CSE Informa: O suporte da produção científica no combate às grandes tragédias climáticas

seg, 27 maio 2024 15:42

CSE Informa: O suporte da produção científica no combate às grandes tragédias climáticas

Entenda como a ciência tem um papel essencial na prevenção e combate aos efeitos catastróficos da degradação ambiental


Antes de todo desastre climático, há um cientista sendo ignorado (Foto: Getty Images)
Antes de todo desastre climático, há um cientista sendo ignorado (Foto: Getty Images)

Por: Aliria Aiara Duarte
Conselho Superior de Editoração (CSE)


Não é novidade que a ciência é o caminho para prevenção de eventos catastróficos, como o aquecimento global, a hiperprodução de lixo e gás carbônico, assim como outros problemas. Catástrofes climáticas, em muitos casos, podem ser evitadas se as previsões feitas pelos cientistas forem levadas em consideração.

Em meio ao desastre ambiental das chuvas e inundações no estado do Rio Grande do Sul, aqui no Brasil, percebe-se um vasto campo de ajuda proporcionado por produções que tiveram suas origens em universidades, através de pesquisas científicas. Um exemplo disso foi a distribuição de purificadores de água contaminada, equipamentos de baixo custo, portáteis, fáceis de serem instalados e manuseados, podendo purificar até 5 mil litros de água por dia.

A PWTech, empresa brasileira responsável pela produção dos purificadores, desenvolveu o aparelho a partir de pesquisas acadêmicas que buscavam viabilizar água potável para pessoas em situações de escassez ou de acesso apenas à água imprópria para consumo.

Como as áreas de pesquisa auxiliam na situação do Rio Grande do Sul?

  • Direito: Junto com o Estado, no processo das pessoas reaverem suas casas ou um local para morar devido a perda total de seus bens etc.  
  • Medicina, Enfermagem, Técnicos de Enfermagem: Em tratamentos direto às pessoas feridas etc.
  • Fisioterapia: No tratamento de lesões no corpo, resquícios de traumas físicos acometidos no momento da fuga ou evacuação das cidades etc.
  • Psicologia: No auxílio às demandas psicológicas causadas pelo trauma vivido nas enchentes, na perda de seus pertences e familiares, além da incerteza sobre a vida após o desastre.
  • Tecnologia: Com itens, aplicativos ou materiais que facilitem a resolução de situações-problema, como o purificador de água, aplicativos de busca de animais domésticos em meio à enchente, etc.
  • Administração: Organizando gestão na logísticas de doações, bem como a suas distribuições, elencando prioridades no gasto de recursos financeiros  de verba pública e privada (doações), auxiliando na reabertura dos negócios, etc.

Como evitar que tragédias de grandes proporções aconteçam?

Por estarmos inseridos em um sistema capitalista de vida, que tem o consumo pelo consumo como engrenagem principal, isso gera resultados como a grande produção de lixo e gases tóxicos, muito além do que o planeta consegue “incorporar”. Exemplos disso são enchentes, secas, derretimento de geleiras, temperaturas extremas, tudo cada vez mais frequente e com maior intensidade.

Sobre isso, a professora Dra. Gilcenara de Oliveira, editora-chefe da Revista Tecnologia — periódico científico do Conselho Superior de Editoração (CSE) da Universidade de Fortaleza —, comenta que as condições ambientais não são mais as mesmas que nos séculos anteriores, e o ser humano tem colaborado para isso. Por outro lado, ela acredita que as tecnologias descobertas têm mitigado tragédias maiores.


“Mas o que fazer quando a tragédia está instalada?! Entra [em cena] o potencial inovador das cabeças pensantes. Este arcabouço de ideias deve ser difundido e gerar conhecimento por meio de revistas científicas. A Revista Tecnologia, por exemplo, tem contribuído para disseminação do conhecimento” —  Gilcenara de Oliveira, editora-chefe da Revista Tecnologia

Já a professora Dra. Ana Almeida, editora-chefe da Revista Brasileira em Promoção da Saúde (RBPS) — também periódico do CSE —, menciona que, no âmbito da saúde, os desastres ambientais revelam as profundas desigualdades sociais e formas de adoecimento, além de modificar condições de vida e saúde de forma drástica. Contudo, neste cenário, também afloram práticas de cuidado que estão ancoradas em uma saúde integral e ampliada.


“Como pesquisadores da saúde com foco na Saúde Coletiva e na Promoção da Saúde, precisamos produzir conhecimento que nos impulsiona a refletir sobre todas as consequências e aprendizados, fomentando a busca por uma sociedade mais justa e com garantia de acesso a direitos” Ana Almeida, editora-chefe da Revista Brasileira em Promoção da Saúde (RBPS)

Produção científica que apoia o mundo

A Universidade de Fortaleza incentiva o corpo docente — em parceria com o corpo discente, por meio de editais, investimentos e patrocínios — a desenvolver pesquisas acadêmicas capazes de criar novos conhecimentos, itens de auxílio na vida em sociedade e soluções de situações-problema. Um exemplo disso foi a elaboração do capacete Elmo, essencial na recuperação de pacientes com Covid-19, uma pesquisa desenvolvida pela Unifor.

Vale salientar que o incentivo à pesquisa está disponível para além do campo de tecnologia, expandindo-se para todos os outros, como humanas, biológicas, exatas, jurídicas e sociais. Isso traz novos olhares a partir dos estudos e relatos de experiências de cada área.

Pensando nisso, a professora Dra. Juliana Pinto, gestora do CSE, menciona a importância do registro dessas pesquisas e experiências em artigos acadêmicos, viabilizando a propagação do conhecimento adquirido no âmbito universitário.


“A ciência está no nosso dia a dia. Independente da área, as pesquisas científicas que saem das universidades podem, em algum momento, ajudar pessoas que estão sofrendo por desastres naturais, bem como em diversas situações-problema. Assim, a atuação de profissionais após um desastre político climático ou evento sanitário de grandes proporções (como a pandemia) também pode se tornar publicações de experiências vividas naquele contexto”Juliana Pinto, gestora do Conselho Superior de Editoração (CSE)

Conselho Superior de Editoração

Quer publicar artigos científicos? Conheça o Portal de Periódicos da Universidade de Fortaleza, plataforma do Conselho Superior de Editoração que disponibiliza os seguintes periódicos:

A coluna “CSE Informa” é um espaço quinzenal de divulgação do Conselho Superior de Editoração (CSE) da Universidade de Fortaleza no jornal Unifor Notícias Mobile.