null Egressa da Pós-Unifor sistematiza índice de qualidade de vida da população de Fortaleza

Qua, 8 Novembro 2023 10:39

Egressa da Pós-Unifor sistematiza índice de qualidade de vida da população de Fortaleza

A mestre em Ciências da Cidade vê a qualidade de vida como um dos mais importantes fatores no desenvolvimento das cidades


Nicole Campos Fiuza é graduada em Arquitetura e Urbanismo e mestre em Ciências da Cidade, ambas pela Unifor (Foto: Anderson Siqueira)
Nicole Campos Fiuza é graduada em Arquitetura e Urbanismo e mestre em Ciências da Cidade, ambas pela Unifor (Foto: Anderson Siqueira)

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), “qualidade de vida” é “a percepção do indivíduo de sua inserção na vida, no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais ele vive e em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações”. A expressão tem ganhado mais atenção nos últimos anos. A população está mais interessada em como viver e não apenas em sobreviver. Dessa forma, agentes que pesquisem sua complexidade e formas de alcançá-la se fazem necessários nos tempos atuais para um futuro melhor.

Nicole Campos Fiuza é graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de Fortaleza, mantida pela Fundação Edson Queiroz. O desejo por explorar além da área de Arquitetura a levou ao Mestrado Profissional de Ciências da Cidade, que a ajudou a analisar o lado urbanístico das cidades.

“O mestrado foi muito importante para mim em relação a ampliar a questão de olhar a cidade de uma forma diferente, ver a história toda com uma questão tecnológica” relata a arquiteta, que destaca o uso da tecnologia em seu processo: “como a gente precisa estar aliado à tecnologia para conseguir os dados suficientes e conseguir atuar na cidade”.

Tecnologia para uma qualidade de vida 

Nicole se manteve em sua área criativa, hoje atua como arquiteta de interiores e dá aulas de cerâmica. Em sua conclusão de mestrado, apresentou a dissertação “Qualidade de Vida Urbana”, orientada pelo professor Jackson Sávio. Se referindo ao orientador, ela conta “ele foi meus pés e minhas mãos! É uma pessoa muito ligada à tecnologia e sabe da importância dela para conseguir ter diagnósticos assertivos em relação a esse olhar para a cidade”. 


Nicole Fiuza, ao centro, na apresentação de sua dissertação, junto ao orientador professor Jackson Sávio, à direita (foto: Arquivo Pessoal)

Suas disciplinas mais aproveitadas foram as ligadas à tecnologia. “Praticamente desde o início a minha ideia já era em relação à questão de dados, né? E meu projeto todo foi ligado àcoleta de dados”. Seu trabalho consistiu na sistematização de dados que comprovam os problemas sociais. Ela reuniu fontes que refletem desde a precariedade do sistema sanitário aos índices de violência que culminam em homicídios. 

Em sua dissertação ela sublinha: “Como pensar em qualidade de vida quando a realidade de um país é de dificuldade de acesso às necessidades básicas para se viver? A discussão desse tema tem se tornado bastante comum no Brasil, no contexto de uma população que hoje é quase em sua totalidade urbana”. 

A construção de um índice de qualidade de vida urbana visa auxiliar o gestor urbano a melhorar cada vez mais as condições para um melhor viver das populações nas cidades. “Claro que meu foco foi Fortaleza, porque a gente quer melhorar a cidade que a gente vive. Mas eu criei uma condição de um sistema onde a gente pudesse depois ampliar para várias situações para outras cidades aqui do Brasil ou do mundo, né?”.

Surpresa 

Durante o curso, Nicole descobriu a gravidez de sua segunda filha, Maria Luiza. A pequena foi gestada em meio às descobertas da mãe em melhorar as condições de vida na sociedade. Para a disciplina externa na Universidade de Columbia, NY, a arquiteta foi gestante, mas longe de ser empecilho ela afirma que foi uma experiência interessante. “A gente foi com um grupo e a professora Cristina Romcy estudar um pouco sobre a questão das inundações e das contenções de água, foi super legal” conta. 


Nicole Fiuza, de camiseta vermelha à direita, em viagem a Nova York com os colegas da turma do Mestrado Profissional em Ciências da Cidade (foto: Arquivo Pessoal)

Já próximo da conclusão de curso, aos oito meses de gestação, Nicole havia realizado a primeira apresentação de sua defesa e achava que ia conseguir terminar antes da vinda da bebê. “Pensei: vou defender logo para ter a Maria Luiza bem tranquila, né? Mas, na verdade, saí da Unifor numa quinta-feira bem grávida e no outro dia, de manhã cedo, minha bolsa estourou e a Maria Luiza nasceu com um mês antes! Então atrasou um pouquinho minha defesa”. 

Apenas depois de três meses conseguiu apresentar seu projeto e concluir a formação, mas garante que valeu a pena. “O Mestrado em Ciências da Cidade vai além da formação do mestrado em si, além do título. Ele é um mestrado que te ajuda a pensar a vida, o dia a dia das cidades. E ele ajuda realmente a gente a vivenciar várias disciplinas que conseguem ter esse olhar bacana pra cidade, onde você consiga integrar todos esses sistemas”, conclui a agora mestre em Ciências da Cidade.