seg, 27 novembro 2023 12:14
Meio século de inovação nas Ciências Contábeis
Com formação alinhada às novas tecnologias e às novas práticas mercadológicas, o curso de Ciências Contábeis exporta, há 50 anos, gestores aptos a analisar negócios, com diversas possibilidades de atuação
Há meio século, surgia um ambiente de ensino com sede de progresso e desenvolvimento. Junto com ele, vieram cursos essenciais para mergulhar na vanguarda e exportar profissionais e pensadores capazes de fazer crescer toda uma região. Foi assim — com este espírito de vanguarda — que nasceu, em 1973, o curso de Ciências Contábeis da Universidade de Fortaleza, instituição vinculada à Fundação Edson Queiroz.
Mas de lá para cá, o mundo mergulhou em um ritmo frenético de globalização. A imagem do contador imerso em planilhas e cálculos vai saindo do imaginário com a transformação digital, abraçada em velocidades distintas pelas empresas. O modo de trabalhar mudou, e agora quem atua na contabilidade deve imergir cada vez mais em análise, estratégia e decisão. Gerir e liderar faz parte de um futuro que já chegou.
A formação em Ciências Contábeis da Unifor preservou uma característica crucial desde o seu nascimento: ser vanguarda. Por isso, acompanha as transformações econômico-sociais de meio século e agora se apresenta estruturado para atender ao perfil moderno do gestor contábil das organizações, sempre conectado às novas ferramentas tecnológicas.
“Na sua criação, o curso foi pensado para formar um profissional que fosse capaz de gerenciar o patrimônio, apurar resultados e gerar informação para a tomada de decisões das organizações”, conta Alexandra Siebra, coordenadora da graduação em Ciências Contábeis presencial e EAD. Mas desde então, vem passando por uma série de transformações, acompanhando as tendências culturais do mundo e das organizações.
“O grande diferencial do curso é ele se reorganizar e se reprogramar na perspectiva de um profissional que agora é analista de negócios, que pensa em gerar informação para tomada decisão, considerando pessoas e tecnologia cada vez mais, e considerando a segurança patrimonial não só das pessoas jurídicas, mas também de pessoas físicas”, afirma a professora.
No começo de tudo, um corpo docente já alinhado ao mercado
Martonio Coelho já trabalhava com contabilidade quando ingressou na primeira turma do curso de Ciências Contábeis da Unifor. Era 1973, e a estrutura da Universidade era bem menor do que o campus atual. Ele havia concluído um curso técnico de nível médio na área, quando vislumbrou a possibilidade de fazer a graduação na nova universidade que surgia na cidade, já aliando o tripé ensino, pesquisa e extensão.
“Como já era proprietário de um escritório de contabilidade, nada melhor do que me qualificar para o mercado com essa oportunidade que a Universidade estava nos dando”, conta. Ele diz que a Unifor passou a fazer parte de sua história de vida profissional e lembra com carinho dos blocos de salas de aula, em forma de galpões.
“Muito acanhado, mas já naquela época, predominava o verde em todo o campus. Onde hoje funciona a Biblioteca, funcionava a Reitoria, as construções eram simples, no entanto muito acolhedoras”, rememora. Entrar hoje na Unifor para ele é vislumbrar toda uma evolução arquitetônica, sem interferência na arborização. “Sempre foi uma marca do campus o aconchego, com espaços harmoniosos. O que também chama a atenção é o avanço tecnológico”, acrescenta.
Logo que terminou o curso, Martonio pôde consolidar a sociedade empresarial na área de contabilidade, com a criação da Marpe Contabilidade Associados. “Ainda hoje é uma referência no mercado”, celebra o egresso, que acredita que a preocupação constante de integrar um corpo docente alinhado ao mercado ampliava as chances de ter êxito ao empreender na área.
“A Unifor, pioneira como instituição privada, buscou à época trazer para o corpo docente professores de muito nome no mercado profissional e acadêmico, e isso era um diferencial, pois nos deu uma visão de mercado bem consistente.” — Martonio Coelho, egresso da primeira turma do curso de Ciências Contábeis
A carreira de Martonio não parou por aí. A performance durante a graduação acabou o levando também ao magistério: chegou a lecionar nos cursos de Ciências Contábeis, Administração e Economia, permanecendo na Unifor por mais de 30 anos.
“Por conta da minha formação, galguei várias posições em diversas entidades de classe”, relembra o egresso que foi presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Ceará, presidente do Conselho Federal de Contabilidade e presidente da Fundação Brasileira de Contabilidade.
A capacidade de se adaptar para corresponder aos novos tempos
Se desde os primeiros passos a Unifor preocupava-se em compreender o mercado e oferecer aos alunos uma formação moderna, isso foi intensificado ao longo destes 50 anos. A coordenadora Alexandra Siebra destaca que o universo dos negócios mudou.
O mundo globalizado abriu mais espaço para o empreendedorismo e para os autônomos, e o profissional da contabilidade passou a permear também esses novos processos para dar segurança às organizações e auxiliar empresários e pessoas físicas em seus negócios. Passou, com isso, a mergulhar na inteligência analítica, na tecnologia, no marketing e na gestão de pessoas.
No Ceará, há um mercado particularmente promissor para os experts na área. “É um estado hoje que se configura como um player importante no cenário mundial, quando a gente fala, por exemplo, em transição energética com o hub de hidrogênio verde”, explica Alexandra.
Há uma demanda por novos modelos de negócios e arranjos produtivos que têm no profissional de contabilidade um ator importante para auxiliar as organizações, seja mitigando riscos ou potencializando oportunidades. Ele pode atuar, por exemplo, identificando quais são os softwares recomendados, quais plataformas devem ser utilizadas, como ele pode fazer determinada análise dos dados.
“Esse contabilista hoje é um profissional muito mais sistêmico e à frente do seu tempo, na medida em que ele contempla todas essas competências, seja na área das exatas ou também nas competências socioemocionais, que são extremamente importantes quando falamos em patrimônio, finanças e tributos, por exemplo”, explica Alexandra.
Se antes o curso formava contadores, agora forma o empresário contábil, que é analista, trabalha com auditoria, como perícia ou no compliance. “Então as possibilidades, tanto na área pública quanto na privada, elas só se expandiram”, celebra Alexandra.
A estrutura cresceu com uma formação baseada em experiência
Diante de tantas mudanças, o curso de Ciências Contábeis da Unifor também evoluiu para responder com excelência às exigências dos novos tempos. Ampliou laboratórios, seguiu na qualificação constante do corpo docente, criou estruturas para dar ao aluno vivência prática desde a graduação, além de implementar ferramentas para facilitar sua entrada no mercado de trabalho.
Um diferencial neste sentido é o Núcleo de Apoio Contábil Fiscal (NAF), um projeto de extensão da Unifor pelo qual alunos voluntários prestam orientação cidadã à sociedade sob tutela de docentes do curso de Ciências Contábeis. Entre os serviços ofertados, estão o preenchimento da declaração do Imposto de Renda, regularização de CPF e orientações sobre questões contábeis e tributárias.
“Nossos alunos são capacitados dentro de órgãos como a Receita Federal para prestar informações e orientações para a comunidade”, explica Alexandra. Somente neste ano, já foram mais de mil atendimentos à comunidade no NAF, que tem convênio com Receita Federal, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Finanças.
A Unifor também conta com um escritório patrocinado dentro do campus, da Formma Contábil. “É um escritório de contabilidade que utiliza as instalações da Unifor e presta serviços para a instituição, docentes e alunos”, diz Alexandra. O espaço oferece ainda bolsas de estágios aos estudantes da Universidade, propiciando aprendizagem e prática em um só lugar.
O curso de Ciências Contábeis está dentro de uma escola de negócios capitaneada pelo Centro de Ciências da Comunicação e Gestão (CCG). Há um ecossistema todo desenhado para atender todos os discentes da área de gestão, em todas as vertentes necessárias. Nesta perspectiva, o Escritório de Gestão, Empreendedorismo e Sustentabilidade (EGES) é outro espaço aberto aos alunos de Contábeis.
“No ensino, temos as salas de aulas ‘invertidas’, com metodologia ativa, em que, nas disciplinas práticas, trazemos o mercado e nossos parceiros estratégicos para estarem na sala de aula, para que os nossos alunos possam ter uma formação de competências baseada em experiência.” — Alexandra Siebra, coordenadora do curso de Ciências Contábeis
Uma formação completa
Lorena Sales Silveira está no sétimo semestre de Ciências Contábeis na Unifor. Depois de cursar Direito e fazer duas pós-graduações, ela não se sentia completa profissionalmente. Por isso, resolveu se dedicar ao mundo da contabilidade.
“Diante da experiência que tive ao cursar Direito, não pensei em outra universidade para uma segunda graduação. Queria uma experiência completa na área, com professores que possuem autoridade em gestão e com uma estrutura preparada para as novas demandas do mercado”, conta.
Ingressou na graduação na época em que se falava que a profissão deixaria de existir diante das novas tecnologias, mas não se acanhou com a “ameaça”. Na Unifor, descobriu que as Ciências Contábeis não são só dados e operação, mas gestão. “E isso implica em uma evolução da forma como o contador irá atuar, permitindo uma nova gama de possibilidades”, afirma.
Uma inspiração neste sentido, para ela, é ter na Universidade uma grande defensora e referência nacional na contabilidade como Maria Clara Bugarim, que tem lutado pela manutenção de uma matriz de ensino atualizada com as tendências internacionais.
A Vice-Reitora de Ensino de Graduação e Pós-Graduação tomou posse neste ano como presidente do Comitê de Integração Latino Europa-América (Cilea), uma associação que reúne organizações profissionais em Economia e Contabilidade de países europeus e americanos com raízes latinas, que juntas representam mais de um milhão de profissionais.
+ Maria Clara Bugarim é a nova presidente do Comitê de Integração Latino Europa-América
Lorena diz que, para além deste respaldo, tem aproveitado todas as oportunidades possíveis na Unifor para uma formação completa. No segundo semestre, vivenciou o NAF, ajudando a comunidade com atividades práticas e direcionadas aos microempreendedores e às dúvidas relacionadas ao imposto de renda.
Também foi monitora de Contabilidade Financeira e de Contabilidade Intermediária, ajudando os demais alunos na compreensão da matéria e a aprender ainda mais. Além disso, participou da pesquisa acadêmica nos Encontros Científicos, com artigos voltados à iniciação à docência. Também integrou um projeto de mentoria acadêmica, em que teve contatos semanais com coordenadores de diferentes cursos.
Um projeto na Central de Carreiras viabilizou à discente uma imersão na empresa Sankhya, uma das maiores do país, e ela foi selecionada para um programa de estágio contábil fiscal. “A partir desse estágio, fui efetivada como analista de implantação após três meses de estágio. E, após mais um ano, fui promovida a consultora de implantação”, celebra. Lorena está agora tendo experiências de gestão em segmentos múltiplos, vivenciando a contabilidade em amplos formatos.
“Todas as experiências que a Unifor me proporcionou somente alavancaram minha carreira, possibilitando uma evolução contínua e constante. Da teoria à prática, estou em uma Universidade, de fato, completa. Minha carreira foi moldada por experiências riquíssimas nesses quase quatro anos. Além disso, as pessoas foram um diferencial na minha trajetória.” — Lorena Sales, aluna do curso de Ciências Contábeis
Para a aluna, o futuro da contabilidade já chegou e está associado à inovação, seja com a aplicação de novas tecnologias ou com as novas práticas de mercado, que estão mais interligadas à sustentabilidade e ao compliance. “O mundo empresarial depende da contabilidade para evoluir, e o profissional contábil deve estar sempre atento para encontrar o seu próprio mercado”, acredita.
A sociedade avalia bem o curso!
A Unifor faz jus aos novos tempos. Com um corpo docente preparado, a busca constante pela atualização curricular, núcleos para a aprendizagem baseada na experiência e programas de monitoria e extensão, oferecemos uma formação moderna e conectada às novas tecnologias. É um universo de possibilidades que vem ganhando cada vez mais o reconhecimento da sociedade e de instituições ligadas à educação.
O curso de Ciências Contábeis está entre as 17 graduações da Universidade classificadas como primeiro lugar entre as instituições privadas do Ceará pelo Ranking Universitário Folha (RUF) 2023, o mesmo que mais uma vez colocou a Unifor como a melhor universidade particular do Norte e Nordeste.
+ Curso de Ciências Contábeis da Unifor é primeiro lugar no Ceará!
“Hoje estamos muito felizes de saber que é um curso que efetivamente está entregando qualidade para a sociedade”, afirma a coordenadora Alexandra, mencionando o foco em pesquisa que foi fortalecido e a preparação do corpo docente, além da oferta das Super Bolsas Filantrópicas que ajudam a promover a inclusão na universidade.
Uma história de meio século a ser celebrada
Todo o reconhecimento é fruto de uma história feita a muitas mãos durante meio século. “Com 50 anos de atuação, o curso de Ciências Contábeis da Unifor acompanha as transformações econômico-sociais e é estruturado para o atendimento do perfil moderno do gestor contábil das organizações, essencialmente estratégico, proativo e que se antecipa aos possíveis riscos do negócio e auxilia na percepção das oportunidades, sempre conectado às novas ferramentas tecnológicas”, resume a professora do curso, Roselene Couras Del Vecchio da Ponte.
A história dela com a Unifor começou em 1994, quando ingressou no campus como aluna. Foi lá que ela se aperfeiçoou pessoal e profissionalmente e se tornou professora. “Fiquei extremamente feliz e realizada ao saber da minha aprovação e poder voltar para a instituição na qual concluí meu primeiro degrau de qualificação acadêmica”, conta.
Dentro da Universidade, ela viu o mercado mudar ao longo das décadas. Os papéis (formulários, notas fiscais, livros de escrituração fiscal e contábil) foram desaparecendo e tudo passou a ser registrado nos programas e sistemas que auxiliavam aos contadores e demais profissionais da área contábil.
O contador desempenhava o papel de funcionário responsável apenas por “calcular impostos” e “cuidar do departamento fiscal” de uma empresa. “Hoje, o contador é chamado a ter conhecimentos e habilidades diversas de tal modo, que seja capaz de atender as demandas advindas das questões de evolução tecnológica e de legislação”, explica a docente.
Roselene agora ajuda a formar contabilistas modernos, com habilidades em outras áreas do conhecimento, como métodos quantitativos, tecnologias e legislação. Para ela, a Unifor se adaptou ao futuro “de maneira brilhante”, sem perder o foco. “Sempre atenta às novas demandas do mercado de trabalho, trazendo oportunidades de carreira para os alunos, promovendo a integração da pesquisa e extensão, proporcionando apoio individualizado ao estudante e inovando”, explica.
“[A Unifor ministra] a melhor formação em Ciências Contábeis, proporcionando ao aluno ser capaz de analisar as influências do ambiente econômico sobre as alterações patrimoniais, ensinando-o a produzir informações estratégicas para o sistema gestor de uma instituição em direção às soluções assertivas, direcionadas às questões financeiras, tributárias e patrimoniais de uma empresa, por meio de atividades como registro de receitas, despesas, custos e lucro, assim como auxiliar no controle do negócio.” — Roselene Couras, docente do curso de Ciências Contábeis e egressa da Unifor
Bagagem para trajetórias de êxito
Atual presidente da Cagece, Neuri Freiras entrou na Unifor em 1995. Queria trabalhar como profissional autônomo e entendia que esta era uma profissão obrigatória para as empresas. “Assim, teria uma situação para boa empregabilidade e poderia empreender como profissional da área ou empresário”, diz ele, que na época pensava em abrir uma empresa e trabalhar na prestação de serviços.
“O curso transformou minha vida para melhor”, afirma. O universitário trabalhava na antiga TeleCeará e decidiu, no fim do bacharelado, pedir demissão e se preparar para um novo mercado de trabalho em contabilidade. Acabou passando em um concurso da Cagece com a formação em Ciências Contábeis, migrou para diversos setores e hoje é presidente da companhia.
Ele diz que a graduação foi fundamental para tudo isso: “Ao longo desse período, a gente vai acumulando conhecimentos, aprendizados, vai criando um pouco mais de maturidade. Mas o curso me deu uma bagagem muito boa e me fez ver o negócio da empresa de uma forma diferente. Para mim, foi transformador”.
“A Unifor é uma universidade muito boa, excelente. Ela dá toda a condição e todos os recursos necessários para evoluirmos como pessoa e como profissional.” — Neuri Freiras, egresso do curso de Ciências Contábeis e presidente da Cagece
Neuri conta que, especialmente dos anos 2000 para cá, houve uma mudança significativa no perfil do contador. Ele diz que uma visão próxima da atuação deste profissional hoje já era estimulada naquela época, quando concluiu o curso na Unifor, de um contador que geraria informações ao mercado e daria suporte às empresas.
“Já era uma perspectiva bem diferente daquela contabilidade antiga, que só ficava naquela questão de um registro contábil seguindo a técnica contábil, obviamente que isso precisa ainda acontecer, mas hoje precisamos ir além”, finaliza.