null Doe de Coração realiza live sobre bancos de tecidos

Seg, 13 Setembro 2021 10:47

Doe de Coração realiza live sobre bancos de tecidos

Esta será a segunda live da programação de ações do Movimento Doe de Coração 2021. Participarão especialistas que atuam nos serviços de bancos de tecidos do Ceará


Após transplante de córnea realizado há dois anos, o cientista econômico Bento Ribeiro, 51 anos, é um dos pacientes que teve a chance de voltar a enxergar (Foto: Lucas Plutarcho)
Após transplante de córnea realizado há dois anos, o cientista econômico Bento Ribeiro, 51 anos, é um dos pacientes que teve a chance de voltar a enxergar (Foto: Lucas Plutarcho)

O Movimento Doe de Coração 2021, da Universidade de Fortaleza (Unifor), instituição da Fundação Edson Queiroz, reúne especialistas para uma live sobre o tema “Bancos de tecidos do Ceará: realidade e desafios”. A iniciativa dá continuidade às ações de sensibilização à doação de órgãos e tecidos realizada ao longo deste mês de setembro.

O encontro virtual será às 19 horas e terá a participação da diretora do Banco de Olhos do Ceará, a oftalmologista Marineuza Memória; o diretor do Banco de Olhos do Hospital Geral de Fortaleza (HGF), Sisley Viana, e o diretor do Banco de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário do Hemoce, o hematologista Fernando Barroso. A transmissão ao vivo ocorre nas redes sociais da Unifor e TV Unifor (181 NET), com mediação da coordenadora da Doe de Coração 2021, a nefrologista Janaína Ramalho.

Transplante de córnea

Desde dezembro de 2016, o Ceará é considerado “fila zero” para espera de transplantes de córnea. Atualmente, o Estado conta com três bancos de olhos: dois em Fortaleza e um em Sobral.  Conforme dados da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), nos últimos dois anos, foram realizados 930 transplantes de tecido ocular no Estado. Destes, 1.532 de córnea e 57 de esclera. 

O cientista econômico Bento Ribeiro, 51 anos, é um dos pacientes que teve a chance de voltar a enxergar de novo. Ele fez transplantes há dois anos, no olho direito. “Hoje eu enxergo como nunca enxerguei na minha vida”, diz. 

Natural do município de Pentecoste, veio para Fortaleza quando tinha cinco anos de idade. Ele conta que começou a usar óculos aos 10 anos. Mas só 15 anos depois veio o diagnóstico de ceratocone, uma doença crônica e degenerativa que atinge diretamente a córnea. A estrutura fica curvada para fora do olho, semelhante a um cone.

“Eu não conseguia manter o olho aberto. Comprometeu até 30% da visão do olho direito”, afirma. Do diagnóstico à cirurgia, ele esperou menos de dois meses. “O presente de aniversário de 49 anos foi isso. A qualidade de vida melhorou consideravelmente. É indescritível a alegria que senti quando tirei o tampo”, relembra.

Hoje, Bento comemora e agradece. Devido ao “sim” de uma família para o transplante de tecido, ele ganhou uma nova vida. Agora sente-se seguro para dirigir, caminhar, trabalhar, fazer qualquer atividade de rotina. “Basta uma pessoa da família falar, você deixar em vida a sua vontade de doar”, reforça sobre a importância de doar órgãos e tecidos.

‘Sim’ para o transplante

Bento é de uma família de dez irmãos, sendo ele o penúltimo. A terceira irmã mais velha faleceu recentemente e suas córneas foram doadas. “Ela deixou essa vontade em vida”, fala emocionado. Para ele e a família, apesar da dor da partida, saber que alguém teve a chance de voltar a enxergar traz conforto aos seus corações. 

“Como ela tinha dito para meu sobrinho que era doadora, ele disse ‘sim’ para a doação das duas córneas dela” e completa: “eu sou doador e a minha família sabe, minha família toda é doadora”.

Banco de tecidos

Há diferentes tipos de tecidos que podem ser doados e transplantados, como córnea, pele, osso, cartilagem, valvas cardíacas entre outros. Porém, diferente do que acontece com os órgãos, que vão diretamente de um doador para um receptor, os tecidos precisam ser encaminhados e processados em um banco de tecidos. Eles podem ser armazenados por um período maior de tempo até sua utilização.

Além dos três bancos de olhos, o Ceará conta atualmente com o Banco de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário do Hemoce. O serviço trabalha para ampliar as doações e consequentemente as possibilidades de cura para pacientes que sofrem com doenças graves, como a leucemia e o linfoma.

Serviço:

Movimento Doe de Coração 2021
Live "Bancos de tecidos do Ceará: realidade e desafios"
Dia: 16 de setembro
Hora: 19h
Transmissão: Instagram UniforFacebook Unifor, YouTube Unifor, TV Unifor (YouTube) e
TV Unifor (181 NET)