null Estudantes da pós-graduação desenvolvem projetos de impacto social em comunidades de Fortaleza

Qui, 28 Julho 2022 15:14

Estudantes da pós-graduação desenvolvem projetos de impacto social em comunidades de Fortaleza

Ações buscam direcionar o conhecimento acadêmico para ajudar e melhorar a qualidade de vida de grupos vulneráveis


Estudantes da especialização em Projetos e Gestão de Resíduos Sólidos em visita à associação “Viva a Vida”, no bairro Farias Brito, em Fortaleza (Foto: Arquivo Pessoal)
Estudantes da especialização em Projetos e Gestão de Resíduos Sólidos em visita à associação “Viva a Vida”, no bairro Farias Brito, em Fortaleza (Foto: Arquivo Pessoal)

A responsabilidade social é um dos principais compromissos da Universidade de Fortaleza, da Fundação Edson Queiroz. Por meio de projetos desenvolvidos durante as disciplinas de graduação e pós-graduação, a Unifor democratiza o acesso ao conhecimento produzido no âmbito acadêmico e gera melhorias na vida de pessoas ou de grupos de indivíduos em situação de vulnerabilidade social. É com esse fim que dois grandes projetos, ligados às especializações em Arquitetura de Interiores e em Projetos e Gestão de Resíduos Sólidos, estão em pleno desenvolvimento em comunidades de Fortaleza. 

Parceria que engrandece 

Por meio da disciplina de Estúdio Multidisciplinar, a arquiteta, mestre pelo Departamento de Arquitetura, Urbanismo e Design da Universidade Federal do Ceará (PPGAU - UFC) e professora da Unifor Érica Martins e o designer, cenógrafo, museógrafo e professor da Unifor André Scarlazzari buscam desenvolver projetos de impacto social em parceria com entidades sem fins lucrativos, que representem grupos em situação de vulnerabilidade social, instituições filantrópicas e minorias invisibilizadas. 

Este ano, os professores mais oito alunos desenvolvem a construção de um espaço multifuncional para atividades de formação na Associação Beneficente São João Eudes - O Caminho, localizada no Condomínio Espiritual Uirapuru (CEU). A instituição visa transformar a vida dos familiares dos apenados (prioritariamente mulheres – esposas, companheiras, filhas, mães e irmãs) em situação de vulnerabilidade social, entendendo que, por meio delas, é  possível chegar aos apenados, favorecendo condições para a construção de uma vida nova, possibilitando também uma oportunidade de transformação da dura realidade ora vivenciada. 


Alunos e professores da Unifor em visita na instituição O Caminho, no Condomínio Espiritual Uirapuru (CEU) (Foto: Reprodução/Instagram)

“As ações de intervenções  no conjunto arquitetônico da instituição objetivaram, sempre que possível, à requalificação do espaço arquitetônico às necessidades atuais das práticas ali existentes, mantendo a coesão estética e materiais construtivos harmônicos, funcionais e de qualidade para os ambientes, são eles: cozinha, lojinha, ateliê,  depósitos, área de convivência, feirinha, oficinas e a nova capela a ser construída”, explica o professor Scarlazzari. 

Conforme Érica Martins, o projeto também buscou ocupar as “ruínas” da antiga fazenda nos fundos da casa. “Toda essa área segue integrada com uma estufa para plantas e produtos orgânicos, sem desconsiderar o esforço do desenvolvimento de um espaço agradável que abrigará feiras, encontros ou visitas em um sábado de manhã, acompanhados de cafés da manhã visando integrar e gerar bons momentos”, frisa ela.  

Os desenhos do projeto executivo serão entregues e apresentados neste sábado, dia 30 de julho, às 9h, na instituição O Caminho. Já o prazo de execução e pleno funcionamento do projeto será definido gradualmente, pontua a professora. “Iniciamos com um programa de necessidades menor e ele foi se estendendo, uma vez que vimos a demanda real. Dessa forma, a instituição ainda precisa arrecadar fundos para conseguir executar o projeto por completo”, completa. 

Além dos alunos da disciplina, o projeto também conta com o apoio de estudantes da especialização em Gerenciamento de Obras Aplicado a Novas Tecnologias, convidados para colaborar e pensar sobre questões relacionadas ao dimensionamento físico e financeiro da execução de uma obra. De acordo com Scarlazzari, a participação dos engenheiros envolveu uma série de ações relacionadas à gestão e custeio de materiais, serviços, bem como demais despesas para o gerenciamento de obras de reformas e construções. 


(Foto: Arquivo pessoal)

“Avançando até a produção de planilhas orçamentárias de compras de materiais, contratações de serviços, de atividades organizacionais, de prestação de contas e manutenção do equilíbrio, o que determinará maior segurança para a instituição durante as obras de execução”, destaca o professor. 

O projeto, afirma Érica, tem funcionado como uma tarefa repleta de desafios desde respeitar as necessidades do cliente a busca de coesão e unidade, mesmo em se tratando de diversas equipes de alunos, reforçando o aspecto de uma prática essencialmente coletiva e fortalecendo os ensinamentos passados durante o curso. Já Scarlazzari destaca que o projeto terá êxito se os estudantes envolvidos entenderem a relevância de direcionar o conhecimento acadêmico para uma ação social “contribuindo humanamente e profissionalmente ao requalificar o uso dos ambientes dessa instituição”.

Âmbito socioambiental 

Visando melhorar a estruturação da operação de catadoras de material reciclável da associação “Viva a Vida”, dez alunos da especialização em Projetos e Gestão de Resíduos Sólidos desenvolveram melhorias na triagem e armazenamento dos resíduos coletados, no bairro Farias Brito. Sob orientação da gestora de resíduos sólidos, educadora ambiental e professora Rebeca Vermont, o projeto iniciou em maio de 2022, com o diagnóstico e definição das estratégias. Atualmente, o projeto está em desenvolvimento e deve ser concluído em agosto, quando também será feita a coleta dos dados. 

Segundo Rebeca, a ação também pretende melhorar a interação entre a comunidade, da qual faz parte a Paróquia Nossa Senhora das Dores, e as catadoras, fazendo com que elas sejam efetivamente reconhecidas na região. “A intenção é reduzir o volume de resíduos destinados aos aterros sanitários, economizando áreas de aterro, além de melhorar a vida útil desses espaços. Sem esquecer, claro, da melhoria das condições de trabalho dessas catadoras que, agora, recebem esses resíduos de forma separada e limpa, o que vai dar melhor proveito e dinamismo a atividade”, resume Rebeca Vermont. 


Professor da Pós-Unifor Rebeca Vermont (Foto: Arquivo pessoal)

A iniciativa, conforme a professora, contribui diretamente para a formação dos alunos, uma vez que eles saem do campo de adquirir conhecimento teórico para a aplicação efetiva de uma atividade de impacto socioambiental. 

“Eles compreendem que podem trabalhar em parceria de forma mútua promovendo uma gestão de resíduos eficiente e mais sustentável, no âmbito social, ambiental e econômico. Dessa forma, eles fazem com que os  catadores sejam valorizados e reconhecidos integralmente pela excelente atividade que exercem. É uma parceria de muito sucesso, realizada com muita sensibilidade por parte dos estudantes e recebida com muita gratidão pelas participantes da associação”, finaliza Rebeca.  

Quer estudar na Pós-Unifor?

A Pós-Graduação da Universidade de Fortaleza está com matrículas abertas para novas turmas dos cursos de Arquitetura de Interiores e de Projetos e Gestão de Resíduos Sólidos em modelo presencial. As aulas iniciam em outubro de 2022 com previsão de término em abril de 2024. Para saber mais informações basta ligar para (85) 3477.3174 ou enviar e-mail para a coordenação suellen.galvao@unifor.br.