Atuação do fonoaudiólogo integra tratamento de pacientes com Covid-19

A necessidade de envolver múltiplos profissionais no tratamento de pacientes com Covid-19 colocou profissões como a do fonoaudiólogo como parte necessária para o acompanhamento e recuperação de infectados com o novo coronavírus.   

“O foco da nossa atuação como fonoaudiólogo tem relação com a necessidade de manejo da disfagia e redução do risco de broncoaspiração”, explica a professora Fernanda Sampaio, coordenadora do curso de Fonoaudiologia da Universidade de Fortaleza (Unifor) e Mestre em Saúde Coletiva com concentração em Epidemiologia pela Universidade de Federal do Ceará (UFC).   

De acordo com a profissional, a presença do fonoaudiólogo na equipe multidisciplinar no atendimento ao paciente com Covid-19 é de extrema importância, tanto no período de internação como no acompanhamento e recuperação.

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“Pacientes que evoluem para o quadro mais grave da doença apresentam necessidade de intubação orotraqueal, chegando a ficar entre 10 e 14 dias intubados, respirando por meio de ventilação mecânica. Com a recuperação, e retirada do tubo orotraqueal (extubação), alguns pacientes podem evoluir para um distúrbio da deglutição, áreas de atuação do fonoaudiólogo”, explica a coordenadora.

Ampla atuação

Além da área hospitalar, o fonoaudiólogo pode atuar em diferentes áreas. São mapeadas 14 áreas de atuação, tais como: neuropsicologia, perícia fonoaudiológica, audiologia, saúde coletiva e fonoaudiologia educacional, que trabalha com transtornos de aprendizado e educação inclusiva. “A empregabilidade do nosso egresso é muito alta, acima de 90%, o que permite uma inserção rápida no mercado de trabalho”, aponta Fernanda Sampaio.  

O fonoaudiólogo, explica a professora, é o profissional que trabalha com a comunicação e a deglutição humana, em todos os ciclos de vida e atua na promoção, prevenção, avaliação, diagnóstico, habilitação e reabilitação como também no aperfeiçoamento da voz e padrões de fala. “Considerando a comunicação como uma das principais competências de vida e que a cada dia é mais exigida no mercado, a profissão consolida-se a cada ano no mercado de trabalho, oferecendo ao profissional egresso inúmeras possibilidades de atuação”, ressalta a professora.  

Para Fernanda, a profissão é voltada para quem quer trabalhar com promoção da saúde, prevenção, avaliação, pesquisa, diagnóstico e tratamento nas diversas áreas, tais como: voz, linguagem oral e escrita, audição, motricidade orofacial, disfagia, fonoaudiologia educacional e saúde coletiva e planeja atuar em clínicas, consultórios, academia, escolas, hospitais, maternidades, unidades básicas de saúde e emissoras de televisão, dentre outros, em todo o ciclo de vida do ser humano.

Formação

Na Unifor, o curso de Fonoaudiologia propõe uma formação generalista, com duração de quatro anos. Além de desenvolver competências específicas para a formação do profissional, a matriz curricular contempla disciplinas com o enfoque no empreendedorismo, marketing pessoal, como também oferece oportunidade para o aluno participar da empresa júnior, com carga horária de extensão. “A Cefono, empresa júnior do curso de Fonoaudiologia, é um dos diferenciais oferecidos durante a graduação que desenvolve competências importantes e possibilita ao aluno experiências enriquecedoras nessa área”, destaca a coordenadora.  

Entre essas experiências para além da sala de aula, estão projetos de extensão como o realizado em parceria com o curso de Odontologia, que atende crianças com problemas na arcada dentária (oclusão) decorrentes de hábitos orais deletérios, tais como o uso de chupetas, mamadeiras e sucção digital na clínica infantil ou em casos de utilização de prótese dentária no atendimento a adultos.


No Nami, alunos de Fonoaudiologia aprendem a realizar exames mais complexos (Foto: Ares Soares)

Outro que se destaca é o “Vivenciar a Clínica Fonoaudiológica”, no qual estudantes dos semestres iniciais podem acompanhar alunos em disciplinas dos módulos avançados, experimentando aspectos da carreira profissional à qual ele vai se dedicar. “Temos ainda o projeto do Ambulatório de Aprendizagem, com atendimento a crianças com alteração da aprendizagem, dificuldades escolares, além das ligas acadêmicas, grupos de estudo e monitorias”, acrescenta Fernanda Sampaio.  

Amplas oportunidades são oferecidas aos alunos de saúde na Unifor. Como a clínica escola localizada no Núcleo de Atenção Médica Integrada (NAMI), como campo de atividades das aulas práticas e de estágio, considerada um serviço de referência para atendimento à população. No Nami, alunos de Fonoaudiologia aprendem a realizar exames mais complexos como a videonistagmografia (para avaliar a função do labirinto, exame conhecido como avaliação vestibular) e o V-hit (Video Head Impulse Test), indicado para a avaliação de pessoas que têm vertigem ou outros tipos de tontura e desequilíbrio. 

Além disso, a instituição mantém convênio com hospitais, escolas, empresas de telecomunicações, indústrias e empresas de telemarketing, dentre outras, para campos de prática. Além disso, os estudantes contam também com a Escola Yolanda Queiroz como campo de prática. 

A Universidade é destaque nos cursos da área de saúde, tendo sido recentemente apontada pelo ranking Times Higher Education (THE) como a melhor do Norte e do Nordeste e a quarta melhor do Brasil nos cursos das áreas Clínicas, Pré-clínicas e Saúde. O ranking educacional é um dos mais conceituados do mundo e avaliou critérios de ensino, pesquisa, inovação, internacionalização e influência em cursos de graduação, mestrado e doutorado em saúde.