seg, 3 junho 2024 18:12
Orgulho Unifor: Egresso de Cinema e Audiovisual tem projeto contemplado pela Lei Paulo Gustavo
Bruno Paes é roteirista da série de animação “Metade Calabresa”, que contou com a participação de vários outros egressos da Universidade de Fortaleza
Um universo onde zumbis se tornaram realidade é o cenário para a série de animação “Metade Calabresa”, contemplada recentemente pela Lei Paulo Gustavo. Um dos roteiristas da obra é Bruno Paes, egresso do curso de Cinema e Audiovisual da Universidade de Fortaleza, da Fundação Edson Queiroz.
O jovem conta que o projeto teve início em 2015, na Unifor, e foi amadurecido na escola Porto Iracema das Artes. Entre as referências adotadas por Bruno está a obra de George Romero, consagrado diretor de “A Noite dos Mortos-Vivos” (1968), além de séries como “Fleabag” (2016) e “Bojack Horseman” (2014).
Uma história sobre o valor da amizade
“Os personagens estão enfrentando os desafios dos 20 e poucos anos, então muitas das minhas experiências de vida – e também dos meus amigos – ajudaram a pensar nas situações que escolhemos contar”, revela o roteirista sobre a obra “Metade Calabresa”.
O egresso acrescenta que a história é “sobre a importância de olhar para os amigos e saber que podemos contar com eles nos momentos difíceis”. A narrativa apresenta ainda cenas dramáticas que contrastam com o lado divertido da série.
Ensaio de fotos para produção do episódio piloto de “Metade Calabresa” (Foto: Arquivo pessoal)
Quanto ao incentivo recebido por intermédio da Lei Paulo Gustavo, que inclui recursos para produção e finalização, Paes se mostra alegre e ansioso com a conquista. “Vontade doida de ver essa história que eu amo tanto chegar em outras pessoas”, comenta.
Fazem parte da equipe de “Metade Calabresa”: Alexia Holanda, Bruno Brasileiro e Mateus Bandeira, responsáveis pelo roteiro; Maurício Macêdo, na produção executiva; Esaú Pereira, Lucas Santiago e Gabriel Goersch, na animação. Com exceção de Esaú e Mateus, todos os citados são egressos da Unifor. O projeto ainda contou com a consultoria da roteirista Camila Agustini.
“Sempre acreditei muito no projeto e, mesmo com todos os desafios de se estabelecer como um profissional, me apeguei a isso. Acho que a paciência, acompanhada de insistência, foram fundamentais para chegar até aqui” – Bruno Paes, roteirista, diretor e egresso do curso de Cinema e Audiovisual da Unifor
Vida entre causos
Bruno sempre soube que seu destino estaria atrelado às narrativas. A convivência com parentes mais velhos e os causos que ouvia dos idosos, incluindo a tataravó, atravessou sua percepção de mundo. Segundo ele, o audiovisual foi a maneira que encontrou de manifestar esse encantamento pelas histórias.
Registro de momentos de pesquisa para a série “Causos do Medo”, inspirada em histórias que ouvia de parentes mais velhos (Foto: Arquivo pessoal)
Atualmente, o egresso faz parte da Zonzo Studio, onde desenvolve outros projetos e trabalha com animação. Para ele, a profissão de cineasta requer a capacidade de se reinventar, habilidade que fez parte da rotina de recém-formado, em 2020, com o início da pandemia logo após a formatura. “Foram tempos tenebrosos dentro da cultura do país”, relembra.
O diretor revela o desejo de retornar aos sets de gravação e produzir filmes, mas afirma ter encontrado na animação outras possibilidades de continuar contando histórias. “Sou verdadeiramente apaixonado e viciado nessa arte, então procuro sempre novas formas de continuar fazendo isso”, declara.
Unifor: tempo de experimentar
Durante a graduação, Bruno fez parte de várias iniciativas, que lhe renderam experiências únicas. Ele conta que aproveitou o tempo na Unifor para experimentar. “É um espaço de formação, então é bom sempre lembrar disso. Não há lugar melhor para fazer câmera, som, escrever, dirigir, atuar… Fazer de tudo um pouco!”, assegura.
Set do curta “Jezebel”, em 2017, desenvolvido durante a graduação na Unifor (Foto: Arquivo pessoal)
O jovem define o contato com os professores do curso de Cinema e Audiovisual da Unifor como uma troca enriquecedora, e destaca, além do conteúdo das aulas, as conversas nos corredores e os conselhos para a vida. “São pessoas inspiradoras e acolhedoras, que já passaram por muitos desafios que um cineasta na graduação irá passar. Ouvi-los sempre me enchia de esperança”, pontua.
Além de “Metade Calabresa”, Paes destaca “Causos do Medo”, como outro projeto marcante na jornada como profissional de audiovisual. Tendo ganhado um Edital do Sebrae Piauí, em 2020, o projeto traz histórias que o egresso ouvia quando criança, marcando ainda seu ingresso na área de animação.
Para os futuros cineastas, Bruno indica paciência, escuta e experimentação. “Vocês estão construindo muitas habilidades e conhecimentos que vão estar na base do profissional que vocês serão”, frisa o diretor.
Ele orienta a não ter pressa para ver projetos realizados, e avisa que a primeira ideia geralmente está muito distante da melhor versão de uma obra. Por fim, o roteirista aconselha a não ter medo de testar, perguntar e compartilhar. “Foi na Universidade também que conheci muitos dos amigos com quem trabalho hoje. Aproveitem!”, conclui.
