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Seg, 17 Julho 2023 18:44

Modernizando a engenharia civil há meio século

Curso de Engenharia Civil da Universidade de Fortaleza chega a 50 anos com currículo atualizado e alinhado aos novos tempos


A Unifor forma profissionais para o presente e o futuro, unindo habilidades de gestão, novas tecnologias e laboratórios de ponta (Imagem: Divulgação)
A Unifor forma profissionais para o presente e o futuro, unindo habilidades de gestão, novas tecnologias e laboratórios de ponta (Imagem: Divulgação)

Aqui sempre se soube que eles são peças fundamentais para a construção do futuro das cidades e o desenvolvimento do país. Os serviços dos engenheiros civis estão tão intrínsecos em nosso dia a dia que é possível visualizá-los o tempo todo: nos edifícios que verticalizam a metrópole, nos modais de transporte que usamos, nas obras de saneamento e barragens.

Talvez este seja o motivo da Engenharia Civil ter figurado entre os primeiros cursos criados há 50 anos na Universidade de Fortaleza, vinculada à Fundação Edson Queiroz: desenvolver o Ceará e planejar o futuro. Era 1973. O Brasil vivia um boom econômico e abria muitas oportunidades de negócio e desenvolvimento na área, mas apenas a universidade federal formava profissionais desse ramo no Ceará.

Homem de visão, o fundador Edson Queiroz incluiu o curso na recém-criada Universidade, que já nasceu ofertando um corpo docente com experiência de mercado e estrutura de ponta. Desde então, já são mais de 5.000 engenheiros civis lançados ao mercado.

Dentro da Unifor, a busca por desenvolvimento e inovação também atravessou as décadas. O curso foi adaptado, acompanhando as exigências do mundo globalizado à atuação do engenheiro. Se antes a formação era mais generalista, ganhou um currículo cada vez mais capaz de atender às especificidades tecnológicas.

Aos graduados no ramo, agora cabe unir habilidades de gestão ao conhecimento técnico e tecnológico para resolver problemas da sociedade. E a Unifor quebrou o paradigma do ensino conteudista para garantir a formação de profissionais preparados para se destacarem neste novo mercado com novas competências específicas.

A seguir, egressos, alunos e professores perpassam esta história de meio século, sempre preocupada em planejar e construir o futuro.

Um curso que já “nasceu grande”

Victor Frota Pinto fez o primeiro vestibular da Unifor para Engenharia Civil. Ingressou na turma de 1973 porque havia enxergado que a Universidade “nasceu grande”. Chegou inspirado pela história do fundador Edson Queiroz, que mostrava esmero e visão ao desbravar o novo. 

“Estávamos no famoso período do milagre brasileiro. A engenharia estava em alta, e todos já saíam com seus empregos, na área empresarial ou no serviço público. O chanceler tinha visão e criou o curso em um período altamente favorável”, lembra o egresso.

As relações da Unifor com o mercado foram construídas desde o início de tudo, seja abraçando professores com experiência prática ou dialogando com as empresas. Por isso, Victor lembra que muitos conseguiam bons estágios já durante a graduação, mesmo naquela época.


“A Unifor veio para se colocar como uma grande universidade, procurando sempre primar e aprimorar. Ela foi para mim o que é para a sociedade até hoje: um momento de grande visão além do tempo. O chanceler Edson Queiroz teve a grandeza de trazer esse desenvolvimento, essa oportunidade de formação de novos profissionais nas diversas modalidades”Victor Frota Pinto, ex-presidente do Crea-CE e egresso da primeira turma de Engenharia Civil da Unifor

Formado, ele trabalhou na iniciativa privada e no serviço público, passando pelo Banco Nacional de Habitação e pela Caixa Econômica. Também foi um dos fundadores da Academia Cearense de Engenharia e presidiu o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará (Crea-CE), marcando uma trajetória profissional de sucesso. “Hoje estou aposentado, mas não totalmente fora do contexto profissional. Ainda presto serviços”, diz, orgulhoso.

Em décadas de atuação, Victor viu a globalização avançar e aumentar a concorrência, além de exigir que a engenharia fosse atualizada com as descobertas tecnológicas e novos procedimentos. Educação continuada passou a ser uma exigência aos graduados. “A evolução antes era mais lenta. Hoje é tudo muito rápido. Por isso as universidades têm que estar ‘ligadas’”, pontua. A Unifor sempre fez isso. “Ela já nasceu grande”, completa.

Engenharia também é lugar de mulher

Quando Teodora Ximenes saiu de Sobral para concluir os estudos em Fortaleza, ficou encantada com os edifícios da capital. Decidiu então desafiar a preponderância masculina que acompanhava a engenharia civil na época e ingressou no curso da Unifor em 1974. Foi incentivada pelo próprio Edson Queiroz durante uma visita à Universidade antes de fazer a matrícula. 

“Meus olhos brilharam quando o chanceler me incentivou a pertencer aos quadros da tão comentada universidade, que tem o slogan de ‘ensinando e aprendendo’”, conta. Na Unifor, Teodora diz ter tido acesso a grandes conhecimentos na área, mas especialmente ter aprendido a ser uma engenheira  humana.


“O curso de Engenharia Civil é um curso que vai além do conhecimento, do desenvolvimento e do saber. É um curso que realiza sonhos. (...) As principais vantagens que a Unifor oferece para que seus alunos tenham sucesso são professores comprometidos com o ensino e ser considerada a Universidade que desponta como uma das melhores do país”Teodora Ximenes, engenheira civil egressa da Unifor

“Aprendi que esta profissão não é só do sexo masculino e que as mulheres são capazes de fazer tão bem quanto os homens”, diz a servidora da Secretaria de Meio Ambiente e Controle Urbano do Município de Fortaleza, atualmente cedida para presidir o Sindicato dos Engenheiros no Estado do Ceará.

Ampliar a visão e sonhar com a dupla-titulação

Cada vez mais, o curso vem atraindo novas gerações de mulheres, interessadas em participar ativamente da construção do futuro. É o caso da estudante Ana Thereza Prado, que hoje está no oitavo semestre de Engenharia Civil da Unifor.

Ela conta que uma das únicas lembranças que tem com o pai é de um canteiro de obras de casas que ele construía. “Ele era construtor sem formação, e eu sempre tive um fascínio por prédios altos e casas”, diz. Foi pesquisando sobre as profissões na escola que viu que, na engenharia civil, poderia aprender as etapas de construção e poder gerenciá-las. Não titubeou em escolher o curso.


“A Unifor tem uma excelente estrutura, salas bem planejadas, laboratórios completos. Com o passar dos semestres, conheci professoras e professores altamente qualificados que, no que eu precisava, estavam de prontidão para tirar uma dúvida minha, tanto em relação à disciplina quanto profissionalmente”Ana Thereza Prado, aluna do curso de Engenharia Civil da Unifor

Ingressou na Unifor pelas oportunidades para o crescimento profissional, como uma estrutura “excelente”, laboratórios equipados, docentes qualificados, oportunidades de estágios, programas de pesquisa e chances de intercâmbio. Ela ainda espera obter dupla titulação pelo convênio com uma instituição europeia, enquanto celebra o acesso a tantas palestras que a ajudaram a escolher o campo em que deseja atuar no futuro.

“Almejo ser uma profissional altamente capacitada, preparada e humana, que eu consiga ser excepcional sem me perder pelo caminho. No momento, a minha principal escolha é na área de cálculo estrutural, me identifico com as disciplinas e com o ramo”, diz ela, que finalizou estágio em uma empresa e agora busca outro no domínio no qual pretende se especializar.

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Currículo e estrutura evoluem junto com o mercado

Quando o curso de Engenharia Civil da Unifor foi criado há 50 anos, o mercado ainda demandava profissionais, de certa forma, generalistas. Pouco mais de uma década depois, em 1986, Ari Holanda Júnior concluiu o curso. Nesta época, viu serem incluídos os primeiros laboratórios com computadores. E 26 anos depois, ele retornou à casa como docente e mergulhou em um ensino já totalmente adaptado aos novos tempos digitais.

Durante sua trajetória profissional, ele testemunhou as tecnologias construtivas e de desenvolvimento de projetos evoluírem, aliadas a uma maior preocupação em reduzir custos, melhorar a qualidade das obras e preservar o meio ambiente. “A formação de profissionais qualificados, que possam atender às novas demandas de especificidades tecnológicas, tornou-se o foco no ensino da engenharia civil”, diz Ari.


Desde o lançamento até hoje, a graduação em Engenharia Civil da Unifor segue trazendo tecnologia e ensino de ponta para seus estudantes (Foto: Acervo Unifor)

Neste sentido, o professor, que já foi coordenador do curso, afirma que a Unifor tem procurado atualizar constantemente a matriz curricular, quebrando o paradigma do ensino conteudista, com o objetivo de desenvolver habilidades e competências profissionais qualificadas. 

“A Unifor tem procurado firmar parcerias com universidades estrangeiras, possibilitando ao aluno uma experiência diversificada, interagindo com outras culturas, e dando a oportunidade de uma dupla titulação. O curso ainda busca desenvolver, cada vez mais, a capacidade de inovação dos alunos, incentivando as práticas de pesquisa e a interdisciplinaridade”, destaca.

Sempre de olho no futuro, a Unifor foi criando novos núcleos de práticas acadêmicas e de ensino, pesquisa e extensão. A Central de Carreiras também surgiu como uma ferramenta importante para fazer a ponte entre acadêmicos e empresas, ampliando o escopo do aprendizado prático.

É assim que a Universidade tem formado empresários de sucesso, servidores públicos em funções de gestão e liderança, docentes mestres e doutores, pesquisadores, profissionais liberais atuando com desenvolvimento de projetos. Todos resolvendo problemas e contribuindo para o desenvolvimento.


“O curso de Engenharia Civil da Unifor atingiu uma elevada posição de qualidade e excelência perante a sociedade, sendo avaliado com conceito 4 no MEC. Nossos docentes, além de extensa bagagem de conhecimentos acadêmicos, são 100% mestres ou doutores e têm larga experiência profissional, com desenvolvimento de networking, permitindo ao egresso uma rápida inserção no mercado de trabalho”Ari Holanda Júnior, egresso e professor do curso de Engenharia Civil

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Contato constante com as inovações

O engenheiro civil e docente Anderson Ruan Gomes de Almeida buscava uma instituição que lhe desse a oportunidade de trabalhar com colegas inseridos no mercado — ao mesmo tempo em que estimulava a pesquisa mais informatizada — quando seu caminho se cruzou com o da Universidade de Fortaleza, onde hoje atua como professor e assessor da coordenação do curso. “A Unifor me deu essa oportunidade”, diz.

Com laboratórios estruturados e diálogo contínuo com o mercado, além de uma matriz curricular constantemente atualizada, a Unifor forma profissionais preparados para atuar em todos os quatro principais eixos desta engenharia, seja em estruturas, construção civil, recursos hídricos ou geotecnia.


“O curso de Engenharia Civil da Unifor conta com um espaço laboratorial bem equipado, bem estruturado, com inovações tecnológicas e de mercado. Fora isso, a Unifor traz, para vivência em sala de aula, professores e profissionais que atuam no mercado e que lidam diariamente com essas mudanças e inovações.”
Anderson Gomes, docente e assessor da coordenação do curso de Engenharia Civil

Um mercado em ascensão

“Atualmente a gente tem um mercado da construção civil em ascensão”, comenta Anderson, citando especialmente o âmbito dos recursos hídricos, que está se reerguendo depois da pandemia com o pacto para que as cidades completem seus sistemas de saneamento até 2033.

Mas o aumento da demanda do mercado vem junto com novas exigências aos engenheiros. “Além de um bom conhecimento e desenvolvimento técnico e tecnológico, um bom profissional da engenharia civil precisa saber atuar como um conciliador, como um gestor”, explica o professor.

Isso porque, na vivência prática do dia a dia, o engenheiro vai precisar gerir todas as demandas de prazo e equipes multidisciplinares, alinhando ainda as necessidades e recursos financeiros e materiais com um propósito em comum, que é a geração de um bem-estar e desenvolvimento urbano e social. Na Unifor, o aluno é estimulado com atividades teóricas e práticas a desenvolver habilidades de gestão e competências profissionais específicas.

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