Ações de Mobilidade adotadas em Fortaleza são destaque em novo relatório da Organização Mundial da Saúde
Foto: Reprodução/Prefeitura de Fortaleza
O progresso da política cicloviária em Fortaleza é destaque no novo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) intitulado The Power of Cities: Tackling Non Communicable Diseases and Road Traffic Injuries (O poder das cidades: atacando doenças não transmissíveis e ferimentos no trânsito, em tradução livre), publicado mundialmente nesta quinta-feira (31/10), quando também é celebrado o Dia Mundial das Cidades, marco no calendário da Organização das Nações Unidas (ONU). Com uma crescente maioria das pessoas vivendo em áreas urbanas, as cidades têm um papel crucial a desempenhar para garantir a saúde e a segurança das pessoas em todo o mundo. Fortaleza faz parte de uma rede de 54 cidades em todos os continentes, a Parceria por Cidades Saudáveis, cujos prefeitos estão liderando o combate às doenças não transmissíveis (DNTs) - como doenças cardíacas, derrames, câncer, diabetes e doenças respiratórias crônicas - e lesões no trânsito.
Ao longo da publicação, a OMS cita as intervenções do projeto “Cidade da Gente” na área central do bairro Cidade 2000 (2017) e também no entorno do Centro Cultural Dragão do Mar de Arte e Cultura (2018) que incentivam a ocupação dos espaços públicos. Nos dois casos foram reconquistados mais de 5 quilômetros quadrados de áreas para pedestres e ciclistas, o que vem favorecendo a circulação e convívio entre as pessoas nesses espaços.
Os programas de compartilhamento de bicicletas (Bicicletar, Mini-Bicicletar e Bicicleta Integrada) são apontados como modelos de sucesso para melhoria da qualidade do ar e da segurança viária, enquanto o Bicicletar Corporativo é lembrado como um modelo com potencial para que os setores público e privado também instalem seus próprios sistemas para funcionários e colaboradores. A liderança política do prefeito Roberto Cláudio, que prioriza a pauta desde 2014, é apontado como chave para inspirar outras cidades brasileiras.
“Esse reconhecimento nos fortalece e nos encoraja a seguir firmes na implementação não apenas da política de incentivo ao transporte cicloviário, mas também na priorização da mobilidade sustentável, que nós sabemos que tem impactos para a saúde individual, mas também coletiva, com a redução de emissão de poluentes. Também vamos seguir com campanhas educativas e mais infraestruturas seguras para quem anda a pé ou pedala pela cidade”, assegura o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio.
De acordo com a OMS, as chamadas DNTs e lesões no trânsito são responsáveis por 44 milhões de mortes por ano, ou 80% de todas as mortes no mundo. Muitos deles são evitáveis se soluções comprovadas forem implementadas. Cada cidade da Parceria por
Cidades Saudáveis comprometeu-se a realizar uma das 10 intervenções identificadas pela OMS como eficazes na proteção das pessoas contra a exposição a DNTs e fatores de risco de lesões no trânsito, desde a criação de uma cidade livre de fumo até a redução do consumo de álcool. Em Fortaleza, o objetivo é melhorar as condições para o convívio urbano, os deslocamentos de bicicleta e a pé. Na capital cearense, os acidentes vasculares cerebrais (AVCs), infartos agudos do miocárdio e a diabetes, são respectivamente a segunda, quarta e sétima principais causas de morte. Os acidentes de trânsito, por sua vez, figuram na décima segunda posição no mesmo ranking.
O relatório da OMS traz, em especial, experiências de cinco cidades que fazem parte da Parceria por Cidades Saudáveis, programa financiado pela Bloomberg Philanthropies e implementado pela Vital Strategies, além da própria OMS. O documento destaca, ainda, 10 intervenções que comprovadamente ajudam a prevenir doenças e lesões no trânsito, por que elas são relevantes e como as cidades podem se engajar nesse trabalho.
Em Fortaleza, entre 2014 e 2018, o número de mortes no trânsito por 100 mil habitantes caiu 40%, com quatro quedas consecutivas a cada ano, graças a melhorias na coleta e análise de dados, redesenho urbano, fiscalização e comunicação. Nesse período, a estimativa é de que 423 vidas foram salvas graças às intervenções em mobilidade urbana sustentável e segura além de um comportamento cada vez mais responsável de condutores, ciclistas e pedestres. Mesmo assim, no ano passado 226 pessoas perderam a vida em Fortaleza em acidentes de trânsito que poderiam ter sido evitados – e outras 11.150 ficaram feridas, parte com sequelas irreversíveis. A última edição do Relatório Anual de Segurança Viária de Fortaleza (2018) mostra também que uma pessoa morre a cada 65 colisões. Segundo a OMS, os acidentes de trânsito são a principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos em todo o mundo.
Sobre a ‘Parceria por Cidade Saudáveis’
A Parceria para Cidades Saudáveis é uma prestigiada rede global de cidades comprometidas em salvar vidas, prevenindo doenças não transmissíveis (DNTs) e lesões. Apoiada pela Bloomberg Philanthropies em parceria com a OMS, bem como pela Vital Strategies, essa iniciativa permite que cidades em todo o mundo ofereçam uma política de alto impacto ou intervenções programáticas para reduzir os fatores de risco para DNTs em suas comunidades. Para mais informações, visite: https://partnershipforhealthycities.bloomberg.org/