null Diretor da Capes ministra palestras sobre o processo de avaliação dos programas de pós-graduação

Qui, 21 Março 2024 17:26

Diretor da Capes ministra palestras sobre o processo de avaliação dos programas de pós-graduação

A convite da diretoria da Pós-Unifor, o professor Paulo Jorge dos Santos esteve na universidade e conversou com docentes e coordenadores dos programas de pós-graduação da instituição


O professor Paulo Jorge dos Santos é Diretor de Avaliação da Capes desde 2022; de 2014 a 2022 ele atuou como coordenador da área de Biodiversidade da entidade (Foto: Ares Soares)
O professor Paulo Jorge dos Santos é Diretor de Avaliação da Capes desde 2022; de 2014 a 2022 ele atuou como coordenador da área de Biodiversidade da entidade (Foto: Ares Soares)

A Universidade de Fortaleza - instituição mantida pela Fundação Edson Queiroz -, por meio da Diretoria de Pós-Graduação, recebeu o Diretor de Avaliação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) - Fundação do Ministério da Educação (MEC) - para uma conversa com os professores e coordenadores dos Programas de Pós-Graduação da Unifor. Em encontros realizados nos dias 20 e 21 de março, o professor Paulo Jorge Parreira dos Santos falou sobre o protagonismo do docente no processo de avaliação da Capes, bem como o presente e o futuro da avaliação dos programas de pós-graduação.

Segundo a diretora da Pós-Unifor, professora Christina Praça, o convite ao diretor da Capes teve como objetivo evidenciar o protagonismo dos docentes da pós-graduação stricto sensu no processo de avaliação. “Eu tenho a premissa de que se fizermos bem o que precisamos entregar no nosso dia a dia, os resultados positivos da avaliação vêm por consequência. Queremos que, ao conhecer as diretrizes e linhas que são preconizadas pela avaliação da Capes, cada docente se reconheça nesse processo”, ressalta.

Na ocasião, Paulo Jorge enfatizou que a nota concedida pela Capes aos programas de pós-graduação está muito mais relacionada com a gestão e qualidade da informação que é coletada e apresentada à Fundação, coleta essa que é responsabilidade dos programas. “A nossa avaliação é feita em cima de dados factuais que são apresentados pelo programa. Se ele não apresenta da melhor forma possível esses dados, sua avaliação vai ficar prejudicada”, sublinha.

O diretor da Capes lembrou também que, uma vez que as pesquisas e publicações realizadas nos cursos de mestrado e doutorado são, em sua maioria, um trabalho conjunto entre professores e alunos, é fundamental investir na qualidade de todos os processos do programa, particularmente da formação. Assim, todos devem estar comprometidos, especialmente as coordenações.

“Pensando nisso, introduzimos, de forma mais explícita, a importância dos processos de autoavaliação e de planejamento estratégico. Ou seja, o segredo é estar olhando o programa o tempo todo por meio da autoavaliação e fazer com que esse olhar se reflita, por meio do planejamento estratégico, em mudanças para aperfeiçoar o processo de formação e de produção intelectual”, destaca Paulo Jorge, que acrescenta ainda a importância de buscar as experiências bem-sucedidas daqueles programas que já conseguiram alcançar notas melhores.

Em resumo, a principal mensagem deixada por Paulo é que a avaliação da Capes não serve apenas para fazer o ranqueamento dos programas e atribuir nota. Ele afirma que o aspecto mais importante da avaliação é o seu papel indutor, ao dar rumo e perspectiva de futuro, de melhoria na qualidade de formação dos mestres e doutores e, consequentemente, da produção intelectual advinda desse processo de formação

Mais sobre a avaliação da Capes

A Capes  tem como missão a expansão e consolidação da pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) no Brasil. A Diretoria de Avaliação é responsável pelo acompanhamento dos programas de pós-graduação, por meio tanto da avaliação de entrada quanto da avaliação de permanência. Assim, a Fundação monitora e mantém a qualidade dos programas de pós-graduação de todas as áreas no país. 

Estas avaliações, segundo Paulo Jorge, são feitas a partir das propostas que vêm das instituições, que são debatidas nas áreas de avaliação e levadas para um conselho técnico-científico. “Dessa forma, a diretoria, além da responsabilidade de organizar essa estrutura de avaliação, o diretor também preside o conselho técnico-científico da educação superior. Ou seja, na verdade, todas as deliberações sobre a aprovação de novos cursos ou sobre as notas que são dadas, apesar de não estarem sob o controle, estão sob a presidência da diretoria de avaliação em conjunto com o conselho técnico-científico”, detalha.

A avaliação da Capes está baseada também em um conjunto extenso de portarias normativas, que precisam ser revisadas continuamente. “Uma das divisões, uma das áreas e coordenações gerais que nós temos dentro da diretoria de avaliação, trata justamente dessa parte de normatização da avaliação, algo que é motivo de bastante discussão e trabalho dentro da nossa diretoria”, conclui.

Sobre Paulo Jorge dos Santos


Foto: Ares Soares

Paulo Jorge Parreira dos Santos concluiu doutorado em Oceanografia em 1995 pela Université de Bordeaux I (França) e é Professor Titular do Departamento de Zoologia da Universidade Federal de Pernambuco desde 2017. Foi Diretor de Pesquisa da UFPE (2015-2019), Coordenador da Área de Biodiversidade (2013-2022) e, de 2015 a 2022, foi membro titular do CTC-ES. É atualmente Diretor de Avaliação da Capes. Tem experiência nos seguintes temas: meio- e macrobentos, Copepoda Harpacticoida, ecologia de manguezais, de recife, de praias arenosas e de mar profundo, monitoramento ambiental, efeitos de impactos antrópicos e mudanças climáticas na biodiversidade. Atua como revisor ad-hoc de periódicos nacionais e internacionais e para diversos órgãos de fomento.