Meio século de versatilidade e potência na Engenharia Mecânica

seg, 25 setembro 2023 11:05

Meio século de versatilidade e potência na Engenharia Mecânica

Com matriz curricular moderna, simbiose perfeita entre teoria e prática e infraestrutura de ponta, a Universidade de Fortaleza forma engenheiros mecânicos de excelência há 50 anos 


Da Unifor, saem profissionais versáteis e aptos a atuar com gestão e soluções tecnológicas (Foto: Ares Soares)
Da Unifor, saem profissionais versáteis e aptos a atuar com gestão e soluções tecnológicas (Foto: Ares Soares)

No Ceará dos anos 1970, a demanda era grande para importar máquinas para a produção do algodão em pluma à cera de carnaúba. Havia um espaço que precisava ser ocupado para multiplicar mão de obra qualificada no mercado.

Por isso, o visionário industrial Edson Queiroz decidiu incluir a mais versátil das engenharias — a mecânica — entre as primeiras graduações lançadas junto ao nascimento da Universidade de Fortaleza, instituição vinculada à Fundação Edson Queiroz.

“A engenharia estava em alta, o que gerou maior empregabilidade na época”, conta a coordenadora do curso, Julietty Morais, reforçando que a graduação nasceu compartilhando o propósito da Unifor: contribuir com o desenvolvimento do Ceará e do Brasil.

De lá pra cá, a área foi se especializando cada vez mais e incorporando novas tecnologias. O curso de Engenharia Mecânica cresceu junto, ganhando de laboratórios bem equipados a professores com mestrado e doutorado. Atualizou a matriz curricular para formar profissionais afinados aos novos tempos tecnológicos e à indústria 4.0.

Em uma simbiose perfeita entre teoria e prática, a Universidade mantém pontos chave desde seus primórdios, como o auxílio à empregabilidade e à excelência. Daqui, saem engenheiros versáteis e aptos a atuar com soluções tecnológicas e inovadoras. São egressos prontos para desenvolver, projetar e supervisionar a produção de máquinas, equipamentos, veículos, sistemas de aquecimento e de refrigeração e ferramentas específicas da indústria mecânica.

Uma história de aprendizado passada de pai para filho

Quando Francisco de Assis Sales Filho decidiu cursar Engenharia Mecânica na Unifor, mirava uma formação afinada ao mercado e, consequentemente, capaz de auxiliar com a empregabilidade. Foi assim que ele ingressou na primeira turma, em 1973, e construiu uma longa história de afeição à instituição. Tanto que estimulou o filho a seguir seus passos no mesmo curso e na mesma universidade, mais de 35 anos depois.


Assis Sales e Francisco Neto, duas gerações da mesma família que escolheram a Unifor para estudar Engenharia Mecânica (Foto: Arquivo pessoal)

Engenheiro mecânico, Assis Sales (como ficou conhecido) começou na Esmaltec, fez carreira em empresas como a Coelce e a Cegás e tornou-se, nos anos 1990, dono de um empreendimento em engenharia hoje gerido pelo filho, Francisco Neto. É ele quem fala pelo pai, que já não é lúcido. “Faço questão de falar porque ele tinha muito orgulho da Unifor”, diz.

“[Meu pai] contava que, no início da Unifor, os cursos eram muito juntos, e a Engenharia Mecânica era muito mais ampla que hoje”, rememora o empresário. Desde pequeno, Francisco Neto acompanhava Assis no trabalho. “Ele me preparou a vida inteira para isso. Inclusive queria que eu seguisse na Unifor”, conta.

Quando passou em sexto lugar no vestibular da Universidade, viu de perto o entusiasmo do pai. Francisco escolheu a Unifor pela proximidade com o mercado e lá conseguiu conhecimento técnico e de gestão para seguir com a Inatec Engenharia, empresa que pertence à sua família.


“A Unifor tem como maior diferencial a empregabilidade. É assim desde os tempos do meu pai. Ela te coloca mais próximo do mercado de trabalho. Saímos da Universidade com experiência de mercado pelo estágio e pela estrutura dos laboratórios, que é muito boa”Francisco Neto, engenheiro mecânico egresso da Unifor

Francisco lembra que já no primeiro semestre sentiu que, na Unifor, estava em boas mãos para construir sua trajetória profissional. Ele contribuiu com um projeto para construir um carro off road e participou de uma competição de engenharia mecânica em São Paulo. Foi seu primeiro contato com os laboratórios e a parte prática. “A gente começava a ver vários processos cuja teoria aprenderia depois”, pontua.

Hoje, o egresso sente que teve na Unifor todo o conteúdo e prática necessários para trabalhar com excelência na Inatec Engenharia, que já atuou com termelétricas no Brasil e no México e fabricou turbinas para as obras da Transposição do São Francisco. Ele conta que, atualmente, a empresa opera ainda na geração de energia solar. 

“O que gostei muito do curso é porque, sendo mais empresário que engenheiro, foi bom para saber os processos e tudo que o engenheiro faz. Ao mesmo tempo, tive muitas disciplinas de gestão importantes para mim durante a vida empresarial”, celebra. Para Francisco, relembrar o período universitário é revisitar afetos da família. “É uma universidade que faz parte da nossa vida, onde eu e meu pai nos formamos”, diz.


Assis Sales no período da sua colação de grau na Universidade de Fortaleza (Foto: Arquivo pessoal)

Teoria e prática abrem portas para construir carreiras

Etelinda de Deus Araújo ingressou no curso de Engenharia Mecânica da Unifor em 2014 pela afinidade com matemática e física. “Dentre as engenharias, esta foi a que mais me chamou atenção. Escolhi a Unifor porque meu pai estudou lá em 1978 e sempre me falou da qualidade e da estrutura que ela oferecia”, conta.

Ela não se desapontou. Aproveitou para participar ao máximo da pesquisa à extensão, mergulhando em projetos de monitoria, eventos e visitas técnicas às indústrias. “O que mais me marcou mesmo foi a parceria que a Unifor tem com universidade estrangeiras, o que me permitiu fazer o intercâmbio acadêmico na Alemanha. E a Bolsa Yolanda Queiroz, que me proporcionou uma bolsa [de estudos na] pós-graduação”, celebra. 

Com laboratórios completos e com uma ótima estrutura, ela ia colocando em prática tudo o que era ensinado na sala. Sem contar o contato desde cedo com o mercado de trabalho, que também lhe abriu portas para construir sua carreira profissional. Etelinda começou como auxiliar administrativo assim que se formou.

“Depois disso, fui trilhando meu caminho de acordo com as oportunidades que apareciam. Com os conhecimentos de Excel e Power BI, consegui vagas como analista e fui crescendo”, rememora. Ela ainda atuou como líder de manutenção e atualmente é coordenadora na área de manutenção industrial e de moldes, na empresa Aeris Energy.


“A Unifor me ofereceu contato com o mercado de trabalho ainda no 4º semestre, pois tem uma forte divulgação interna de oportunidades de estágio. Além disso, nossos professores atuam no mercado e trazem para a sala de aula exemplos práticos das matérias que estavam ensinando. [...] Esse contato mais prático foi um grande diferencial no início da minha trajetória”Etelinda de Deus Araújo, engenheira mecânica egressa da Unifor

Um curso moderno e atualizado

Ao longo de meio século, o curso de Engenharia Mecânica da Unifor lançou ao mercado diversas gerações de profissionais de excelência, com atuação em várias áreas, como manutenção, projetos mecânicos e energias renováveis. A receita para isso? Disciplinas que integram a teoria e a prática, docentes qualificados e laboratórios equipados para áreas de usinagem, soldagem, motores, refrigeração, ensaio mecânicos e metalografia.

Tudo alinhado a um mercado em movimento. Julietty Morais, professora e coordenadora do curso de Engenharia Mecânica na Universidade de Fortaleza, conta que nas últimas cinco décadas houve um grande aumento de competitividade e produtividade, tendo um rápido desenvolvimento para novas inovações tecnológicas.


O curso de Engenharia Mecânica da Unifor dispõe de diversos laboratórios equipados com tecnologia de ponta (Foto: Ares Soares)

“Podemos citar a indústria 4.0 e os softwares 3D de desenho assistido por computador (CAD) usados dentro da engenharia mecânica, que proporcionam a realização de análises através de simulações para gerar soluções que antes só era possível após a construção física de um equipamento”, diz.

Segundo ela, isso ocasiona uma maior produtividade e diminui as possibilidades de erros para os projetos, impactando diretamente nos custos. “Destaco também contribuições significativas de mudanças dentro dos setores de aeronaves, automobilísticos, biomedicina, petróleo, refrigeração e nanotecnologia”, acrescenta. 

Com tantas mudanças, o curso da Unifor também se atualizou e hoje oferece aos alunos uma matriz curricular moderna aliada a um conjunto de laboratórios de ponta e corpo docente com experiência tanto na pesquisa quanto no mercado de trabalho.


“O curso da Unifor passou por uma reformulação da sua matriz curricular para ficar mais moderno e atual, contando com disciplinas de carga horária teórica e prática, além de amplos laboratórios equipados, que são referência no Ceará, para a realização das atividades práticas que compõem boa parte da carga horária do curso”Julietty Barreto, professora e coordenadora do curso de Engenharia Mecânica da Unifor

Julietty ainda enumera os vários diferenciais da Universidade para uma formação completa, como setor de apoio psicopedagógico ao aluno, complexo esportivo, assessoria de intercâmbio, biblioteca com um amplo acervo e Parque Tecnológico (TEC Unifor).

Na empregabilidade, a Central de Carreiras e Egressos auxilia o desenvolvimento profissional dos alunos de graduação — e também de egressos —, aproximando eles do mercado de trabalho e ajudando as empresas a recrutar os estudantes.

Abrir caminhos também na academia

No 5º semestre de Engenharia Mecânica da Unifor, João Pedro Ferreira de Castro sonha seguir carreira acadêmica e atuar no mercado de trabalho. Um dia, ele espera retornar como professor da Universidade que está lhe formando para contribuir com a formação de novos engenheiros. Os caminhos para realizar o sonho ele vai encontrando na própria instituição.

Recentemente, começou a estagiar no Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão (NEPE), onde trabalha demandas em projetos e pesquisa com docentes da Universidade. Neste semestre também faz parte do programa de monitoria do Centro de Ciências Tecnológicas (CCT).


“A Unifor é a universidade que possui os laboratórios mais preparados e com técnicos à disposição para atender os alunos, além das oportunidades que o campus oferece, seja de networking ou de palestras e pesquisas”João Pedro Ferreira, estudante de Engenharia Mecânica

Ele sabe que os futuros engenheiros necessitam se reinventar e levar soluções inovadoras e sustentáveis para os problemas do futuro, com muita criatividade e otimização. E está seguro que ingressou na Universidade que o ajudará nisso.

“A Unifor possui um corpo docente com profissionais experientes que entendem das tecnologias mais utilizadas no mercado, o que facilita muito a solucionar os problemas que a engenharia enfrenta”, afirma.

Oportunidades extracurriculares para se destacar desde a graduação

Gabriele Viana sempre gostou muito de tecnologia, principalmente da parte de robótica e máquinas. Vendo essa área crescer rapidamente, decidiu que faria parte desta história e ingressou no curso de Engenharia Mecânica da Unifor. No 7º semestre, ela está encantada pelas oportunidades extracurriculares para se destacar desde a graduação.

“Minha intenção é começar minha carreira fora do Brasil, nos EUA, atuando no campo de gestão de projetos. Gosto muito do ramo de produto também”, conta. Por isso, ela tem aproveitado as oportunidades de internacionalização da Universidade.

Em 2022, fez intercâmbio no Instituto Politécnico do Porto. “Foi uma experiência muito engrandecedora, tanto pessoal quanto profissionalmente, principalmente pelo networking que você faz com professores e profissionais da área. Expande muito sua visão de mercado e abre possibilidades de atuação em novas áreas”, afirma.


“Acredito que a Unifor me dá os respaldos que preciso para atingir meus objetivos. Inclusive, já participei do programa de intercâmbio acadêmico, que abre muitas portas. Além disso, os eventos e as práticas que participo na Universidade agregam bastante valor na minha formação”Gabriele Viana, estudante de Engenharia Mecânica

Corpo docente com qualificação acadêmica e vivência prática

O professor Eduardo Jorge Furtado leciona no curso de Engenharia Mecânica da Unifor há mais de 25 anos. Desde então, viu a exigência para os profissionais da área ficar mais forte, assim como a consequente formação deles.

A Universidade então investiu em melhorias constantes no currículo e nos laboratórios, além de incentivar os professores a concluírem seus mestrados e doutorados em instituições de renome. “Foi meu caso”, conta Eduardo.

Ele é a prova da tentativa da instituição em unir professores com experiência tanto na academia quanto no mercado de trabalho. É que ele atua na área de manutenção em empresas desde 1983 e leciona a disciplina de Manutenção Industrial. “Assim, tanto a prática como a teoria são conjuntamente contempladas neste processo de ensino-aprendizagem característico da Unifor”, explica.


“A Unifor tem sistematicamente feito as atualizações do projeto curricular das disciplinas da Engenharia Mecânica, onde o método de ensino e a participação do aluno tem se tornado ponto sempre crescente, acompanhado da capacitação do aluno em lidar com as diversas problemáticas do quotidiano nas indústrias, tais como as relações humanas e políticas no ambiente de trabalho, além dos desafios técnicos naturais intrínsecos à Engenharia Mecânica”Eduardo Jorge Furtado, professor da Universidade de Fortaleza

O docente, que também é diretor da Elevadores União, destaca que a Unifor está sempre de olho no futuro, sistematicamente antenada aos vários projetos de pesquisa e desenvolvimento de novas técnicas e ferramentas e de materiais e na aplicação de softwares que possam ajudar no processo de ensino e de aprendizagem do aluno.

“Não vivi o processo de implantação [do curso], mas sou testemunha do contínuo esforço desde 1997 e da grande contribuição que a Unifor tem dado ao Ceará e ao Brasil com a formação de engenheiros mecânicos com competência e empregabilidade comprovada”, finaliza.