Estética capilar: O que é preciso para manter a saúde dos cabelos quimicamente tratados?

Procedimentos exigem precaução desde a escolha do produto até os cuidados pós-química

Os cabelos desempenham papel significativo na construção da autoestima, muitas vezes influenciando a própria percepção de identidade. Textura, cor e estilo ganham a missão de comunicar personalidade ou padrões de beleza, fazendo com que as pessoas busquem procedimentos químicos para alcançar os efeitos desejados.

No entanto, alisamentos, tinturas e outras intervenções que modifiquem a estrutura natural dos cabelos podem prejudicar a saúde dos fios. A saída para quem não abre mão desses procedimentos é conversar com um profissional da área que indique a opção menos agressiva, assim como o melhor tratamento para o pós-química.

Escala de danos

Descolorações, tinturas, luzes, alisamentos e progressivas são alguns dos procedimentos químicos disponíveis no mercado. De acordo com Aline Teixeira, professora do curso de Estética e Cosmética da Universidade de Fortaleza, da Fundação Edson Queiroz, o método que causa menor desgaste na fibra capilar são os tonalizantes.

Ela explica que o produto faz uma espécie de “maquiagem” momentânea e, conforme as lavagens, sai completamente dos fios. Em contrapartida, os procedimentos que podem causar maior dano são os alisamentos.

“Existem diversos tipos de alisamento, entre eles estão o uso de tioglicolato de amônio, hidróxidos metálicos e as progressivas. Eles agem por meio de reações químicas no cabelo, na região do córtex, alterando a estrutura e mudando a conformação de crespo/ondulado para lisos”, sintetiza a especialista.




“É importante conversar com um profissional da área, pois o uso inadequado [de produtos para o cabelo] pode gerar irritação, descamação e até queimaduras no couro cabeludo” Aline Teixeira, docente do curso de Estética e Cosmética da Unifor

 


A esteticista ressalta ainda a subdivisão existente entre os hidróxidos metálicos, que pode ser importante na hora de escolher qual método utilizar para o alisamento. São eles:

  • Hidróxido de sódio: mais potente e rápido, porém mais agressivo;
  • Hidróxido de lítio: possui a mesma potência que o hidróxido de sódio, no entanto, é mais lento.
  • Hidróxido de guanidina: de ação lenta, porém não provoca tantos danos aos fios em comparação com o hidróxido de sódio.

Estrutura capilar

Cutícula, córtex e medula são as três principais camadas que compõem a estrutura capilar. Parte mais externa, a cutícula consiste em escamas sobrepostas que protegem os fios e é, por exemplo, onde fica depositada a coloração. Fatores externos, como o uso excessivo de fontes de calor sem proteção térmica, abrem as cutículas, prejudicando a aparência do fio.


O córtex é a região mais importante da estrutura do cabelo, responsável por cerca de 90% da composição do fio (Ilustração: Getty Images)


O córtex é a parte intermediária, que contém maior concentração de queratina, conferindo força, volume e elasticidade ao fio. Quando o cabelo passa por alisamento, é nessa camada mais profunda que o produto atua. Já a medula,  camada central, não possui função específica nos procedimentos.

Agressões e cuidados

Os danos mais comuns em cabelos que passam por procedimentos químicos são as tricoses, termo técnico que engloba fios ressecados, quebradiços, desgastados, com tricoptilose (pontas duplas) e tricorrexe nodosa (pontinhos brancos, que são, na verdade, o córtex exposto).


O ressecamento é um dos danos mais comuns em cabelos quimicamente tratados (Foto: Getty Images)


Para Aline Teixeira, deixar os fios naturais é sempre a melhor escolha, pois as químicas, de uma forma ou de outra, vão agredir. Além disso, o uso inadequado desses produtos pode gerar irritação, descamação e até queimaduras no couro cabeludo. Por isso, é importante sempre consultar um especialista.

A docente do curso de Estética da Unifor lista cuidados importantes para quem não dispensa os procedimentos químicos:

  • Utilizar produtos de qualidade, pois eles farão a diferença na saúde do couro cabeludo e dos fios;
  • Fazer uma rotina de cronograma capilar com hidratação, nutrição e reconstrução;
  • Evitar uso de fontes de calor, como secador, chapinhas e babyliss;
  •  Se for usar fonte de calor, utilizar sempre protetor térmico para os fios;
  • Ao se expor ao sol, usar protetor solar para os fios de cabelo;
  • Fazer umectação noturna com óleos vegetais; 
  • Cortar o cabelo de 3 em 3 meses, para evitar pontas desgastadas; 
  • Na hora de praticar exercícios físicos, umectar os fios e fazer coque ou trança, para evitar contato com suor.

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