sex, 4 agosto 2023 16:50
A tecnologia como fator fundamental no ensino médico
O médico ultrassonografista Carlos Guimarães comenta sobre as adaptações na era tecnológica

Desde o seu surgimento, a tecnologia vem influenciando diversas áreas profissionais, e com a medicina não é diferente. No cenário atual, é fundamental que, desde a graduação, os futuros médicos estejam adaptados às novas ferramentas tecnológicas durante o processo de aprendizagem, assim como os docentes.
Nesse contexto, Carlos Guimarães, médico ultrassonografista e professor do curso de Medicina da Universidade de Fortaleza, instituição da Fundação Edson Queiroz, ressalta as mudanças durante a formação ocasionadas pela tecnologia, ressaltando que é necessário haver uma ruptura com os velhos conceitos.
O docente explica que a tecnologia faz parte da atual geração, portanto, os professores devem atuar como facilitadores na transferência de conhecimentos adquiridos, para que a prática seja executada. Isso evita informações falsas mediante o imediatismo que a internet impõe.
Além disso, o ultrassonografista enfatiza que a tecnologia online permite uma nova abordagem de ensino, que otimiza e valoriza o tempo dentro da sala de aula. Por exemplo, conhecimentos básicos podem ser adquiridos de forma assíncrona, dando espaço para atividades mais objetivas, estimulantes e “palpáveis”, no ponto de vista prático.
“O modelo da era industrial de sala de aula, onde encontrávamos alunos enfileirados e atentos a um só referencial de conhecimento personificado pelo professor, deixa aos poucos de existir para dar lugar a um ambiente de atividades didáticas de compartilhamento de conhecimento” – Carlos Guimarães, médico ultrassonografista e professor de medicina da Unifor.
A vivência prática associada ao ensino
Além da tecnologia, que veio como recurso de apoio na aprendizagem, as práticas também são fundamentais para a formação médica. Nesse sentido, o curso de Medicina da Unifor oferece diversas oportunidades aos seus discentes, como as possibilidades de ingresso nas ligas médicas.
Essas iniciativas abrangem diversos campos da profissão, proporcionando um cenário onde o aluno tem a oportunidade de vivenciar estágios práticos específicos, bem como desenvolver estudos científicos trabalhando em grupos.
O professor Carlos Guimarães, que possui mestrado em ultrassonografia hepática intra-operatória, é um dos docentes que integram a Liga de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (LIDIM). No projeto, o ultrassonografista realiza atividades com dez alunos de períodos diferentes da graduação, o que torna a troca de conhecimento mais enriquecedora.
“Durante um ano, eles fazem estágios práticos acompanhando exames e tendo aulas práticas de iniciação dos métodos. Os estudantes desenvolvem conteúdos, confeccionam relatos de casos vivenciados na prática para publicações e trocam conhecimento entre si, apresentando e discutindo temas relevantes,” comenta o médico.
A própria tecnologia está presente nessas atividades, pois as metodologias provenientes do recurso nascem no ambiente acadêmico e acompanham o aluno até a vida profissional. Assim, a inteligência artificial, aliada às estratégias didáticas, irá somar muito na dinamização do ensino e trazer cada vez mais esse conhecimento para a aplicação prática docente.
Sobre Carlos Guimarães
Graduado em medicina pela Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro, Carlos Guimarães é especialista em Ginecologia e Obstetrícia no Ceará pela Maternidade Assis Chateaubriand (MEAC), com título de especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASGO.
Formado em Ultrassonografia Geral, adquiriu título de atuação na área da Ultrassonografia Geral e Mamografia pelo Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR) e atuação em Ultrassonografia Geral pela Sociedade Brasileira de Ultrassonografia (SBUS).
Em 2003, concluiu o mestrado no serviço de pós-graduação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ademais, é um dos fundadores da ECUS - Escola Cearense de Ultrassonografia e docente da Universidade de Fortaleza.