A magia por trás das câmeras: explorando a direção de arte no cinema

qui, 18 julho 2024 14:50

A magia por trás das câmeras: explorando a direção de arte no cinema

Profissionais da área constroem os ambientes onde as histórias ganham vida


Diretores de arte trabalham na criação de sets que enriquecem a narrativa e a estética de produções audiovisuais (Foto: Freepik)
Diretores de arte trabalham na criação de sets que enriquecem a narrativa e a estética de produções audiovisuais (Foto: Freepik)

No fascinante mundo do cinema, a direção de arte se destaca como uma das áreas mais ricas e diversificadas. Indo além da estética visual de um filme, ela constrói o ambiente onde as histórias ganham vida

Os diretores de arte são responsáveis por cada detalhe que compõe o cenário, influenciando diretamente a experiência do espectador e a narrativa da obra. Desde a escolha das cores até a disposição dos objetos em cena, tudo é minuciosamente planejado e executado para criar um mundo autêntico e envolvente.

Possibilidades de atuação

As oportunidades para profissionais de direção de arte são vastas e variadas. Eles podem trabalhar em filmes, séries de TV, comerciais, videoclipes e até em teatros. Cada um desses campos oferece desafios únicos e requer habilidades específicas. Além disso, a direção de arte é uma porta de entrada para outras áreas do cinema, como a produção e a direção.

Com a evolução constante das tecnologias e o surgimento de novas plataformas de mídia, as possibilidades para diretores de arte estão se expandindo rapidamente. O uso de técnicas como CGI (Computer-Generated Imagery) e realidade virtual abre novos horizontes para a criatividade e a inovação, permitindo a criação de mundos ainda mais detalhados e imersivos.

+ LEIA | O que faz um profissional de cinema e audiovisual? Conheça as possibilidades de atuação 

As diversas facetas da direção de arte

Dayse Barreto, graduada em Cinema e Audiovisual pela Universidade de Fortaleza — instituição de ensino da Fundação Edson Queiroz — assinou direção de arte de filmes como “Com os Punhos Cerrados” (2014), “A Noite Amarela” (2019) e “Cabeça de Nêgo” (2020). Suas experiências são testemunhos da diversidade e da profundidade do trabalho de um diretor de arte. 

Em "Com os Punhos Cerrados", seu primeiro longa-metragem como diretora de arte ao lado de Thaís de Campos, Dayse destaca a importância do processo colaborativo. “Foi um enorme aprendizado em um processo colaborativo de descoberta pela imagem que queríamos construir”, relembra. 

Este filme, produzido pela Alumbramento, exigiu inúmeras reuniões de troca de referências, pesquisas e impressões, um processo essencial para a construção de uma identidade visual coerente e impactante.


Dayse Barreto, diretora de arte e egressa de Cinema e Audiovisual pela Unifor (Foto: Arquivo pessoal)

Em "A Noite Amarela", um filme paraibano de terror psicológico, Dayse enfrentou o desafio de trazer à tona o obscuro e o fantástico, trabalhando em estreita colaboração com a fotógrafa Flora Dias. “Tínhamos o desafio de trazer o obscuro, a construção do medo do subconsciente, a atmosfera irreal e o fantástico para a cinematografia”, explica. 

A pesquisa para este filme foi extensa, envolvendo desde o cinema de Val Lewton e Dario Argento até as obras de Caspar David Friedrich e desenhos da artista Grimes. A diversidade de referências mostra como a direção de arte se alimenta de múltiplas fontes para criar uma experiência visual única e envolvente.

Já em "Cabeça de Nêgo", a diretora de arte se aprofundou na análise política e nos movimentos antirracistas e estudantis, inspirada por autores como Bell Hooks, Angela Davis e Franz Fanon. “Era preciso conhecer profundamente aquele contexto de alunos secundaristas que se mobilizaram em 2015”, conta. 

A pesquisa incluiu desde vídeos sobre movimentos estudantis até fotografias de Deana Lawson e filmes blaxploitation, mostrando como a direção de arte pode ser uma ferramenta poderosa para contextualizar e dar profundidade a temas sociais e políticos.

Desafios e oportunidades na área

Apesar do crescimento da presença feminina no cinema, Dayse destaca que ainda há um longo caminho a percorrer em termos de igualdade. "Temos um número considerável de mulheres, mas a participação feminina não se reflete em projetos com maior visibilidade e orçamento", afirma. A discriminação e o machismo ainda são barreiras significativas, mas a mobilização de coletivos, que reúne mulheres, pessoas trans e não-binárias, está criando um ambiente mais inclusivo e representativo.

O processo de pesquisa é outro pilar crucial na direção de arte. Ela serve como um guia, ajudando a coletar informações e inspirações que se transformam em elementos visuais e sonoros nos filmes. Dayse enfatiza a importância de um entendimento profundo do contexto e dos personagens, o que permite criar um mundo rico e autêntico para o público.

A pesquisa é o seu norte, de onde você coleta informações, textos, imagens (pintura, fotografia, frames, desenhos, rabiscos), sons”, declara Dayse. Este processo permite ao diretor de arte fazer escolhas que servem à dramaturgia e trazem um olhar pessoal e único para a produção.

Cinema e Audiovisual é na Unifor 

Com nota máxima (5) no Conceito de Curso (CC) do Ministério da Educação (MEC), o curso de Cinema e Audiovisual da Unifor destaca-se por sua abordagem multidisciplinar, que prepara os alunos para enfrentar os desafios do mercado audiovisual contemporâneo. 

Em uma forte articulação entre teoria e prática, os estudantes têm a oportunidade de desenvolver habilidades técnicas e estéticas ao longo de todo o processo de realização audiovisual, desde a concepção de roteiros até a pós-produção. Além disso, a graduação estimula competências de gestão de negócios, capacitando os alunos para atuarem em diversas áreas do setor.

Um dos pilares do sucesso do curso é o seu corpo docente altamente qualificado, composto por doutores, mestres e realizadores audiovisuais com vasta experiência tanto na academia quanto no mercado. Esses profissionais proporcionam um ambiente de aprendizado dinâmico e estimulante, promovendo o diálogo entre teoria e prática e incentivando o pensamento crítico dos alunos.

A estrutura oferecida pela Unifor também é um diferencial do curso, com espaços dedicados à prática cinematográfica, como estúdios de televisão, fotografia e rádio, além do Laboratório de Produção em Audiovisual e Novas Mídias (Labomídia). Esses ambientes proporcionam aos estudantes uma formação abrangente e atualizada, equipando-os com as habilidades e conhecimentos necessários para se destacarem no mercado de trabalho.