Como obter vitamina D natural durante o confinamento? Dermatologista ensina que cuidados ter

Você sabia que a vitamina D é, na verdade, um hormônio produzido pelo corpo humano? Essa vitamina tem influência sobre o sistema ósseo, imunológico, cardiovascular, pele e cabelos.

Segundo a professora do curso de Medicina da Universidade de Fortaleza, médica dermatologista, Dra. Celina Albuquerque, níveis baixos de vitamina D são associados a diversas condições; assim como em excesso no organismo pode levar a elevação dos níveis sanguíneos de cálcio e sobrecarga dos rins, podendo surgir sintomas como fadiga, fraqueza muscular, diarreia e náuseas.

Sol na varanda

Dra. Celina explica que "a vitamina D pode ser obtida naturalmente através da dieta, com alimentos como salmão, atum, sardinha, carne, leite, e cogumelos. Outra forma de obter a vitamina D naturalmente é através da conversão pela exposição ao sol".

Em época de confinamento e distanciamento social, será que aquele solzinho na varanda resolve?

Segundo a dermatologista, sim! "O sol deve atingir diretamente a pele, sem passar por janelas de vidro. Em geral, não conseguimos suprir a quantidade necessária de vitamina D pela dieta, sendo importante a obtenção também pela exposição à radiação UVB (que ocorre entre 10h e 16h)", orienta a médica.

Quantidade ideal

A quantidade de sol necessária para a obtenção da vitamina D necessária varia bastante entre as pessoas, pois vai de acordo com o tom da pele, idade, peso, saúde geral do indivíduo e mesmo a época do ano.

"No entanto, em geral, podemos considerar que uma exposição em torno de 15% da superfície corporal (braços e pernas expostos, por exemplo), por 2 a 3 vezes por semana, é considerada suficiente em pacientes adultos", garante a Dra. Celina Albuquerque. Ela ainda acrescenta, "idosos, pelo envelhecimento da pele, têm uma menor produção natural dessa vitamina com a exposição ao sol, podendo ser necessária suplementação".

Grupos de atenção especial

Ficou na dúvida sobre a quantidade ideal? Consulte um médico! Um profissional capacitado pode solicitar exames de sangue para dosar a sua vitamina D. Caso seja necessário, ele irá indicar a exposição solar ou a suplementação, da forma correta, evitando excessos.

Dra. Celina lembra que há grupos considerados de atenção especial em relação à vitamina D. São eles: idosos, gestantes, lactantes, pacientes com raquitismo / osteomalácia, osteoporose, pacientes com história de quedas e fraturas, causas secundárias de osteoporose (doenças e medicações), hiperparatireoidismo, doenças inflamatórias, doenças autoimunes, doença renal crônica e síndromes de má absorção (clínicas ou pós-cirúrgicas, como a cirurgia bariátrica).

Vitamina D x Coronavírus

Muito se falou a respeito de possível proteção da vitamina D ao coronavírus. No entanto, segundo a professora Celina, é preciso cautela, pois não há evidências científicas que suportem essas afirmações.

"Não se pode - à luz do conhecimento atual - afirmar que níveis baixos da vitamina D possam aumentar o risco de infecção pelo coronavírus ou mesmo de evolução para formas mais graves da doença. É importante estar com a saúde em dia para que seu organismo reaja da melhor maneira às infecções em geral, incluindo a COVID-19", alerta a doutora.

Dra. Celina Albuquerque é médica dermatologista, professora do curso de Medicina da UNIFOR e possui Doutorado em Clínica Médica pela USP Ribeirão Preto - CRM CE 10.960 | RQE 5468.