seg, 27 março 2023 10:13

Conheça os fundadores e gestores da Fundação Edson Queiroz, mantenedora da Unifor

Em 2023, a Universidade de Fortaleza completa 50 anos de existência graças à gestão de grandes líderes comprometidos com o futuro

Nascida na década de 1970 — em um contexto marcado pelo profundo déficit de escolaridade e por um atraso regional que motivou sua criação em 26 de março de 1971 —, a Fundação Edson Queiroz (FEQ) foi uma das formas encontradas pelo industrial Edson Queiroz de retribuir, na forma de responsabilidade social, tudo o que a sua terra lhe concedera.

O maior dentre os projetos sociais adotados pela Fundação se materializou na Universidade de Fortaleza, a Unifor, que, em 2023, celebra cinco décadas de serviços à sociedade cearense. 

Em 50 anos de existência, a Unifor consolidou ações de melhoria nos índices do estado do Ceará por meio de projetos de ensino, pesquisa e extensão, contribuindo na formação de, aproximadamente, 100 mil estudantes em 40 cursos de graduação e mais de 18 mil em cursos de pós-graduação.

A instituição foi um sonho de Edson e de milhares de cearenses. Para chegar até aqui, foi preciso o trabalho árduo dos seus fundadores e principais incentivadores, que apresentamos a seguir.

+ Confira a linha do tempo dos 50 anos da Universidade de Fortaleza

Edson Queiroz

Filho de Genésio Clementino de Queiroz e Cordélia Antunes Ferreira, Edson Queiroz nasceu no dia 12 de abril de 1925, domingo de Páscoa, no município de Cascavel, distante cerca de 60 km da Capital cearense.

A trajetória do industrial começou em 1951 quando, com apenas 26 anos, adquiriu uma distribuidora de gás de cozinha em Fortaleza. Ali nasceu o Grupo Edson Queiroz (GEQ), um dos maiores conglomerados empresariais do Brasil, com atuação nas áreas de comunicação, educação, gás, água, pecuária e indústria. 

Visionário, Edson buscava sempre expandir os negócios, e foi com esse objetivo que, em 1962, adquiriu o controle acionário da Rádio Verdes Mares, que mais tarde se tornaria o Sistema Verdes Mares, braço de mídia do GEQ.

Em 1983, a atuação no ramo de metalurgia iniciou com duas empresas: a Tecnomecânica Norte – Tecnorte, fabricante de recipientes para GLP, e a Estamparia e Esmaltação Nordeste Esmaltec, fabricante de fogões domésticos. Em março de 1984, as duas empresas passam por uma fusão, sendo incorporadas pela Tecnomecânica Esmaltec Ltda. 

Já a Fundação Edson Queiroz (FEQ) surgiu em 26 de março de 1971, em meio a um profundo déficit de escolaridade no Ceará e por um quadro constrangedor de atraso regional. A FEQ foi uma das formas encontradas pelo industrial Edson Queiroz de retribuir, em forma de responsabilidade social, tudo o que a sua terra já lhe concedera.

O maior dentre os projetos sociais adotados pela Fundação se materializou na Universidade de Fortaleza, a Unifor. Primeiro chanceler da instituição, Edson faleceu em 1982, vítima de acidente aéreo na Serra da Aratanha, em Pacatuba. 

Yolanda Queiroz

Terceira filha do casal Maria Pontes e Luiz Vidal, Yolanda Vidal Queiroz, nasceu no dia 12 de novembro de 1928. Casou-se com o empresário Edson Queiroz, no dia 8 de setembro de 1945, na Igreja do Carmo, Centro de Fortaleza.

Com o falecimento do marido, ela se torna presidente do Grupo Edson Queiroz, cargo que ocupou por 34 anos até seu falecimento, em 2016. Comandou o crescimento e a consolidação das empresas, construídas ao lado do marido, com o apoio dos filhos Airton e Edson Queiroz Filho.

Antes mesmo de assumir, Yolanda esteve junto a Edson nas tomadas de decisões nos negócios, dando conselhos e colaborando com pesquisas e estudos.  Em sua autobiografia “Yolanda Vidal Queiroz - Momentos” (2015), ela descreve as viagens inesquecíveis, as grandes conquistas e como sempre incentivou os filhos a serem empreendedores e bons nos negócios como o pai deles. “Sou curiosa, bem-humorada e feliz”, escreveu.

Criada em uma casa onde as pessoas tocavam instrumentos e recitavam poesia, Yolanda cresceu em meio à beleza da arte. Foi responsável por introduzir Edson Queiroz no universo da cultura e por ter a ideia de fundar a Unifor.

Com uma inteligência acima da média, o apreço às artes e as inúmeras viagens ao exterior acabaram por influenciar os filhos — especialmente Airton, que investiu nas ações de mecenato e construção da Coleção da Fundação Edson Queiroz e da Biblioteca Acervos Especiais.

Em 2001, Yolanda recebeu a Medalha do Mérito Industrial outorgada pela Confederação Nacional da Indústria; em 2007, recebeu a Ordem do Mérito Industrial através da mesma instituição. Foi agraciada, em 2010, com a Medalha Antônio Drumond pelos 40 anos da TV Verdes Mares. Em 2012, foi homenageada com o Diploma de Sócia Honorária da Casa do Ceará, em Brasília. Já em 2013, recebeu a Medalha da Abolição, a maior condecoração do Estado do Ceará.

Airton Queiroz

Primogênito de Edson e Yolanda, Airton José Vidal Queiroz nasceu em 14 de agosto de 1946. Assumiu a presidência da Fundação aos 36 anos, logo após o falecimento do pai, em 1982. 

Graduado em Ciências Econômicas e considerado um grande gestor, ele transformou a Unifor em um polo cultural de referência, com ações que vão além dos limites do campus. A sintonia e ousadia dos projetos acadêmicos de ensino, pesquisa e extensão levaram a instituição a ser considerada a melhor universidade privada do Norte/Nordeste. 

Casou-se com Celina Leal Queiroz, grande incentivadora das artes e da cultura. Reconhecendo os esforços da esposa na promoção de talentos artísticos, o chanceler a homenageou com a criação do Teatro Celina Queiroz.

Sob sua administração, o campus da Unifor foi expandido, com a criação do Complexo Esportivo, Espaço Cultural, Biblioteca de Acervos Especiais, Núcleo de Atenção Médica Integrada (NAMI), Biblioteca Central, Centro de Convivência, Escritório de Práticas Jurídicas, entre outros equipamentos.

Dentre os títulos e prêmios já recebidos, Airton foi homenageado pela Universidade de Havre, na França, com o título de doutor honoris causa, em 2011, por sua contribuição em favor da educação no Brasil. Em 2014, Airton Queiroz recebeu a maior comenda do Ceará, a Medalha da Abolição, entregue pelo então governador Cid Gomes.

Uma das últimas homenagens feitas a Airton Queiroz foi a mais alta condecoração no grau cavalheiresco de comendador da sociedade brasileira, oferecida pela Ordem JK, em 2016, em reconhecimento por sua atuação nas artes, cultura e educação. Faleceu em 2017, um ano após a partida de sua mãe.

Lenise Queiroz Rocha

Atual presidente da Fundação Edson Queiroz (FEQ), Lenise Queiroz Rocha assumiu o cargo em 2017, após o falecimento do chanceler Airton Queiroz, seu irmão. Ela nasceu no dia 25 de setembro de 1956 e é a quinta filha do casal Yolanda e Edson. Graduou-se em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Ceará (UFC), em 1979, e logo começou a atuar nos negócios da família. 

Começou como estagiária da Indaiá Brasil Águas Minerais, em 1980,  onde chegou à gerência, permanecendo na função até 1983. Desde então, seguiu como acionista, participando ativamente da companhia. Em 1993, fundou o Hospital São Mateus, ficando à frente da gestão até agosto de 2021. Além disso, atua no ramo de incorporações desde 1986 com a empresa Empreendimentos QR. 

Em seu vasto currículo de responsabilidade associativa, participou de diversas entidades, ocupando importantes cargos nos segmentos social e empresarial. Foi integrante do Pacto Empresarial do Ceará, em 1991; diretora do Centro Industrial do Ceará, em 1990; a primeira mulher a presidir a Associação Brasileira de Agências de Viagens do Ceará, de 1989 a 1991; e sócia-proprietária da Free Way Viagens e Turismo, de 1983 a 2010. 

Desde 1982, é curadora da FEQ, tendo assumido a presidência da instituição em agosto de 2017. À frente da Fundação, Lenise liderou diversas iniciativas na Universidade de Fortaleza, ancoradas nos três pilares da instituição: ensino, pesquisa e extensão. Dentre elas, a inauguração do Complexo de Medicina Veterinária e a implementação do Polo de Pesquisa, com 13 laboratórios nas áreas de tecnologia, saúde e biotecnologia. 

À frente das iniciativas culturais promovidas pela FEQ, Lenise inaugurou diversas exposições nacionais e internacionais. Realizou edições da Unifor Plástica, uma das principais vitrines de apreciação das artes visuais do país e espaço de valorização dos artistas cearenses.

E, para ampliar ainda mais o acesso da população cearense ao universo das artes, lançou o projeto do Complexo Cultural Yolanda e Edson Queiroz, que será construído na área onde funcionava o antigo Centro de Convenções do Ceará.