Hipertensão arterial: doença é silenciosa e exige monitoramento; saiba como prevenir
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a hipertensão arterial ou pressão alta é considerada uma das principais causas de mortes no Brasil, com registro de 400 óbitos por ano.
A doença afeta 32% da população adulta no mundo, o que representa mais de 1 bilhão de pessoas. Especialistas lembram que esse tipo de doença crônica é silenciosa na fase inicial e não mostra sinais muito claros para levar o paciente a buscar ajuda médica.
O cardiologista Alexandre Scotti observa que a hipertensão constitui um dos maiores fatores de risco para doenças cardiovasculares. Por isso, afirma ser fundamental o paciente monitorar sua condição, sempre aferindo a pressão e mantendo os exames preventivos em dia.
Minha pressão arterial está alta?
O diretor científico do Departamento de Hipertensão da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro (Socerj), Rachid Montenegro, lembra que se o paciente tem a pressão normal, ele deve verificar sua pressão pelo menos uma vez por ano. É considerada pressão normal 12 por 8.
“O critério é menor que 12 de pressão sistólica (menor que 120 milímetros de pressão sistólica) e menor que 80 de pressão diastólica (pressão mínima). Quanto mais abaixo de 120 por 80, melhor é”, assegura o especialista.
Para Montenegro, o primeiro passo na prevenção da hipertensão arterial é a identificação precoce. Já Alexandre Scotti chama a atenção para o fato de que os sintomas iniciais da hipertensão são dor de cabeça frequente, tonturas, falta de ar, palpitações e alteração na visão.
Genética pode aumentar os riscos
Rachid Montenegro argumenta que há uma questão genética que não se consegue mudar. Pessoas com pais, mães, irmãos, avós com hipertensão têm risco aumentado. “Existe uma carga genética relacionada com isso”.
“A indicação é reduzir o sal na comida, o consumo de alimentos industrializados que são muito ricos em sódio, que é um agente colocado na maioria dos alimentos industrializados como conservante”, explica Montenegro.
Alexandre Scotti orienta os pacientes com histórico familiar de doenças cardiovasculares a iniciar o acompanhamento cardiológico mais cedo, a partir dos 30 anos.
O cardiologista acrescenta que, por ser a alimentação uma das mais importantes aliadas no combate à hipertensão, o tratamento da doença exige abordagem multidisciplinar. “Além do acompanhamento com um cardiologista, o paciente deve ser supervisionado por um nutricionista, que vai passar orientações para uma dieta adequada e balanceada”, comenta Scotti. Em determinados casos, a ajuda psicológica também é bem-vinda e pode auxiliar no tratamento.
Pratique exercícios físicos regularmente
As atividades físicas são importantes aliadas no combate à pressão alta.
“Praticar pelo menos 150 minutos de atividade física por semana, além da redução do peso, com uma dieta saudável, rica em frutas, legumes e verduras, menor quantidade de carne vermelha, de gordura e sal”, ressalta Rachid Montenegro.
O controle do peso reduz a pressão arterial e diminui a chance de a pessoa desenvolver hipertensão.
Outro aliado na prevenção dessa doença crônica é não fumar, porque substâncias contidas no cigarro têm relação direta com o aumento da pressão.
“Zerar o consumo de cigarro é muito importante”, reforça. Outra atitude importante é reduzir ao máximo o consumo de álcool.
Rachid Montenegro destaca que se todos esses comportamentos forem seguidos, eles podem reduzir em até 30% o desenvolvimento de hipertensão. “E consequentemente, lá na frente, isso reflete em redução de morte. O custo dessas medidas é muito baixo”.
Com informações da Agência Brasil.