Mentes abertas, equipes fortes: como a liderança moderna está moldando o amanhã do trabalho
Atualmente, as empresas precisam atender às demandas dos seus times. Ter flexibilidade no trabalho, maior participação nas tomadas de decisão e manter o bem-estar psicológico são temas urgentes e essenciais nas empresas. Porém, estes são assuntos que esbarram muitas vezes com a liderança de alguns gestores, em especial as que atuam no estilo comando-controle.
Um dos grandes desafios da liderança é reverter este quadro. A primeira providência é realizar um mapeamento interno e rever as práticas de gestão, o segundo ponto é entender quais são as principais barreiras dos líderes e o que eles precisam para mudar a sua mentalidade. O terceiro momento é treinar toda a equipe, e tudo começa no comportamento da alta liderança, pois a cultura da empresa é, em boa parte, reflexo de sua liderança. O quarto ponto seria a empresa deixar de lado a contratação mecanizada, e prezar pela autonomia e autogerenciamento do profissional contratado.
Os dados da Revista Você RH mostram que intenção existe, mas falta ação. Por exemplo, 86% dos líderes afirmam que investir em diversidade, equidade e inclusão é essencial para o sucesso da empresa, mas somente 25% sentem que estão preparados para isso. 50% dos colaboradores afirmam que os líderes de suas organizações têm dificuldade para identificar o que priorizar porque estão sobrecarregados pela questão quantitativa, velocidade e frequência das mudanças em curso.
O modelo híbrido é aquele no qual os times trabalham parte da jornada na sede da empresa e outra parte remotamente (no home office). Este modelo é uma tendência mundial, principalmente após a Covid 19. 89% dos funcionários que atuam nesse modelo dizem estar mais ou igualmente engajados em comparação com seis meses atrás. 67% citam a flexibilidade de localização geográfica a fim de equilibrar a vida pessoal e o trabalho como um dos principais motivadores que influenciam no desempenho. 89% dos funcionários de forma geral consideram o modelo bastante eficaz. Apesar de 70% das empresas acreditarem que o modelo de trabalho híbrido será o principal formato nos próximos anos, líderes e times (liderados) discorrem sobre a sua eficácia.
Líderes que consideram o modelo híbrido um promotor de desengajamento citam três motivos para que isso ocorra, são eles: 28% acreditam na facilidade de encontrar novos empregos; 19% citam o risco de burnout pela ausência de separação entre trabalho e vida pessoal e 19% pontuam a ausência de interação com os demais colegas e com os gestores. No final das contas, o importante é saber alinhar o ponto de vista da organização com as necessidades dos times, esse é o grande desafio.
Texto por Renata Torquato, professora da Universidade de Fortaleza.