Dia da Literatura Cearense: 110 anos de Rachel de Queiroz
“D. Bárbara!
Você é a Nossa Senhora da minha raça!
Parece que ouço de sua boca santas palavras de ternura e de
energia:
'- Vá, meu filho! Vá lutar por sua terra!'”
Rachel de Queiroz, em Mandacaru.
O trecho acima, escrito por Rachel de Queiroz, foi publicado
após sua morte, e mostra o engajamento da escritora com o Modernismo,
movimento cultural que balançava as estruturas do Brasil no começo do
século passado. Assim eram os escritores cearenses, sempre atentos e
participativos às novidades culturais nacionais. Temos uma tradição
literária que permitiu que tivéssemos a primeira Academia de Letras no país.
O primeiro romance de ficção também saiu daqui e foi escrito por uma mulher: A rainha do ignoto, por Emília Freitas. José de Alencar, com sua Iracema, nos apresenta a gênese do povo brasileiro: o “romance” do homem branco com uma nativa. Adolfo Caminha, com A Normalista, mostra uma Fortaleza cheia de hipocrisia social. Natércia Campos, com sua Casa, nos permite ver as memórias a partir da perspectiva do imóvel. Patativa do Assaré, mesmo tendo tido acesso à alfabetização aos 12 anos, por alguns meses, se tornou referência com sua poética regionalista e popular.
É essa tradição literária que, muito acertadamente, ganhou um dia
para ser homenageada. 17 de novembro. Dia da Literatura Cearense. Dia
do nascimento daquela que tão bem soube nos apresentar e que amava sua
terra. Rachel de Queiroz.
Conheça mais sobre a Coleção Rachel de Queiroz
da Universidade de Fortaleza aqui.
Referência
QUEIROZ, Rachel de. Mandacaru. São Paulo:
Instituto Moreira Salles, 2010.
Setor de Pesquisa e Treinamento