Ação educativa alerta para mortes em acidentes

 

Como parte da programação do calendário mundial da Organização das Nações Unidas (ONU) a Prefeitura de Fortaleza se juntou a dezenas de instituições ao redor do globo que no dia 19 de novembro chamaram atenção para o grande número de vítimas de acidentes de trânsito. Nesta edição, o tributo ganhou forma de arte no muro da Escola de Ensino Fundamental e Médio Governador Flávio Marcílio, no cruzamento das Avenidas Pasteur e Presidente Castelo Branco (Leste Oeste), onde um coletivo de artistas urbanos deixou uma mensagem de esperança, mas também de apelo por um comportamento mais seguro de motoristas e motociclistas. O evento tem o apoio da Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária Global.

Além da arte urbana, um painel com nomes fictícios de 256 pessoas, representando cada uma das pessoas que perderam a vida em acidentes que poderiam ter sido evitados, também busca chamar atenção de quem passa no local. “É importante alertar condutores e passageiros de todos os veículos para esse drama que tem tirado a vida de tanta gente no trânsito. É possível prevenir essas mortes e o nosso comportamento é decisivo para salvar vidas. A ideia é que esse mural seja um marco nessa via que tem um valor simbólico tão forte pra cidade”, pondera o secretário executivo de Conservação e Serviços Públicos, Luiz Alberto Saboia.

Desde fevereiro deste ano, depois de receber intervenções de segurança no trânsito e de ter a velocidade readequada para 50 km/h, a Av. Leste Oeste registrou uma queda de 63% no número de atropelamentos. De acordo com o Relatório Anual de Segurança Viária de Fortaleza, nos últimos dez anos 106 pessoas morreram na avenida e mais de 50% desse total eram pedestres. Somente em 2017 foram registradas dez mortes, todas decorrentes de atropelamento e colisões com ciclistas. Até então, a via liderava o número de mortes de pedestres em Fortaleza. Nos últimos 4 anos, o índice de mortes por 100 mil habitantes em Fortaleza caiu 35%, mas ainda é preocupante.

Durante o evento, serviços municipais também foram disponibilizados à comunidade do Pirambu, como emissão do Bilhete Único e cartão gratuidade para idosos e portadores de necessidades especiais, além de apresentações musicais de estudantes da EEFM Govenador Flávio Marcílio. A equipe de Gerência de Educação para o Trânsito da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) também participou do evento em uma blitz educativa com foco no uso do capacete e recomendações de segurança para motociclistas – grupo que lidera o número de mortes no trânsito em Fortaleza.

Este é o segundo ano consecutivo em que a Prefeitura de Fortaleza promove a ação durante a data do calendário da ONU, com objetivo de chamar atenção das pessoas para o problema. Além do drama humano, os acidentes de trânsito custaram 590 milhões de reais à toda sociedade fortalezense, incluindo custos com serviços de emergência, reabilitação, gestão do trânsito e previdência.

Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes de Trânsito

A data lembrada a cada terceiro domingo de novembro, em todo o mundo, foi incluído no calendário da ONU em 2005 após uma reunião da Assembleia Geral que determinou a instituição de um marco no calendário global para chamar atenção ao problema. O Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes de Trânsito (World Day of Remembrance, ou WDR na sigla em inglês)

Na tentativa de reduzir o número de acidentes, a ONU também lançou a Década Mundial de Ações para a Segurança no Trânsito (de 2011 a 2020) e governos de todo o mundo, inclusive o Brasil, se comprometeram a tomar novas medidas de prevenção, com o objetivo de reduzi-los em até 50%. Em todo o globo, acidentes dessa natureza são a principal causa de morte entre jovens (de 15 a 29 anos), particularmente entre homens (73%).

De acordo com a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS) o Brasil é o país da América do Sul com a maior taxa de mortalidade no trânsito, e fica em terceiro lugar quando comparado aos demais países das Américas.