Dor crônica: Saiba mais sobre esta condição e seu tratamento

A dor é um aspecto extremamente desconfortável, que incomoda e atrapalha o cotidiano de milhões de pessoas ao redor do mundo. Também é considerada como um sinal de alerta, apontando que algo não está certo com a saúde do corpo. Ao decorrer do tempo, ela pode se tornar diária e, após três meses de seu início, virar uma dor crônica.

Essa é a realidade de muitos brasileiros. De acordo com o artigo “Prevalência de dor crônica no Brasil: revisão sistemática”, que reuniu 35 estudos sobre o tema, 45% da população brasileira enfrenta essa triste realidade. A condição engloba todas as dores do corpo, desde uma lesão muscular até uma dor na cabeça.

As causas são variadas, podendo ser derivadas de traumas físicos ou psicológicos. Já os sintomas podem ser observados a partir de uma dor ou desconforto constante e diário, que mesmo com a utilização de analgésicos comuns, não consegue ter uma melhora significativa. 

De acordo com Josenília Maria Gomes, especialista em terapia de dor e docente do curso de Medicina da Universidade de Fortaleza – instituição de ensino da Fundação Edson Queiroz –, a prevenção pode ser feita com um bom controle da dor na fase aguda (quando tem duração de até três meses), a partir da detecção dos primeiros sintomas.

“O acompanhamento médico e a realização de exercícios físicos regularmente é fundamental. Evitar sobrecarga de tarefas exaustivas e manter o controle da ansiedade, por meio de ajuda profissional, também é bastante importante” –  Josenília Maria Alves, docente do curso de Medicina da Unifor.

Tratamento 

O tratamento para uma dor crônica deve ser visto de forma multidisciplinar, por meio de monitoramento médico. Ele exige cuidados específicos, que vão além da utilização de fármacos e intervenções anestésicas.

Por isso, com a identificação de uma dor persistente, é necessário procurar uma avaliação profissional. Além disso, a fisioterapia é uma aliada fundamental neste processo, pois viabiliza a realização de exercícios apropriados para o alívio da dor. 

Em casos mais graves, e considerando as individualidades de cada pessoa no enfrentamento à dor, o acompanhamento psicológico durante esse processo também é essencial.

“O acompanhamento com um profissional se faz importante para a compreensão de toda a dinâmica que o diagnóstico de dor trouxe para a vida da pessoa. Inclusive, existem condições dolorosas que podem advir de questões de estresse grave ou até mesmo de traumas, como os transtornos de somatização” – Thiago Guimarães, docente do curso de Psicologia e supervisor do Ambulatório da Dor.

O cuidado com a dor

O Ambulatório da Dor é um dos mais recentes equipamentos da Unifor voltado ao atendimento da comunidade (Foto: Ares Soares).

Na Universidade de Fortaleza, há um equipamento voltado exclusivamente para o cuidado deste assunto: o Ambulatório da Dor. Este é um local no qual os estudantes dos cursos de Fisioterapia, Psicologia e Medicina, com orientação dos docentes da instituição, participam de atividades práticas e atuam em benefício da comunidade.

Localizado no Núcleo de Atenção Médica Integrada (NAMI), o Ambulatório presta um serviço multidisciplinar. O tratamento tem como base a fisioterapia associada à psicologia para a redução da dor, sendo centrado no paciente a partir da análise de aspectos biopsicossociais.

No espaço, são trabalhadas diversas dores, como a musculoesquelética na coluna, fibromialgia e artralgias/mialgias pós-covid-19. Os atendimentos acontecem nas segundas e quartas-feiras, das 14h às 17h.

“A dor crônica é destacadamente um problema de saúde pública no mundo. Ela causa impacto na qualidade de vida dessas pessoas e transtornos na saúde mental, assim como afastamento e licenças de saúde precoces. Pessoas passam uma vida inteira achando que sentir dor é normal. Iniciativas como a do Ambulatório da Dor trazem alívio para essas pessoas. É para isso que nos unimos, para prestar esse serviço” – Ana Paula Abdon, docente do curso de Fisioterapia e coordenadora do Ambulatório da Dor.



Thiago Guimarães Batista, Ana Paula Abdon e Ticiana Mesquita de Oliveira Fontenele são os docentes que estão à frente do projeto (Foto: Ares Soares).

Serviço 

Ambulatório da Dor
Local: Núcleo de Atenção Médica Integrada (NAMI)
Funcionamento: segundas e quartas-feiras, das 14h às 17h
Contato: (85) 3477.3624 | (85) 9.9200-7069 [WhatsApp]