Desde que a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu que o uso de máscaras pode reduzir o risco de contaminação pelo novo coronavírus, governos estaduais e municipais passaram a decretar, em todo o Brasil, a obrigatoriedade do uso do equipamento de proteção individual em espaços públicos, incluindo a prática de exercícios físicos ao ar livre.

Apesar dos decretos governamentais e das constantes campanhas de conscientização a respeito do tema, para muitos ainda é difícil utilizar máscaras durante os treinos, em especial aqueles que gostam de correr. Os argumentos são diversos, indo desde a queixa de incômodo até a preocupação com a possível inalação de gás carbônico.

Vou inalar CO2?

Segundo a Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE), “não há consistência na hipótese de que, com a máscara, se retém CO2 e que essa suposta retenção e sua consequente reinalação traria riscos à saúde do usuário praticando exercícios. Embora a máscara seja uma relativa barreira para a respiração, a permuta de gases inspiratórios e expiratórios ocorre, com uma eventual retenção de CO2, entre ela e o rosto, sendo pequena e insuficiente para provocar um desequilíbrio importante no processo de trocas gasosas pulmonares”.

Como usar a máscara corretamente?

Flávia Menezes, professora da Academia Unifor, orienta que os praticantes de exercício físico encontrem um equipamento que se adeque anatomicamente ao seu rosto, deixando apenas testa e olhos descobertos, diminuindo o desconforto. “Lembrando que a máscara utilizada no treino, muito provavelmente, estará úmida após a prática de exercício. Por isso, você deve utilizá-la apenas na hora do treino. Se possível, leve uma de reserva para que possa trocá-la, se necessário”.

Máscara úmida perde a eficiência?

De acordo com a SBMEE, a máscara perde efetividade quando fica úmida ou molhada tanto pela transpiração, quanto pelo aumento do fluxo de ar através da mesma. Além disso, durante a prática, a maior movimentação aumenta a chance de desajustes da máscara em relação ao nariz e boca, exigindo um manuseio mais frequente, o que é contraindicado, pois possibilita a contaminação da própria máscara.

Que tipo de máscara evitar?

Máscaras mais restritivas, como a N95, promovem um efeito protetivo maior do que as de algodão, mas não são recomendadas para a prática de exercícios físicos, explica Flávia Menezes.

“Em exercícios intensos, minha sugestão é que você faça alguns pequenos intervalos. Sugiro também que procure um bom profissional de Educação Física para que possa lhe orientar melhor e adequar o exercício de acordo com o seu perfil. No mais, pratique exercícios físicos; os benefícios são inúmeros! Mas pratique com segurança, respeitando todas as normas pertinentes ao momento. Use máscara, cuide-se, cuide do próximo. Juntos sairemos vitoriosos”, reforça a professora.

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