seg, 30 julho 2018 18:15
Confira dicas de como escolher sua profissão
Escolher parece ser hoje o nosso destino, aquilo que não podemos mais evitar. E o processo de escolha profissional figura como uma das etapas cruciais nessa jornada existencial de perdas e ganhos. Daí porque o jovem muitas vezes se sente confuso diante do momento de decidir qual “eu”, entre tantos, ele poderá ser agora que está prestes a acessar o ensino superior e optar por uma carreira.
Professora do curso de Psicologia da Unifor há 25 anos, a psicóloga com formação em orientação profissional de carreira Roberta Cavalcante conhece de perto todo o “ritual de amadurecimento” relacionado a essa fase de mudança. Por isso, a primeira de suas dicas para quem vive um misto de sonho e medo na hora de escolher o rumo que irá seguir na universidade é justamente buscar o autoconhecimento. “Olhar para si, tentar refletir sobre seus interesses, habilidades, aptidões, valores é o primeiro passo para dirimir dúvidas”, observa.
Outra maneira de afinar a escolha, para ela, é rememorar a vivência na escola, atentando para as disciplinas pelas quais o aluno se interessava mais ou menos. A partir daí, está na hora de pesquisar efetivamente, a fim de conhecer mais amiúde aquelas profissões que, a princípio, parecem atraentes.
“Saber do que se trata, como se dá aquela atuação profissional, que conteúdos envolve, quais os desdobramentos possíveis dentro de uma mesma carreira, onde o curso é ofertado, compondo inclusive uma listinha, ajuda bastante. Assim como aproveitar ao máximo a imersão que só uma Feira de Profissões pode proporcionar, já que o estudante vai poder conhecer as universidades por dentro, acessar materiais informativos sobre as carreiras, conversar com profissionais, professores e até estudantes da área, além de vivenciar de perto as práticas nos diversos laboratórios”, diz Roberta Cavalcante.
O ter. O ser. O fazer. É partindo desse tripé que a psicóloga Roberta Cavalcante segue provocando reflexões em quem procura ajuda na hora de decidir o que vai ser quando crescer. “É normal o jovem se perguntar o que ele vai obter com aquela profissão em termos materiais. Mas ainda mais importante é indagar como ser alguém no mundo por meio do trabalho. Isso tem a ver com identidade. Por fim, e mais importante ainda, é se perguntar sobre o fazer, ou seja, o legado que se quer deixar e o compromisso social da profissão. Isso porque a escolha é individual, mas a gente trabalha para uma sociedade, para interferir no mundo a partir do que fazemos”, destaca.
E há, por fim, de se perder o medo de errar. No processo de tomada de consciência e apropriação de si, o jovem deve ser levado a retirar peso das escolhas, desconstruindo tabus e libertando-se de amarras. “Não existe escolha eterna, a gente pode mudar a qualquer hora. E se eu me arrepender não quer dizer que fiz a escolha errada. Não existe escolha certa nem errada, mas escolha possível. Por isso, não precisa temer nem sofrer. É preciso fluidez para escolher com responsabilidade. Mas se, lá na frente, você perceber que não era bem aquilo que imaginava, tem total possibilidade e tempo para voltar ao início do jogo e escolher de novo. Isso sem falar nas inúmeras possibilidades de atuação dentro de uma mesma carreira. Portanto, há diversas dobras e muitos possíveis para vislumbrar”, sustenta.