Empregabilidade na era 4.0: saiba como a Engenharia de Produção abre portas no mercado digital

Com foco em tecnologias como IoT, IA e automação, curso da Unifor alia teoria e prática para formar engenheiros de produção preparados para os desafios da indústria digital

A transformação digital chegou às linhas de produção e, com ela, a demanda por engenheiros capazes de dominar áreas como Internet das Coisas (IoT), inteligência artificial (IA), Big Data e análise de dados vem crescendo. Essas tecnologias são aplicadas diretamente em linhas de produção para otimizar processos, reduzir desperdícios e aumentar a produtividade.

Quem afirma é o professor Joel Sotero, responsável pela disciplina de Instrumentação e Controle no curso de Engenharia de Produção da Universidade de Fortaleza — instituição mantida pela Fundação Edson Queiroz — e líder de projetos no Vortex , um hub de inovação tecnológica da Unifor. 

Segundo ele, a chamada Indústria 4.0 tem provocado uma profunda transformação nas dinâmicas industriais, colocando o engenheiro de produção no centro das decisões estratégicas e da integração entre tecnologia, gestão e eficiência operacional. “Hoje vivemos uma transformação intensa nas indústrias, e isso abre muitas portas para engenheiros de produção”, afirma o docente. 

De acordo com o professor, sensores conectados, algoritmos preditivos e gêmeos digitais já fazem parte da rotina fabril. Quem domina essa tecnologia pode atuar desde a implementação de sistemas de automação até a gestão de projetos integrados com tecnologias da informação (TI) e controle de processos. Ele lembra que a visão sistêmica característica da engenharia de produção é um diferencial para preencher lacunas entre a operação do chão de fábrica e a alta gestão.

Com processos automatizados e fluxos de informação em tempo real, o engenheiro passa a tomar decisões baseadas em evidências, antecipando falhas, reduzindo desperdícios e elevando a competitividade das empresas. Joel observa que essa mudança desloca o profissional de um papel operacional para um perfil mais analítico e inovador, próximo às áreas de gestão e estratégia.




“Na prática, isso se traduz em profissionais que não apenas operam sistemas, mas os projetam, analisam e melhoram continuamente, com forte apoio da tecnologia. Isso muda a atuação tradicional e aproxima o engenheiro de decisões de gestão, inovação e competitividade”
Joel Sotero, professor do curso de Engenharia de Produção e líder de projetos e pesquisa no laboratório Vortex


Diferenciais do curso na Unifor

Para atender a esse novo perfil, a Unifor oferece disciplinas que unem teoria e prática em laboratórios equipados com CLPs Siemens, sensores industriais e simuladores de processos reais. “Os alunos vivenciam IoT, automação, gêmeos digitais e análise de dados desde os primeiros semestres”, destaca o professor. Projetos integradores aproximam estudantes de empresas parceiras, onde desenvolvem soluções avaliadas por profissionais do mercado.

Na disciplina de Instrumentação e Controle, ministrada por Joel, os futuros engenheiros programam CLPs reais, criam interfaces homem‑máquina (IHMs) e testam linhas completas de produção. Simuladores e gêmeos digitais permitem que os códigos sejam validados em ambiente seguro antes de chegar ao hardware, acelerando o aprendizado e consolidando competências práticas valorizadas pela indústria.

“A disciplina conecta teoria e prática de forma contínua. Os alunos saem dominando sensores, malhas de controle e programação industrial”, afirma o docente. Ele reforça que projetos como esteiras automatizadas, sistemas de envase e controle de temperatura desafiam o raciocínio lógico e a visão integrada de processos.

Voz de quem vive a experiência

Aluno do 5º semestre de Engenharia de Produção, João Matos diz que entrou no curso atraído pela gestão empresarial. Ele elogia a disciplina de Gestão de Projetos, que o ajuda no seu dia a dia ao apresentar ferramentas e metodologias usadas pelo mercado. O grande ponto de virada, porém, foi a cadeira de Instrumentação e Controle.

“Foi uma das minhas favoritas”, destaca João. Durante o semestre, a turma precisa programar processos industriais reais. “Temos que programar vários processos e, no final, montar uma indústria inteira”, relata o estudante.

A tarefa exige escrever código, posicionar esteiras e braços robóticos em um simulador e ajustar o fluxo até que tudo funcione de forma integrada. Para ele, criar um processo “do zero” e testá-lo em ambiente virtual mostra, na prática, como tornar etapas mais rápidas, baratas e com melhor qualidade.




“A disciplina contribuiu bastante, porque dá para ter uma noção melhor de processos, já que conseguimos criar alguns durante as aulas. Também foi possível desenvolver um bom entendimento em diferentes aspectos, porque o professor não apenas ensinava a fazer a programação que ele passava, mas também explicava como aquilo impactava na prática” —
João Matos, aluno do curso de Engenharia de Produção da Unifor


João conta que aplica esse conhecimento também fora da sala de aula como estagiário de Produção na Ibyte, fábrica no ramo da tecnologia. Ele usa o software aprendido para simular melhorias nos próprios processos da empresa. A vivência se soma à atuação na empresa júnior Apple, formada por estudantes da Unifor. “[Isso] me ajudou a identificar onde eu quero chegar e como vou atrás disso”, diz.

O objetivo do estudante é ocupar, no futuro, “um cargo grande em uma empresa grande, focado em processos, dentro ou fora do Brasil”. Para chegar lá, ele investe em cursos extras, de Excel avançado a metodologias de mapeamento, que ampliam sua visão sobre gestão e eficiência operacional.

O interesse crescente entre os colegas, afirma João, demonstra como a formação prática e a orientação próxima de professores experientes podem moldar trajetórias profissionais já na graduação. “Eu achei realmente muito interessante. Não só eu como a maioria dos alunos também tiveram o mesmo sentimento em fazer essa cadeira de Gestão de Projetos”, afirma o discente.

Da universidade ao design de produtos digitais

Egresso da Engenharia de Produção, José Augusto Marinho descobriu que queria trabalhar “no coração” da tecnologia enquanto ainda atuava na área operacional de uma empresa de software. “Quando percebi que meu lugar era junto ao time que realmente cria as soluções, direcionei meus estudos para disciplinas como Ferramentas de Gestão, Gestão de Projetos e, principalmente, Engenharia do Produto, além de cursos extracurriculares”, conta. 

A estratégia deu certo: após alguns processos seletivos, ele conquistou a primeira vaga em tecnologia e não saiu mais. Hoje, José é designer de produtos digitais, responsável por interfaces de sistemas de gestão, aplicativos e websites, acompanhando produtos desde a concepção até a entrega ao cliente.

Ele diz levar muita coisa da engenharia de produção para a mesa de projetos. “Uso fluxogramas para entender como o usuário interage com o sistema e mantenho o time organizado com Kanban, porque processo, agilidade e transparência são indispensáveis”, pontua.

Entre as disciplinas que mais conversam com o dia a dia, ele destaca Engenharia do Produto, Gestão de Projetos e Ferramentas de Gestão, mas ressalta que conhecimentos como teoria de filas, otimização e gestão da qualidade fazem diferença: “Conhecer linhas de produção e enxergar gargalos me ajuda a criar experiências digitais mais fluidas”.

A rotina de José também é permeada por ferramentas de IA generativa. “Seria estranho não usar. Ela acelera o processo criativo, destrava debates que se arrastam há dias e até ajuda na redação de textos. Assim como a internet há 20 anos, quem sabe aproveitar a IA está na frente”, declara. Ele ainda aconselha os futuros engenheiros de produção que querem mergulhar na tecnologia.




“A Engenharia de Produção é amplíssima. Troque a linha de montagem por um ambiente de desenvolvimento e verá que o raciocínio é o mesmo. Busque além da grade: noções de programação, UX/UI e dados dão uma visão completa do projeto e mostram por onde começar”
José Augusto Marinho, designer de produto e egresso do curso de Engenharia de Produção da Unifor


Para quem está ingressando agora no mercado, o maior desafio costuma ser justamente conquistar a primeira oportunidade. A partir daí, é fundamental aplicar os conhecimentos adquiridos na graduação. Para José Augusto, é necessário demonstrar comprometimento e manter uma postura colaborativa no ambiente de trabalho, já que, muitas vezes, as próximas chances surgem por meio das conexões criadas ao longo do caminho.

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