Conheça a profissão de bibliotecário, um trabalho em prol do conhecimento
Profissionais do ramo são responsáveis pela organização e administração de bibliotecas
As bibliotecas são de extrema importância para a construção intelectual de uma sociedade. Consideradas o berço do conhecimento, reúnem livros, obras e coleções que abrangem todos os aspectos e gêneros literários da história. Por isso, os trabalhos em prol desses espaços são fundamentais, como os exercidos pelos bibliotecários.
Graduados em Biblioteconomia, esses profissionais atuam na organização e administração de bibliotecas. Suas responsabilidades podem englobar a seleção e aquisição de obras, além da catalogação, classificação e sua correta disponibilização ao público a que se destina.
Além de bibliotecas, os bibliotecários também podem exercer essas funções em outros espaços, como:
- Museus;
- Escritórios de advocacia;
- Indústria náutica e aeronáutica;
- Centros Comunitários;
- Paróquias;
- Acervos.
“Na realidade, onde há informações precisa-se de um bibliotecário para organizá-las adequadamente, facilitando o acesso às mesmas”, pontua Leonilha Lessa, gerente da Biblioteca Central da Universidade de Fortaleza — instituição de ensino da Fundação Edson Queiroz. Pelo reconhecimento dessa atuação, é comemorado, em 12 de março, o Dia do Bibliotecário.
“O bibliotecário é um agente de transformação da sociedade na medida que trata a informação em seus vários suportes e a entrega de forma selecionada ao seu usuário. Somente por meio da informação será possível desenvolver o espírito crítico dos cidadãos, possibilitando a sociedade ser mais justa e igualitária” — Leonilha Lessa, gerente da Biblioteca Central da Unifor.
A profissão foi regulamentada em 1962 e, desde então, vem ganhando cada vez mais reconhecimento e notoriedade. A lei nº 12.244 de 2010, por exemplo, determina que todas as escolas brasileiras devem ter bibliotecas com atuação de bibliotecários, fortalecendo assim o mercado de trabalho no segmento.
Responsabilidade com o conhecimento
Ser bibliotecário é possuir, acima de tudo, responsabilidade na mediação da informação e do conhecimento para as pessoas. Esse é o lema de Márcio Nunes, que atua como bibliotecário na Unifor desde 2007.
De acordo com ele, o desejo de atuar na área surgiu enquanto cursava outra graduação e utilizava, com frequência, serviços da biblioteca. Certo dia, conversou com uma estudante de biblioteconomia que atuava no atendimento, o que lhe trouxe uma nova visão profissional. “Ela me falou sobre a profissão, sobre o curso e gostei bastante. Um ano depois decidi prestar um novo vestibular”, afirma.
“Informação é uma potência que inspira e empodera as pessoas. A atuação dos bibliotecários é fortemente pautada por essa missão de mediar e preservar as fontes de informação impressas e digitais para as gerações futuras” — Márcio Nunes, bibliotecário da Unifor.
Em 2002, finalizou sua graduação e, após alguns anos, ingressou na Universidade de Fortaleza — onde realmente se firmou no ofício e segue, até hoje, como bibliotecário do Setor de Desenvolvimento de Coleções.
“É uma honra trabalhar na Biblioteca da Unifor, que acolhe um plural patrimônio bibliográfico e tem uma equipe empenhada em atender as necessidades de informação dos alunos, pesquisadores e professores da Universidade”, declara Márcio.
Transformadora social
Thailana Tavares é bibliotecária da Universidade de Fortaleza desde 2019. Na instituição, está tendo a oportunidade de exercer a profissão que sua mãe a incentivou desde jovem.
“Ela tinha uma amiga que era bibliotecária do setor público e era muito realizada profissionalmente. Eu, ainda na dúvida sobre que carreira seguir após o ensino médio e como aproveitar minha nota no SISU, confiei no que ela me dizia”, revela.
Durante a trajetória acadêmica em biblioteconomia, ela pode vivenciar várias facetas de atuação ocupacional por meio de estágios em bibliotecas públicas, arquivos e até trabalho em conservação e restauro de acervo bibliográfico.
Já graduada, Thailana atuou voluntariamente em bibliotecas comunitárias enquanto fazia uma pós-graduação em Administração, além de outros cursos de extensão para dar continuidade aos estudos. Após alguns anos, chegou à Universidade de Fortaleza.
“Gosto do poder de transformação que a minha profissão tem. A informação é poderosa, a leitura é transformadora. A partir do momento que a base do nosso trabalho é a seleção, a organização e a mediação da informação para a comunidade acadêmica, o bibliotecário se torna agente ativo no processo de formação do sujeito, desde a formação profissional deste à formação humana” — Thailana Tavares, bibliotecária da Unifor.
Na Unifor, ela é responsável pela Videoteca. Sua atuação engloba a gestão do acervo audiovisual e das salas de exibição, além de coordenar projetos de culturais e educacionais em parceria com professores, como os cine-debates da programação mensal do setor. Também é a bibliotecária responsável pela gestão do acervo fotográfico da instituição.
Além do processo tradicional pertinente à comunidade acadêmica, Thailana busca oferecer suporte para metodologias de ensino alternativas, principalmente voltadas para o diálogo entre produções audiovisuais e a educação tradicional da sala de aula. Seu intuito é expandir possibilidades de ensino e aprendizagem na Universidade.
“É uma experiência enriquecedora, tendo em vista que a Unifor oferece infraestrutura para que essas ideias sejam possíveis na prática. Não são todas as universidades que possuem, exclusivamente, um acervo audiovisual com salas equipadas para reprodução de som e imagem”, finaliza.
Quer se tornar bibliotecário?
A bibliotecária Leonilha Lessa listou quatro dicas para quem deseja ingressar na profissão:
1 - Amar o universo dos livros
É preciso gostar de livros em seus vários suportes: impressos, digitais ou falados. “Existe sempre um leitor para cada livro, e existe sempre um livro para cada leitor” (Ranganathan)
2 - Estar atento às novas tecnologias
A tecnologia é indispensável para todos os profissionais, com os bibliotecários não é diferente. Ela se torna uma ferramenta indispensável para a atuação.
3 - Cuidado com o acolhimento
Perfil acolhedor é necessário, uma vez que os leitores são de múltiplos perfis.
4 - Criar e inovar
Ser criativo e inovador trará muitos benefícios para as unidades de informação e para os usuários que o bibliotecário estiver atuando, ampliando suas formas de atuação.
Conheça a Biblioteca Central
A Biblioteca da Unifor tem uma infraestrutura de qualidade distribuída em uma área de 5.000m² (Foto: Ares Soares)
A Biblioteca Central da Unifor possui um dos maiores e mais completos acervos de universidades particulares do Brasil. São mais de 120 mil títulos, em um total de mais de 330 mil documentos/obras nas áreas de jurídicas, tecnológicas, da saúde, de comunicação e gestão.
O espaço também possui equipamentos de referência literária e acadêmica, com bastante relevância para o cenário cearense: Acervos Especiais, Coleção Rachel de Queiroz e Cordelteca Maria das Neves Baptista Pimentel.
Além disso, a Biblioteca disponibiliza diversos serviços à comunidade acadêmica, como empréstimos de livros e vídeos, reservas de videotecas, orientações sobre normalização de TCC e levantamento de cursos livres e gratuitos com certificação. Saiba mais sobre os serviços aqui.