null Psicologia: expansão contínua na promoção da saúde

Sex, 21 Setembro 2018 17:37

Psicologia: expansão contínua na promoção da saúde

Com alta procura, carreira na área de Psicologia insere profissionais nas novas demandas do mundo contemporâneo. Confira.


Professora Karla Carneiro, coordenadora do curso. Foto: Ares Soares.
Professora Karla Carneiro, coordenadora do curso. Foto: Ares Soares.

 A consolidação da Psicologia no Brasil é atravessada pela identidade de constituição do nosso povo, considerando que, desde o início da nossa história, busca-se o entendimento dos fenômenos individuais e coletivos. No entanto, só foi reconhecida como ciência e profissão há 56 anos. 

De acordo com Conselho Federal de Psicologia (CFP), atualmente existem no Brasil, em média, 320 mil psicólogos, sendo maioria dos profissionais estão concentrados na região Sudeste. No Ceará temos aproximadamente 7.800 psicólogos, 80% são mulheres. 

Uma pesquisa feita pelo CFP em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostrou que mais de 40% dos psicólogos do Brasil são autônomos, menos de ¼ trabalham com carteira assinada, 20% são funcionários públicos e quase 6% são empregadores. A mesma pesquisa também mostrou que 50% tem carga horária de 40 horas semanais, que aproximadamente 25% tinha 20h semanais e outros 25% tinha até 30h. 

A Psicologia está entre as carreiras que registram a maior alta de remuneração nos últimos anos. O dado é reforçado por uma pesquisa recente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que incluiu os psicólogos no rol dos profissionais com as maiores elevações salariais no mesmo período. 

Melhor curso privado do Norte e Nordeste segundo o Ranking Universitário da Folha de São Paulo (RUF), o bacharelado em Psicologia da Universidade de Fortaleza (Unifor), por exemplo, criado há 34 anos, está entre os mais procurados, segundo dados levantados na Feira das Profissões Unifor 2017, com aproximadamente 10.000 alunos do Ensino Médio interessados em ingressar. Hoje, a graduação possui foco nas áreas de Processos Clínicos e Intervenções em Saúde, Processos de Gestão e Saúde do Trabalhador e Processos Educativos e Sociais.

Confira a seguir algumas tendências da profissão de acordo com a coordenadora do curso de Psicologia da Unifor, professora Karla Carneiro

Mercado em alta 

“É uma profissão que está bastante em alta e em constante expansão, considerando a busca crescente das pessoas por promoção da saúde e qualidade de vida nas mais diversas áreas da vida. Acrescentamos que diante do contexto social, econômico, financeiro, político e tecnológico, em que as relações virtuais estão sendo privilegiadas, um cenário de violência assombra na população, a corrupção, a precarização do trabalho, o aumento de diagnósticos de novas síndromes, entre outras evidências do mundo contemporâneo vem gerando um quadro de adoecimento nos indivíduos e aumentando a demanda pelos serviços e práticas psicológicas”, destaca Karla. 

Novo perfil profissional 

Segundo a coordenadora, novas demandas surgiram na profissão, assim, o psicólogo deve construir um perfil mais adaptativo, como o incentivado na matriz curricular da Unifor, por exemplo. “O curso de de Psicologia da Unifor visa formar um psicólogo generalista, pluralista, competente e ético. Esse perfil fomenta o conhecimento do fenômeno psicológico que contemple a multiplicidade de enfoques teóricos e metodológicos que caracteriza a Psicologia, permitindo ao profissional egresso desenvolver suas atividades profissionais nos mais diversos campos de trabalho da área. O profissional de psicologia será capaz de atuar de forma preventiva e terapêutica, articulando a atuação profissional pautada em princípios éticos e de cidadania com a produção do conhecimento. Sua formação permitirá o desenvolvimento de um senso crítico que propicie uma reflexão constante entre o conhecimento teórico e a prática profissional”, afirma. 

Múltiplas áreas de atuação 

As novas especialidades em Psicologia inserem os profissionais recém-formados no contato com funções mais amplas na atualidade. De acordo com Karla Carneiro, “a atuação do psicólogo vai além dos subsistemas de gestão de pessoas, abrangendo os aspectos do comportamento organizacional e saúde do trabalhador, através da elaboração e facilitação de programas e atividades diagnósticas, terapêuticas, educacionais, sociais e institucionais. Nos Processos Educativos e Sociais, a Psicologia contribui com um olhar voltado para a constituição dos sujeitos envolvidos em um contexto de ensino e aprendizagem, haja vista a educação ser um processo complexo que deve ser pensado como formador e transformador da sociedade. Dessa forma, os campos de estágio estão voltados para a definição do lugar do psicólogo”, ressalta. 

Perspectivas para o futuro da profissão 

Segundo a professora Karla Carneiro, entre as principais tendências futuras e novas áreas de atuação da Psicologia, estão: 

Neuropsicologia - “Trata-se de uma área do conhecimento que integra as Neurociências”.

Psicologia Jurídica - “Área em franca expansão, nesse âmbito os psicólogos podem desenvolver atividades de avaliação psicológico\psicodiagnóstico, elaboração de documentos, avaliação de desempenho e o acompanhamento psicológico prestado aos magistrados, servidores dentro das instituições judiciárias, mediação de conflitos, formulação de políticas públicas, elaboração e acompanhamento de intervenções sócio-educativas, entre várias outras possibilidades de atuação”.

Psicologia do Esporte - “Dedica-se ao  estudo das causas e efeitos psíquicos que o atleta apresenta antes, durante e após a atividade esportiva”.

Serviços Psicológicos Virtuais - “Amplia as alternativas de oferta de serviços em Psicologia e possibilita que o psicólogo realize procedimentos psicológicos por meio de tecnologias da informação e comunicação, devem ser utilizados com muito cuidado e ética, conforme orientações do conselho de psicologia”.

Reorientação profissional e preparação para aposentadoria - “Com a ampliação do leque de profissões e tendências nas mais diversas áreas, as pessoas vêm se questionando sobre sua identidade profissional, podendo ser gerador de sofrimento no trabalho, bem como pensar na ocupação almejada na pós aposentadoria”.