sex, 26 julho 2024 15:33
Cordelteca da Unifor abriga obras de J. Borges, um dos mais importantes xilogravuristas do Brasil
Mestre da arte popular brasileira, o pernambucano faleceu nesta sexta-feira (26), aos 88 anos
Um dos mais importantes xilogravuristas do Brasil, o pernambucano J. Borges faleceu nesta sexta-feira (26), aos 88 anos, mas o seu nome estará para sempre marcado na história da arte brasileira. Algumas de suas obras estão presentes na Cordelteca Maria das Neves Baptista Pimentel, da Universidade de Fortaleza – instituição da Fundação Edson Queiroz –, entre elas os quadros que decoram o espaço e matrizes de xilogravuras do artista.
As obras estão disponíveis para visitação, aberta ao público, de segunda a sexta, de 8h às 21h, e aos sábados, das 8h às 12h, no prédio da Biblioteca Central da Unifor (1º piso). No local, o público poderá apreciar, por exemplo, as matrizes que deram origem às xilogravuras que ilustram o livro de cordel “Andei por aí – Narrativas de uma médica em busca da Medicina”, da professora Paola Torres, do curso de Medicina da Unifor, lançado na Bienal do Livro do Ceará de 2017.
Paola Torres e J.Borges com o livro da docente da Unifor (Foto: Arquivo pessoal)
“J. Borges foi mais que um amigo, foi um mestre das artes e das letras que entalhou na madeira a alma nordestina e desenhou em versos a essência do nosso povo. Sua obra não apenas ilustrou, mas iluminou o caminho de muitos que, como eu, encontraram no cordel e na xilogravura um meio de expressar a vida. Sua ausência deixa um vazio imenso, mas seu legado é eterno. Descanse em paz, querido amigo”, declarou a professora Paola Torres.
Sobre J.Borges
José Francisco Borges, mais conhecido como J. Borges, nasceu em Bezerros, no Agreste de Pernambuco, em 20 de dezembro de 1935. Foi um talentoso pintor, cordelista, poeta e xilogravurista. Foi reconhecido como Patrimônio Vivo Imaterial de Pernambuco e recebeu a Ordem do Mérito Cultural do Brasil em 1999. J. Borges já ilustrou obras de renomados escritores, como José Saramago e Eduardo Galeano.
As obras de J. Borges foram expostas em museus como o do Louvre, na França, além de outros países, como Estados Unidos, Alemanha, Suíça, Itália, Venezuela e Cuba. O artista também recebeu o prêmio Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) na categoria Ação Educativa/Cultural.
Sobre a Cordelteca
A Cordelteca Maria das Neves Baptista Pimentel, da Universidade de Fortaleza, foi inaugurada em 2019, e é um espaço dedicado às produções histórico-culturais em formato de cordel. A Cordelteca da Unifor homenageia a primeira mulher a publicar um folheto de cordel, em 1938, e é a primeira dentro de uma instituição de ensino superior, em Fortaleza, a catalogar, indexar e organizar com cuidados especiais os folhetos de cordéis, que são frágeis por suas características físicas, objetivando a sua maior preservação. O acervo soma 1.606 mil títulos, no total 3.173 exemplares localizados na Biblioteca Central, e estão disponíveis para consultas locais pela comunidade em geral.
Em 2018, a literatura de cordel foi reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro, pelo Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O Ceará é um grande precursor dessa arte e o berço de grandes cordelistas, como Cego Aderaldo, Patativa do Assaré e Arievaldo Viana Lima. A Cordelteca é mais uma das ações promovidas pela instituição para impulsionar a cultura nordestina.
Serviço
Cordelteca Unifor
Visitação: segunda a sexta, de 8h às 21h | sábado, das 8h às 12h
Mais informações: (85) 3477.3169
