TEC Unifor desenvolve ferramentas de inteligência artificial para otimizar serviços de saúde

sex, 11 abril 2025 16:54

TEC Unifor desenvolve ferramentas de inteligência artificial para otimizar serviços de saúde

Nesta matéria da série sobre projetos de saúde do Parque Tecnológico da Unifor, conheça algumas pesquisas desenvolvidas no Núcleo de Ciência de Dados e Inteligência Artificial (NCDIA)


Os pesquisadores do NCDIA utilizam conhecimentos das áreas de Ciência de Dados e Inteligência Artificial na implementação de aplicações práticas para identificar padrões e encontrar soluções otimizadas (Imagem: Getty Images)
Os pesquisadores do NCDIA utilizam conhecimentos das áreas de Ciência de Dados e Inteligência Artificial na implementação de aplicações práticas para identificar padrões e encontrar soluções otimizadas (Imagem: Getty Images)

Com análise complexa de dados e aplicação de técnicas avançadas de inteligência artificial, o Núcleo de Ciência de Dados e Inteligência Artificial (NCDIA) da Universidade de Fortaleza - instituição da Fundação Edson Queiroz - consegue identificar padrões e encontrar soluções otimizadas para os setores público e privado de saúde.

Um dos projetos de sucesso é a assistente virtual MarIA, desenvolvida em parceria com a operadora de saúde Hapvida. Disponibilizada por meio de um aplicativo e baseada no modelo GPT, MarIA foi criada para apoiar pacientes com Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2), detectando situações de risco e fornecendo dicas, além de marcar consultas e acionar equipes de emergência.

O coordenador do NCDIA, professor Vasco Furtado, explica que a assistente MarIA atua no contexto da prevenção de doenças crônicas, com o objetivo de compreender as nuances do cotidiano do usuário, incluindo hábitos prejudiciais, mudanças de humor e desafios que impactam a saúde mental e o autocuidado. 

“Assistentes conversacionais baseados em LLMs podem oferecer suporte por meio de diálogos dinâmicos e conscientes dentro de um contexto. Por meio de diálogos personalizados, eles criam uma base para que os usuários absorvam e se comprometam com práticas diárias mais saudáveis. Além disso, esses assistentes conseguem detectar mudanças sutis no comportamento e no estado emocional do paciente, fornecendo orientações e intervenções específicas. Essa capacidade é fundamental, uma vez que o bem-estar mental influencia diretamente a saúde física e o autocuidado,” destaca o pesquisador.

Os primeiros testes do aplicativo foram realizados em 35 pacientes e, na segunda fase do projeto, expandidos para 359 usuários, distribuídos em cinco cidades do Brasil: Fortaleza, Goiânia, Manaus, Recife e Salvador. Os resultados demonstraram que o estilo de interação conversacional permitiu um aumento de mais de quatro vezes com relação à média de mensagens enviadas pelos pacientes, resultando em uma compreensão mais rica do contexto individual e a geração de recomendações médicas mais seguras e personalizadas.

Epidemiologia e Inteligência Artificial

Na área pública, um projeto do NCDIA realizado em parceria com a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa-CE), pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Harvard University, busca indicadores relacionados ao surto de doenças com base nos registros de pacientes que dão entrada nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Por meio do projeto, foi realizada ma pesquisa durante as primeiras ondas da Covid-19.


“Coletamos os dados de queixas dos pacientes, basicamente os sintomas apresentados ao chegarem às UPAs, e conseguimos fazer um modelo de mineração de texto que nos permitiu ver o aumento do surto 15 dias antes do que seríamos capazes de ver através dos dados reportados pelas fontes oficiais” - Erneson Oliveira, pesquisador do NDCIA

Outro projeto, também realizado em colaboração com a administração pública municipal, visa compreender a propagação da dengue e outras doenças a partir do deslocamento da população nos transportes públicos da cidade.

O estudo sugere o uso de modelos baseados em LSTM (armazenamento de informações de curto e longo prazo), que capturam a intensidade de propagação da doença, identificando os bairros mais suscetíveis à epidemia. Durante a pesquisa foram utilizados dados de casos de dengue da cidade de Fortaleza durante 13 anos, totalizando 222.817 casos.

Mais sobre o NCDIA

Os projetos desenvolvidos no NCDIA são oriundos de demandas do poder público, mas também de empresas que sentem necessidades e carências, normalmente com relação à coleta de grande volume de dados. Segundo o professor Vasco Furtado, as duas naturezas da produção de conhecimento permitem uma ampla atuação do núcleo.


“Algumas pesquisas são mais exploratórias, para a produção de novos conhecimentos, já outras atendem demandas mais pontuais e específicas, relativas a carências que os próprios operadores de saúde ou os pacientes sentem” - Vasco Furtado, coordenador do NCDIA

O Núcleo de Ciência de Dados e Inteligência Artificial também produz conhecimento através de publicações científicas e funciona como um formador de profissionais de excelência na área de análise de dados e IA. 

Tudo isso torna o NCDIA um dos principais espaços de pesquisa e desenvolvimento do TEC Unifor, o Parque Tecnológico da Universidade de Fortaleza, que conta com recursos da Finep, Financiadora de Estudos e Projetos, proveniente da chamada pública:  “MCTI/Finep/FNDCT/CT - Verde Amarelo - Parques Tecnológicos. Seleção Pública de Propostas para o Apoio Financeiro a Parques Tecnológicos em Implantação e em Operação”. 

Serviço

Núcleo de Ciência de Dados e Inteligência Artificial  - NCDIA
Bloco M | Sala M2
Contatos: (85) 3477-3889 
ncdia@unifor.br 
inovacao@unifor.br