Informática Aplicada: ciências de dados além de técnicas e algoritmos

Pós-graduação da Unifor promove estudos e práticas em laboratório para formação de profissionais com foco na solução de problemas sociais e novas exigências do mercado.

Os integrantes do LCDIA utilizam conhecimentos das áreas de Ciência de Dados e Inteligência Artificial na implementação de aplicações práticas para identificar padrões e encontrar soluções otimizadas. (Foto: Ares Soares)

Os alunos do Programa de Pós-Graduação em Informática Aplicada (PPGIA), da Universidade de Fortaleza (Unifor), instituição de ensino da Fundação Edson Queiroz, contam com um instrumental acadêmico de excelência para a sua qualificação como profissionais capazes de realizar atividades de pesquisa, ensino, desenvolvimento e aplicação de novas tecnologias na área de informática.

Conforme o coordenador do Laboratório de Ciências de Dados e Inteligência Artificial (LCDIA), professor Vasco Furtado, a Unifor tem contribuído na formação de alunos do PPGIA por meio de projetos desenvolvidos para melhorar a qualidade de vida dos cearenses e a vantagem competitiva no mercado. “Abrindo a porta das empresas e de projetos desafiadores. Inclusive, boa parte dos projetos fornece bolsa aos alunos”, complementa.

Para Gustavo Fernandes, doutorando em Informática Aplicada na Unifor, como a sociedade vive hoje a chamada “era da informação”, o intenso uso de tecnologias faz com que a geração de dados cresça a cada dia. “Com isso, surge a necessidade do aprimoramento e qualificação dos profissionais para que as empresas possam fazer melhor uso dessa grande massa de dados gerada continuamente”, considera.

Gustavo tem graduação em Informática pela Unifor e atua há 18 anos na área, trabalha no Banco do Nordeste do Brasil. Fez o mestrado em 2007 e agora está cursando o doutorado em Informática Aplicada. Para ele, projetos de estudos e pesquisas nessa área têm sido fundamentais para a resolução de problemas de abrangência social. “Através da análise dos dados de diversos setores sociais, podemos buscar e encontrar padrões e tentar guiar melhor a tomada de decisão dos setores responsáveis”, diz.

E o LCDIA tem contribuído sob essa perspectiva em sua formação no Programa de Pós-Graduação em Informática Aplicada. “Vem sendo primordial, pois os profissionais alocados neste laboratório possuem grande experiência na área e permitem que nós, alunos, possamos ir além da teoria, aplicando em cenários reais o que vimos em sala de aula”, afirma.

“O aluno pode ter certeza de que está entrando em um curso que tem corpo de professores e pesquisadores com conhecimento teórico e prático, e que assim contribuem para uma formação eclética, seja qual for o caminho que o aluno quiser trilhar”, destaca Prof. Vasco.

Pesquisa

Gustavo Fernandes desenvolve uma linha de pesquisa que engloba as áreas de Ciência de Dados e Inteligência Artificial. Atualmente, seu projeto está inserido na área jurídica, tendo como caso de uso os 360 anos de processo jurídicos americanos. Explorando processos judiciais ao longo do tempo e fazendo uma análise retrospectiva desses processos judiciais, ele investiga as decisões que são tomadas buscando resolver os conflitos ou disputas que geraram esses processos.

“Essas disputas judiciais geralmente são reflexo da sociedade e representam, de certa forma, como essa sociedade evoluiu. Os conflitos nos permitem representar a evolução de uma sociedade e, ao olhar para os processos judiciais, podemos ver quando esses conflitos começam a surgir e como é o desenrolar das decisões tomadas”, explica Gustavo.

Ele destaca ainda que a ciência de dados não é somente aplicação de técnicas e algoritmos, mas a compreensão dos dados que estão sendo trabalhados para assim escolher a melhor forma de aplicar as técnicas e algoritmos. “Investimento em P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) é o principal caminho para se alcançar a inovação e com isso, desenvolvimento econômico. Não é por acaso que os grandes países destinam grandes receitas para P&D”, ratifica.

Tendências

A pesquisa e a inovação em tecnologias estão cada vez mais em ascensão. A área de Informática Aplicada, com foco em Ciências de Dados e Inteligência Artificial é promissora para novos talentos e também para quem já é profissional e investe em qualificação. “Uma tendência que posso citar são soluções de Machine Learning de forma mais automatizada, com menor intervenção humana. Um grande desafio é buscar desenvolver soluções éticas e que não contenham viés pelos dados que são utilizados para essas decisões”, pondera Gustavo Fernandes.

Sobre o mercado cearense, ele aponta o aquecimento relacionado ao despertar das empresas para a inovação tecnológica e, com isso, a rápida antecipação do que antes era previsto para um futuro mais distante. “O mercado está bem aquecido, a figura de cientista de dados há pouco tempo era classificada como a profissão do futuro. Mas atualmente, ela é mais do que a realidade; pois as empresas perceberam que precisam desse profissional imediatamente. Basta olharmos a quantidade de vagas que surgem à procura desse profissional e o crescimento diário de inúmeros cursos que buscam qualificar e formar esses profissionais”, comenta.

Mestrado e doutorado

O Programa de Pós-Graduação em Informática Aplicada tem como um dos principais objetivos contribuir para a melhoria da qualidade da prática e do ensino de informática no estado do Ceará e na região Nordeste como um todo. É por isso que o PPGIA atua na formação de mestres e doutores que possam contribuir com atividades de pesquisa de excelência, tanto no Brasil quanto no exterior, através de uma postura autônoma e espírito inovador.

A Unifor incentiva os acadêmicos a desenvolverem pesquisas em informática voltadas para a busca de soluções para problemas atuais e importantes da sociedade que envolvam empresas, órgãos governamentais e outras universidades e institutos de pesquisa. Também forma profissionais para que possam atender e adaptar-se às novas exigências do mercado e às suas respectivas áreas de atuação.

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