Geração Z: como gestores podem se adaptar a uma nova forma de pensar e trabalhar?
A cada geração, é possível se observar uma mudança nos comportamentos, forma de pensar e individualidade. Como se houvesse uma “revolução” cada vez mais rápida na natureza das pessoas que nascem de um período de tempo a outro. Tais diferenças nem sempre são bem-vistas pelas gerações anteriores, afinal quem nunca ouviu alguém mais velho a protestar a cerca do uso excessivo de tecnologias pela nova geração?
De fato, um certo tipo de “narcisismo” costuma florescer sempre que as características de uma nova geração começam a aparecer e, questionando constantemente aquele novo modo de ver e pensar, muitos acabam não conseguindo se adaptar, perdendo assim várias oportunidades que dessa nova visão possam surgir.
Mesmo que um gestor nascido na Geração X (1960-1979) possa ver até mesmo com desgosto um mundo cada vez mais virtual e a liquidez crescente das relações (conceito fornecido e explicado por Zygmunt Bauman) presentes na Geração Z (1995-2010), caso o mesmo não consiga tirar proveito, por exemplo, da capacidade dos jovens dessa geração de utilizar a tecnologia em favor do seu negócio, o mesmo provavelmente logo se encontrará em desvantagem com relação a seus concorrentes.
Tendo-se esclarecido a importância dos gestores se adaptarem e adaptarem seus negócios às novas gerações, deve-se também esclarecer que essa não é uma tarefa fácil e é necessária uma certa quantidade de paciência tanto dos gestores, como dos jovens da nova geração (inclusive, paciência costuma ser uma virtude cada vez mais rara nesses jovens). Para que tal mudança seja de fato possível, conseguir “mudar a cabeça” de um gestor e uma empresa não é algo que acontece da noite pro dia, sendo necessário um esforço de ambas as partes. Vamos agora esclarecer algumas características da Geração Z e ajudar você gestor a lidar melhor com esses jovens:
- Embora tenham uma escolaridade mais elevada e um maior nível de pensamento crítico, é bastante comum os jovens dessa geração sofrerem de ansiedade e depressão, e muitos chegam até mesmo a reportar que o estresse impede que consigam assumir responsabilidades de liderança para si. É interessante que os gestores e suas companhias tenham uma atenção especial à saúde mental dos seus colaboradores, fornecendo a eles um acompanhamento e um suporte nessa área. Algumas empresas têm implementado uma cultura “safe to fail” na qual se coloca seus colaboradores em uma posição mais segura e menos repreendida caso eles falhem, dando segurança e incentivando eles a assumirem riscos e desafios.
- Os jovens da Geração Z, diferente dos jovens das gerações anteriores, estão entrando cada vez mais tardiamente no mercado de trabalho, e isso acompanha, além da falta de experiência, uma série de expectativas acerca de como vai ser esse primeiro emprego. Conseguir gerenciá-la é algo crucial, pois os funcionários da Geração Z geralmente têm uma imagem idealizada de que o trabalho será algo extremamente interessante e significativo, algo que nem sempre corresponde à realidade.
- Padrões de comunicação relacionados a smartphones continuarão no local de trabalho, a menos que o gerente ajude o novo funcionário a se adaptar a diferentes modos de comunicação no local de trabalho e mostre por que a comunicação eletrônica não é o único meio de se comunicar necessário. Os gestores precisam explicar o nível de formalidade na linguagem esperado com diferentes constituintes. Evidências sugerem que o desenvolvimento de habilidades sociais aumenta a autoconfiança de um funcionário, estima autonomia e, mais importante para a Geração Z, sua capacidade de lidar com o estresse e, ao mesmo tempo, reduzir a ansiedade, a depressão e a frustração.
Gestores constantemente enfrentam desafios relacionados a mudanças e adaptar a sua gestão à nova geração é mais um deles. Com você gestor compreendendo e vencendo esse novo desafio, você encontrará nesses jovens um grande diferencial competitivo para você e seu negócio. Usando como base as características e as sugestões citadas nesse texto, já é possível para você conseguir melhorar suas relações de trabalho com a Geração Z.
Texto escrito por Pedro Paulo, estagiário do Escritório de Gestão, Empreendedorismo e Sustentabilidade (EGES).