Lei alertou sobre gravidade do tema

Antes de 2008, a lei brasileira tratava o “beber e dirigir” como infração de trânsito, mas a fiscalização era mínima. Havia dúvidas de quantas cervejas qualquer um poderia beber antes de dirigir, já que o álcool possui efeitos distintos em cada um, variando em função do sexo e do peso. 

A Lei Seca mudou esse cenário ao jogar luz sobre a questão, mobilizando os órgãos de trânsito para a importância de fiscalizar. E a sociedade passou a dar mais atenção ao tema. Não há mais dúvidas: com a nova legislação, o limite é zero. Desde então, cerca de 41 mil vidas foram salvas no trânsito. Não há contribuição mais valiosa.

Só a legislação não muda o comportamento da população. O respeito às leis é fortalecido com campanhas e uma fiscalização permanente. Fora do Brasil, o melhor exemplo vem da Austrália. O estado de Victoria realiza 4 milhões de testes de bafômetro ao ano. Isso representa um teste por condutor. Ainda falta muito para chegarmos lá, mas as ações iniciadas em 2017 pela AMC (Autarquia Municipal de trânsito e Cidadania de Fortaleza) estão no caminho certo. 

DANTE ROSADO, coordenador executivo da Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária Global em Fortaleza.

 

Jornal O Povo, 19/06/2018

Fortaleza/CE