6 anos, e os últimos 2 anos são cursados em estágios em unidades de saúde, designado Internato Médico. O currículo do curso de Medicina da UNIFOR traz como um dos seus diferenciais em relação ao treinamento supervisionado, múltiplos cenários de prática que conferem ao egresso a vivência da profissão em diferentes níveis de atenção.