Formamos quem projeta o futuro das cidades

seg, 2 outubro 2023 11:54

Formamos quem projeta o futuro das cidades

Com ensino baseado em projetos, curso de Arquitetura e Urbanismo da Unifor estimula a resolução de problemas reais desde a graduação e incentiva a excelência em atividades na sala de aula e nas ruas


A Universidade de Fortaleza forma profissionais aptos a atuar da arquitetura de interiores ao planejamento das cidades (Foto: Ares Soares)
A Universidade de Fortaleza forma profissionais aptos a atuar da arquitetura de interiores ao planejamento das cidades (Foto: Ares Soares)

Vivenciar, planejar e poder solucionar problemas reais desde a graduação é uma máxima do ensino baseado em projetos que permeia a matriz curricular do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Fortaleza, instituição vinculada à Fundação Edson Queiroz

Com atividades que extravasam a sala de aula e se espalham pelas ruas, o aluno mergulha em um intenso diálogo de saberes para construir a excelência profissional para qualquer área de atuação, da arquitetura de interiores ao planejamento urbano.

Aqui se planeja e constrói o futuro das urbes palmilhando as ruas literais e metafóricas, da cidade e do mundo. Há visitas técnicas a pontos específicos de Fortaleza para pensar soluções. Também não faltam viagens a sítios arqueológicos de outros estados e missões internacionais para abrir a mente e formar cidadãos globais.

Um esforço contínuo também promove uma série de parcerias nacionais e internacionais, que geram novos diálogos. Como não considerar a oportunidade de ouro de projetar espaços para a CasaCor Ceará, versão local da maior e mais completa mostra de arquitetura, design de interiores e paisagismo das Américas?

As referências do mundo também desembarcam na Unifor. Uma parceria com a Embaixada da República Tcheca leva à Universidade neste mês de outubro a exposição “Villa Tugendhat: modo de morar moderno”, com fotografias da casa projetada pelo arquiteto alemão Ludwig Mies van der Rohe, considerada patrimônio mundial da Unesco.

“Entendemos que para formar um profissional com uma visão holística e generalista, com espírito crítico, curioso e reflexivo é importante que os alunos vivenciem, experimentem, estejam atentos aos problemas da arquitetura e do urbanismo e desenvolvam soluções para essas realidades, melhorando a vida e a saúde das pessoas, das comunidades e da cidade”, explica a coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo, Ana Cecília Vasconcelos. É assim que a Unifor forma arquitetos e urbanistas para as mais diversas áreas.

Todos os instrumentos para pesquisar e ajudar a construir a cidade

A história da egressa Raquel Pessoa Morano com a Unifor começou antes da graduação. Primeiro pelos passeios nos bosques do campus durante a infância com os pais, professores, e depois pela participação na seleção de vôlei. “Tenho a Unifor como uma segunda casa, até hoje”, ela diz.

O interesse pelas artes a fez decidir cursar Arquitetura e Urbanismo, em 2008. Logo no início, se surpreendeu com as diversas disciplinas, principalmente as que tratavam sobre estudos e projetos de espaços públicos. Apaixonou-se pela rua e pela urbe. “Eu poderia trabalhar com diversos públicos e expandir o olhar para a cidade”, conta.

Raquel lembra que as aulas de urbanismo sempre a instigaram pela possibilidade de contribuir para a melhora da qualidade de vida da população. Isso a fez querer entender mais sobre as questões relacionadas à cidade e abordar, na academia e fora dela, desafios complexos, como planejamento urbano, mobilidade, acessibilidade e habitação.


“O curso de Arquitetura e Urbanismo precisa ser celebrado. A coisa mais importante que preciso ressaltar é a relação dos professores para com os alunos. A confiança, a paciência e a torcida que sempre senti e observei meus colegas receberem. Essa motivação constante foi muito importante para que conseguisse desenvolver a confiança enquanto profissional”Raquel Pessoa Morano, egressa da Unifor e coordenadora de desenvolvimento urbano da Quanta Consultoria

Da pesquisa aos projetos de extensão, a egressa pesquisou, projetou, planejou e vivenciou a cidade. No projeto “Os Impactos dos Megaeventos”, buscou desenvolver com colegas formas de mensuração das alterações territoriais contemporâneas oriundas da Copa do Mundo 2014 em Fortaleza. No projeto de extensão chamado “Projeto Urbanístico do município Nova Jaguaribara – CE”, ajudou a refazer os laços entre os moradores com Jaguaribara, cidade inundada para dar espaço ao açude Castanhão.

Outro projeto com uma marca de tintas a fez viajar para São Paulo e mergulhar no potencial da arquitetura para impactar comunidades. Na volta, um projeto com apoio da Unifor tentava aplicar parte do aprendizado no Titanzinho. A experiência foi fundamental para que decidisse em qual campo gostaria de atuar. Hoje, Raquel é coordenadora de Desenvolvimento Urbano na Quanta Consultoria.

“Todas as minhas vivências na Unifor, de alguma forma, me prepararam para o mercado e para a pesquisa. Tudo foi insumo, do vôlei à sala de aula”, diz. Para ela, a pesquisa e a extensão desempenham um papel significativo na mudança de vidas e cidades.

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No mestrado, Raquel buscou entender como as pessoas com deficiência visual se relacionam com a cidade de Fortaleza. O resultado do trabalho foi usado para colaborar com alguns planos urbanos desenvolvidos pela Prefeitura e gerou um livro lançado no início de 2023, escrito em conjunto com a orientadora Zilsa Santiago.

Essas vivências acadêmicas influenciam até hoje na minha vida profissional”, diz Raquel, que atuou também como coordenadora de Desenvolvimento Urbano e do Meio Ambiente em Sobral. “Consigo aplicar todo o conhecimento oferecido desde a graduação, transitando por todas as experiências vivenciadas e com muita certeza de que posso recorrer aos mestres que tive na Unifor”, celebra.

A vivência na Casa Cor e o próprio negócio

Aos 12 anos, Rodrigo Maia já desenhava plantas baixas instintivamente. Formado em Direito por influência do pai tabelião, ele decidiu retornar à universidade para realizar o sonho da graduação em Arquitetura e Urbanismo. Encontrou na Unifor laboratórios de ponta e um corpo docente qualificado para isso.

“Em 2006, me formei com louvor, tirando o primeiro lugar dentre todos os alunos do curso e também o primeiro lugar dentre os cursos da área de tecnologia. Como prêmio, recebi uma bolsa de pós-graduação em Arquitetura de Interiores, que iniciei imediatamente após a formatura”, conta.


“Acredito que os principais diferenciais que a Unifor oferece aos alunos são a qualidade do corpo docente e as maravilhosas instalações aliadas a uma administração exemplar”Rodrigo Maia, arquiteto e urbanista egresso da Unifor

A essa altura, decidiu também empreender e abriu seu próprio escritório, onde executa projetos residenciais e comerciais em Arquitetura e Arquitetura de Interiores. “Mesmo antes da formatura, já foram aparecendo clientes querendo me contratar, então a necessidade de abrir meu negócio foi muito natural”, relembra.

Parte da visibilidade de seu negócio veio das várias participações da CasaCor. Neste ano, ele assina o living, marcando a oitava participação no evento. Mas a primeira delas veio em 2007, quando tinha apenas um ano de formado.

“Na época, projetei a loja da Ceart, que foi muito elogiada. De lá pra cá foram só bons frutos. Todos os meus projetos de CasaCor foram premiados”, celebra. “Sou muito grato a Casacor pelo fortalecimento do meu nome e por eu ter podido mostrar meu trabalho à população”.

A Unifor é a única instituição de ensino superior do Ceará cujos alunos têm a oportunidade de vivenciar a experiência de projetar um espaço para uma exposição como a Casa Cor, em uma experiência semelhante à de Rodrigo, mas ainda durante a graduação. Na edição deste ano, docentes e discentes desenvolveram o ambiente “Varanda Unifor 50”, em mais uma atividade que extrapola a sala de aula e ganha a cidade.

+ Professores e alunos assinam ambiente “Varanda Unifor 50” na CASACOR Ceará

Estrutura de ponta e muita atividade extracurricular

No décimo semestre de Arquitetura e Urbanismo da Unifor, a estudante Isadora Lourenço diz aproveitar ao máximo os laboratórios, salas de aula e diversos materiais disponíveis para usar a criatividade e modelar espaços. “Eu me apaixonei pela estrutura que a Unifor possui”, diz ela, destacando ainda a diversidade de atividades extracurriculares oferecidas para quem quer seguir qualquer ramo.

Na pesquisa (área que ela decidiu explorar), há desde o programa de monitoria até a possibilidade de iniciação científica. Ela entrou nesse universo ainda no início do curso por meio da monitoria voluntária e decidiu continuar avançando com a publicação de artigos. “Ademais, o curso conta uma grande variedade de eventos e palestras, buscando abordar assuntos relevantes da arquitetura contemporânea”, afirma.

Há um ano, Isadora integrou o grupo de pesquisa “A Casa Cearense como Documento e Memória”, focado em estudar residências históricas locais ameaçadas de descaracterização e demolição na capital cearense.

“No grupo, organizamos discussões e leituras buscando nos aprofundar no estudo do patrimônio cultural de Fortaleza. [Foi] onde também consegui desenvolver minha escrita científica e habilidades de pesquisa, buscando contribuir para a valorização do patrimônio histórico e cultural da nossa cidade", celebra.

Mas as vivências são diversas, e ela vibra também com as disciplinas de Ateliê de Projeto, onde tem aprendido cada etapa para a elaboração de um bom projeto de arquitetura em diversas áreas, como arquitetura residencial, urbanismo, paisagismo e patrimônio arquitetônico.


“O curso dispõe de uma variedade de métodos de ensino, com aulas teóricas, práticas e em campo, que conseguem preparar o aluno para a vida profissional. [...] Ele tem a capacidade de sempre estar inovando, buscando atender às novas demandas do mercado e às novas tendências do mundo da arquitetura, com professores extremamente capacitados”Isadora Lourenço, aluna do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unifor

Missões nacionais e internacionais para ampliar o saber

Apaixonada por arte e arquitetura de interiores, Maria Christina Bessa fez graduação, mestrado e está finalizando o doutorado na Unifor. “É a minha segunda casa”, brinca ela, que também é professora no curso de Arquitetura e Urbanismo.

Enquanto cursava o Mestrado em Ciências da Cidade, decidiu experimentar a internacionalização, uma oportunidade de ouro para ampliar olhares e turbinar o networking para além das fronteiras brasileiras. Participou então de uma missão em Nova York, cursando uma disciplina de infraestrutura verde pela parceria da Unifor com a Universidade de Columbia. 

Gostou tanto que depois participou de outras duas missões, uma do Rio de Janeiro e outra de São Paulo. Nestes grandes centros, local de renomados escritórios de arquitetura e de vultosos equipamentos culturais, os alunos conhecem de perto obras arquitetônicas, de artes e design, além de ampliar o networking no mercado nacional.


“Essas missões são um momento maravilhoso para ter a visão prática, também sair da nossa cidade e entrar em contato com coisas que a gente só vê nos livros. É uma forma de sair da nossa realidade, conhecer coisas novas e quem sabe trazer, adaptar ao nosso lugar”Maria Christina Bessa, egressa e professora da Unifor

Enquanto o curso ganha cada vez mais a rua e o mundo, o próprio pensamento acadêmico passa a compreender a urbe de forma mais ampla e integrada. Segundo Maria Christina, atualmente, a arquitetura está muito voltada para a cidade.

“Acho que passou o tempo que era muito edifício, aquele monumento, só ele exaltado no lote. Hoje tentamos trabalhar com afinco de que o edifício não está perdido na cidade, tem uma paisagem que ele se insere. Então, esse novo pensamento de cidade é pensar na arquitetura de forma mais ampla”, afirma. 

Nesse contexto, o vultoso campus da Universidade se torna material fértil para as aulas de paisagismo que ela ministra. “O próprio campus é um celeiro de informações de aula e de ciência. Nas aulas de paisagismo, estudamos as espécies que temos no campus, aquela riqueza. O campus, a infraestrutura e a atuação profissional dos professores são grandes diferenciais da Unifor”, pontua a docente.

25 anos com foco na inovação

A formação em Arquitetura e Urbanismo da Unifor chega aos seus 25 anos guiada sempre pela inovação. Euler Muniz, Assessor de Planejamento Físico da Vice-Reitoria de Ensino de Graduação e Pós-Graduação (VRE), participou da fundação de um curso criado para ser grande e ser referência no país.

Professor e coordenador da graduação durante anos, ele viu crescer o investimento em laboratórios e a matriz curricular ser atualizada. E pontua que os grandes diferenciais da Universidade passam ainda pelo corpo docente com experiência acadêmica e de mercado, pela internacionalização e a oferta de disciplinas em inglês, assim como pelo desenvolvimento de competências para a vida toda.

O processo de inovação constante do curso vem de uma longa tradição de ouvir os conselhos profissionais, além do empenho para manter a nota máxima na avaliação do Ministério da Educação. Nos últimos anos, a formação incorporou a modalidade de ensino à distância e ganhou novos processos pedagógicos, com eventos, visitas técnicas e muita atividade extracurricular.


“O curso tem nota máxima do MEC, um reconhecimento que é perseguido pela Universidade. Somos também reconhecidos por rankings estrangeiros, em um processo de acreditação internacional. É muito importante nos inserirmos nisso porque crescem parcerias e formam-se cidadãos do mundo”Euler Muniz, Assessor de Planejamento Físico da VRE

Euler explica que, durante a história do curso, o ensino passou a ser baseado em projeto. Os professores apresentam ao aluno problemas retirados da realidade e estimulam visitas técnicas a campo.

Isso faz com que os estudantes pensem soluções em equipe e desenvolvam competências sócio-emocionais, fundamentais para a atuação no mercado, seja para liderança ou para tomada de decisões. “Nós arquitetos temos que ter bons projetos, mas também apresentar bem e vender bem esses projetos, de forma gráfica e oral”, explica Euler.

Ele também destaca o diálogo de saberes no curso: “É comum chegar na sala e ter vários professores dando a mesma disciplina e contribuindo”. Soma-se a isso as maquetes em sala de aula que servem como referências e toda a infraestrutura de laboratórios a postos para os alunos experimentarem.

Um processo contínuo de aprimoramento

“Temos um corpo docente bastante qualificado, integrado e comprometido com o curso. São profissionais que, na maioria, trazem suas experiências fora da Universidade (alguns têm escritórios próprios, outros estão em instituições ou na gestão pública); outros fazem pesquisa e alimentam o ambiente da sala de aula com seus resultados”, destaca a coordenadora Ana Cecília.

Do ponto de vista pedagógico, ela lembra que a graduação atualizou a matriz curricular recentemente para integrar mais os conhecimentos e eixos de formação do arquiteto e urbanista, além de trabalhar conteúdos de forma mais aplicada. “Nossas aulas de disciplinas práticas têm até 24 alunos, um número reduzido em relação a outras disciplinas, que permite aos alunos receber atenção e acompanhamento mais próximo”, afirma.

Para além da sala de aula, visitas técnicas, vivências no campus, viagens pedagógicas, envolvimento com atividades de extensão e pesquisa e oportunidades de estágio complementam a formação de excelência em um curso que cresceu em qualidade.


“A matriz curricular atual é resultado de um processo contínuo e coletivo de busca por aprimoramento e entendimento que leve em conta as novas formas de ensino e aprendizagem. Durante a pandemia, o curso — e a Unifor — demonstraram sua capacidade de adaptação, sua resiliência. Mesmo com muitas mudanças, vejo um curso que continua a crescer em qualidade, com o compromisso de seus docentes, com a qualidade dos egressos que temos entregue”Ana Cecília Vasconcelos, professora e coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo