null Egressa da Pós-Unifor desenvolve metodologia sobre Urbanismo Tático e a arte urbana como transformadora do espaço público

Ter, 31 Outubro 2023 15:26

Egressa da Pós-Unifor desenvolve metodologia sobre Urbanismo Tático e a arte urbana como transformadora do espaço público

Andréa Dall´Olio, ex-aluna do Mestrado Profissional em Ciências da Cidade, uniu arte e arquitetura para contribuir com o bem coletivo


A dissertação de trabalho de Andréa foi sobre urbanismo tático como vetor de requalificação urbana focado na arte (Foto: Acervo pessoal)
A dissertação de trabalho de Andréa foi sobre urbanismo tático como vetor de requalificação urbana focado na arte (Foto: Acervo pessoal)

Urbanismo Tático, segundo Andréa Dall´Olio Hiluy, “é uma forma colaborativa de atuar no espaço público como uma possível resposta para os complexos problemas urbanos”. O conceito foi abordado pela arquiteta no Mestrado Profissional de Ciências da Cidade (MPCC) da Universidade de Fortaleza, mantida pela Fundação Edson Queiroz, tendo como resultado a dissertação “A arte urbana como tática de reativação de espaços públicos: Vila das Cores, CumbuCor, Festival Borda”.

Além de arquiteta, Andréa é curadora de artes e artista visual. “Eu quis unir esses três assuntos (arquitetura, artes e produção artística) e, quando vi o Mestrado em Ciências da Cidade, pensei justamente em fazer um estudo sobre a arte urbana pensando de que maneira ela interfere na cidade”, revela. 

Seu trabalho foi sobre urbanismo tático como vetor de requalificação urbana focado na arte. Ela relata que sempre achou importante estudar e ver como a arte interfere realmente na ocupação, no uso, nas pessoas, e que energia a arte tem e como requalificar os espaços a partir dela, sejam internos ou externos.

Como artista, Andréa uniu suas vivências no meio artístico contemporâneo com seus conhecimentos técnicos, tendo se posicionado como uma agente produtora de arte urbana, analisando como suas experimentações de ações táticas e realizações artísticas interferiram no espaço que ocuparam. 

Além de estética: transformação coletiva

A beleza também é importante como indicativo de qualidade de vida. Espaços organizados e bem preservados aumentam a vontade da população de frequentar aqueles locais.


“Na hora que você traz a estética, a ação, o olhar e a energia do artista para um ambiente, a gente transforma aquele espaço. Então, a beleza é importante” - Andréa Dall´Olio Hiluy, arquiteta e artista plástica

Andréa relembra o caso da Vila Bachá, uma ação coletiva feita pelo Projeto Vila das Cores, a partir de uma demanda do poder privado que queria transformar a área do entorno do Meireles com mais iluminação e segurança. “Mais de 30 artistas fizeram arte urbana lá, a população começou a ter curiosidade pela estética e pela arte. As pessoas começaram a frequentar o local e, pouco tempo depois, o poder público foi lá e melhorou o asfalto, a iluminação, melhorou o espaço para sentar e as pessoas continuaram a utilizar os espaços”, destaca. 

Representando a classe criativa, seu trabalho também aponta como essa relação entre o poder privado e o poder público afeta direta ou indiretamente a construção e aproveitamento de locais públicos. “Eu me posiciono na classe criativa com incentivos do poder público e apoio do poder privado, a gente precisa dessas três relações”, ressalta Andréa. 

Conexões

A grade do Mestrado Profissional de Ciências da Cidade promove a interação entre variadas áreas e profissões. Para Andréa, foram momentos de muita troca e conexão. “Nós estamos sempre nos conectando, as conexões são a parte mais encantadora de qualquer processo”, avalia. 

Enquanto cursava o MPCC, a arquiteta atuava como professora e coordenadora adjunta do curso de arquitetura em uma instituição de ensino superior, mas a arte sempre a acompanhou até tomar sua frente e guiar seus passos. “A gente tem tantos caminhos, tantas possibilidades a percorrer. Fazemos variadas escolhas durante a construção da dissertação e o mundo urge por trabalho, por tempo, mas realmente foi muito prazeroso fazer o mestrado”, conclui a mestre em Ciências da Cidade.