Covid-19: usar uma ou duas máscaras? Especialista esclarece dúvidas sobre o assunto
O uso da máscara já se tornou - além de obrigatório para o convívio seguro em sociedade - parte da rotina dos brasileiros, por conta da Covid-19. O item é uma forma de proteger as pessoas ao nosso redor, já que impede a saída de gotículas contaminadas com o vírus, retardando a sua propagação.
Recentemente, um estudo realizado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), órgão de saúde dos Estados Unidos, divulgou que, ao usar uma máscara de tecido sobre uma do tipo cirúrgica, o bloqueio de partículas emitidas pode ser superior a 90%. Em teoria, o bloqueio duplo ampliaria a proteção contra o novo coronavírus.
A pesquisa, no entanto, foi realizada apenas com dois tipos de máscaras e conclui que esse percentual talvez não possa ser aplicado a todos os modelos existentes.
Uso simples e efetivo
A principal conclusão do estudo divulgado pelo CDC é reforçar a orientação de que um bom ajuste ao rosto pode aumentar a eficiência geral das máscaras, e que uma forma de fazer isso pode ser usando uma máscara de tecido por cima de uma cirúrgica.
Para Keny Colares, médico infectologista e professor da Universidade de Fortaleza, ainda que a pesquisa realizada seja importante, é interessante que seja recomendado às pessoas que utilizem apenas uma máscara, por enquanto.
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“Colocando os pontos de vista não só financeiro e econômico, mas também social, a dificuldade de compreensão das pessoas, talvez tenha mais benefício e seja mais eficaz [o uso de apenas uma máscara]”, afirma o professor.
“Ela [ a máscara ] filtra mais as secreções contaminadas que eu posso estar eliminando sem saber que estou doente. Na hora que eu uso máscara, protejo mais as outras pessoas do que a mim mesmo, e quando as outras pessoas usam máscara, elas protegem mais a mim do que a elas”, lembra o médico.
O que dizem as entidades
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) continua a indicar a utilização de máscaras caseiras de tecido pela população em geral. Para os profissionais da saúde, a agência mantém a indicação de uso das máscaras cirúrgicas e as do tipo N95 e PFF2.
Autoridades ao redor do mundo estão avaliando as diretrizes dessa pesquisa, e sugerindo o uso de duas máscaras (uma cirúrgica sob uma de pano), como forma de conter a propagação do vírus, especialmente agora, momento no qual o coronavírus já possui múltiplas variantes. Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) mantém a recomendação de uso de máscaras de tecido para o público em geral.
Tipos de máscara
Atualmente, há três tipos principais de máscaras: as caseiras, que podem ser feitas de algodão, TNT ou tricoline. Para atingirem um bom nível de proteção, essas necessitam ter duas ou três camadas.
Outro tipo são as cirúrgicas, normalmente vendidas em farmácias. Essas possuem um maior nível de eficácia.
Por fim, temos as máscaras N95 e PFF2. Utilizadas principalmente dentro dos hospitais, possuem um nível de eficácia bem maior que as de tecido. Apesar da eficiência, esses modelos têm um custo mais elevado e podem ser reutilizados, ao contrário das máscaras cirúrgicas, que devem ser descartadas imediatamente após o uso.
Uso correto do equipamento
É importante ressaltar que a máscara deve sempre estar posicionada na metade do nariz e abaixo do queixo, cobrindo o nariz e a boca. Essa é a forma correta de utilização, já que, bem ajustada ao rosto, a máscara impede a saída e entrada de ar pelas laterais.
“Independente de qualquer coisa, o importante é que as pessoas utilizem máscara o tempo todo, mesmo que sejam as máscaras comuns. Ela [a máscara] precisa estar bem encaixada no rosto. Se estiver frouxa e o ar estiver vazando ao redor dela, já não vai dar tanta proteção”, pontua o infectologista Keny Colares.