O pão realmente é vilão? Descubra mitos e verdades sobre esse alimento
Versátil, saboroso e prático, o pão é um dos itens mais presentes nas mesas brasileiras, especialmente nos cafés da manhã e da tarde
Pão realmente engorda? Essa é uma das principais dúvidas de quem adota uma alimentação mais regrada. No entanto, esse alimento, tão tradicional nas mesas brasileiras, não é o responsável direto por engordar quem o consome: o tipo de pão, os acompanhamentos que vão junto com ele nas refeições, a quantidade de porções ingeridas, a rotina alimentar seguida — tudo isso pode influenciar na perda ou ganho de peso.
A nutricionista Marília Porto Oliveira, docente do curso de Nutrição da Universidade de Fortaleza, instituição mantida pela Fundação Edson Queiroz , explica de uma forma mais dinâmica os mitos e verdades sobre o pão. Segundo ela, o que realmente influencia no ganho de peso são os hábitos alimentares como um todo.
Ela reforça que, como qualquer outro alimento, o pão deve ser consumido com equilíbrio e dentro do contexto de uma alimentação balanceada. Por ser uma fonte de carboidrato, esta massa fornece energia essencial ao organismo e, por si só, não é responsável pelo aumento de peso.
“O consumo excessivo de pães ultraprocessados, feitos com
farinhas refinadas, excesso de sódio, conservantes e açúcares,
pode estar associado ao aumento de peso, resistência à insulina e
outros desequilíbrios metabólicos, especialmente quando fazem
parte de uma dieta pobre em frutas, legumes e outros alimentos
in natura” — Marília Porto,
nutricionista, mestre em Nutrição e Saúde e docente do curso de
Nutrição da Unifor
Nesse sentido, a nutricionista Iramaia Bruno Silva, também docente do curso de Nutrição da Unifor, complementa: “o mais importante é observar o tamanho das porções e a quantidade consumida. Qualquer alimento em excesso pode levar ao acúmulo de gordura corporal se a energia ingerida ultrapassar o gasto calórico diário”.
Pão pode ser mais saudável?
Consumido com moderação e dentro de uma dieta equilibrada, o pão pode fazer parte de uma alimentação saudável. Fonte de carboidratos, ele fornece energia essencial ao organismo.
Quando preparados com farinhas integrais e enriquecidos com grãos e sementes, os pães se tornam aliados da saúde: fornecem fibras que auxiliam o funcionamento do intestino, promovem saciedade e ajudam no controle da glicemia, fundamental tanto para quem busca emagrecer quanto para pessoas com diabetes.
Além disso, ingredientes como aveia, linhaça, chia e cereais integrais agregam ao pão nutrientes como vitaminas do complexo B, magnésio, selênio e gorduras boas. A nutricionista Iramaia explica que “o tipo ideal de pão é aquele que oferece saciedade sem causar picos de glicemia e que contribui para uma alimentação equilibrada”.
Para quem busca perder peso, o ideal é priorizar pães com maior teor de fibras. Pães integrais, de fermentação natural ou com sementes como chia e linhaça são boas opções. “A fibra alimentar presente nesses produtos age no intestino, retardando a absorção dos carboidratos e reduzindo a geração de energia em excesso”, ressalta a especialista.
Entenda as diferenças entre os pães integral, sem glúten e fermentação natural:
- Pão integral: Rico em fibras, ideal para promover saciedade;
- Pão sem glúten: Indicado para celíacos. Não engorda mais ou menos que outros tipos, apenas não contém trigo, cevada ou centeio;
- Pão de fermentação natural: Mais fácil de digerir e com menor índice glicêmico.
Fermentação natural: um diferencial que faz bem
Outro ponto que merece destaque é o tipo de fermentação utilizada. Os pães de fermentação natural, também conhecidos como pães com levain , estão ganhando cada vez mais espaço por seus benefícios nutricionais e digestivos.
Esse tipo de fermentação, mais lenta e feita com microrganismos naturais, ajuda a quebrar parte do glúten e dos antinutrientes da farinha, o que facilita a digestão e melhora a absorção de nutrientes. Além dos aspectos nutricionais, esse processo confere ao pão uma textura diferenciada, um sabor mais profundo e maior durabilidade, sem necessidade de conservantes.
Apesar de não ser isento de glúten, muitas pessoas relatam melhor tolerância digestiva aos pães feitos com fermentação natural, especialmente quando comparados aos pães industrializados, relata a nutricionista Marília Porto.
A recomendação de especialistas é dar preferência a pães
integrais, especialmente com sementes diversas na composição
(Foto: Getty Images)
Porém, ela ressalta que, embora o consumo de pães com fermentação natural seja melhor que os industrializados, pessoas com intolerâncias ou restrições alimentares precisam estar atentas à composição. Por exemplo, os celíacos devem evitar pães que contenham glúten, pois essa proteína pode causar inflamações no intestino delgado, prejudicando a absorção de nutrientes.
A nutricionista Iramaia Bruno alerta que muitos celíacos também desenvolvem intolerância à lactose devido aos danos nas vilosidades intestinais, o que exige ainda mais cuidado na leitura dos rótulos.
Já os intolerantes à lactose devem observar se o pão contém leite ou derivados, como soro de leite ou leite em pó, comuns em algumas receitas industrializadas. Escolher pães específicos, como os sem glúten ou sem lactose, é essencial para evitar reações adversas e garantir uma alimentação segura e equilibrada.
Crianças, idosos e atletas devem consumir tipos diferentes de pão?
Mestre em Saúde Coletiva e especialista em Saúde do Idoso, Iramaia explica que tem algumas adaptações que podem ser feitas na dieta de crianças a partir dos dois anos, que devem consumir pães integrais, ricos em ferro e fibras.
Além disso, idosos se beneficiam de pães com baixo teor de sódio e alta digestibilidade, especialmente em casos de dificuldade de mastigação. Já atletas podem incluir pães ricos em energia e nutrientes para sustentar o desempenho físico.
“Ao longo da história da alimentação, muitos foram os
alimentos tidos como o vilão do momento. A nutrição é uma ciência
que trabalha com evidências científicas. Nesta linha de
raciocínio, não cabem modismos, e sim informações seguras com
fundamentação. Por todas as colocações acima, o pão é um alimento
seguro desde que consumido de forma equilibrada, acompanhado de
alimentação variada e nutritiva” — Iramaia Bruno
Silva, nutricionista, mestre em Saúde Coletiva e docente do
curso de Nutrição da Unifor
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