seg, 8 agosto 2022 09:42
Alunos da Pós-Unifor entregam projeto de espaço multifuncional para O Caminho
A Associação Beneficente São João Eudes (O Caminho) recebeu um projeto de construção dos estudantes de Especialização em Arquitetura de Interiores

Os estudantes da Especialização em Arquitetura de Interiores da Universidade de Fortaleza, da Fundação Edson Queiroz, apresentaram o projeto executivo da construção de um espaço multifuncional para atividades de formação na Associação Beneficente São João Eudes – O Caminho. Localizada no Condomínio Espiritual Uirapuru (CEU), a instituição visa transformar a vida de familiares (prioritariamente esposas, companheiras, filhas, mães e irmãs) dos apenados em situação de vulnerabilidade social.
Antes de apresentarem a proposta, os docentes e discentes da Unifor foram recebidos na Associação com um café da manhã, no último dia 30 de julho. Eles também assistiram à apresentação musical do “Timbalada”, grupo de percussão formado por crianças da Casa do Menor São Miguel Arcanjo.
O projeto contou com a orientação da arquiteta Érica Martins, mestre pelo Departamento de Arquitetura, Urbanismo e Design da Universidade Federal do Ceará (PPGAU - UFC); e de André Scarlazzari, designer, cenógrafo e museógrafo. Ambos são professores da Unifor e ministram a disciplina de Estúdio Multidisciplinar no curso de Especialização.
Experiência transformadora
Para a arquiteta, designer de interiores e estudante da Pós-Unifor Camila Verino, foi uma honra participar do projeto. “Foi maravilhoso porque nós nos dividimos em equipes para trabalhar nesse grande espaço da instituição, buscando o melhor para essas pessoas que ajudam tantas outras. Essa experiência me mostra como é possível ver além do que aprendemos na sala de aula. Este, inclusive, é o grande diferencial”, considera.
A instituição O Caminho é formada por esposas, filhas, mães e irmãs de apenados em situação de vulnerabilidade social (Foto: Lucas Plutarcho)
Para o professor Scarlazzari, esse foi o projeto que já de maior simbolismo que já realizaram: “Vai ficar muito marcado na vida dos alunos, que se envolveram emocionalmente e desenvolveram uma relação afetiva com a instituição. Provavelmente devem continuar frequentando e contribuindo. Agora, o projeto passa para um segundo momento, onde será executada a obra, e os alunos vão querer participar e estar presentes”.
Ao todo, foram oito estudantes envolvidos no projeto, são eles: Antônia Edna, Camila Verino, Glauber Lima, Hélady Barroso, Jaciane Cavalcante, Jennifer Anthonia, Miriam Brito Fialho e William Costa Oliveira.
(Foto: Lucas Plutarcho)
“Foi uma experiência extremamente gratificante e engradecedora porque nunca havia passado por algo desse tipo, de conhecer uma instituição, de ouvir as histórias, as necessidades e saber mais do trabalho que é realizado. Fizemos tudo com muita dedicação, amor e carinho para atender às mulheres assistidas na instituição. Por isso nunca vou esquecer a experiência que vivi aqui. Espero que o projeto contribua ainda mais para o trabalho maravilhoso que já é feito. Futuramente, quando o projeto estiver finalizado, espero voltar. Muito obrigada, Unifor, por tudo isso”, destaca a pós-graduanda Jennifer Anthonia.
Mudanças e melhorias
Entre as melhorias feitas na instituição estão a requalificação do espaço arquitetônico às necessidades atuais das práticas ali existentes. Tudo mantendo a coesão estética e os materiais construtivos harmônicos, funcionais e de qualidade para os ambientes, dos quais fazem parte cozinha, lojinha, ateliê, depósitos, área de convivência, feirinha, oficinas e a nova capela a ser construída, explica André.
Conforme Érica Martins, o projeto também buscou ocupar as “ruínas” da antiga fazenda, nos fundos da casa. “Toda essa área segue integrada com uma estufa para plantas e produtos orgânicos, sem desconsiderar o esforço do desenvolvimento de um espaço agradável que abrigará feiras, encontros ou visitas aos sábados, acompanhadas de cafés da manhã, visando integrar e gerar bons momentos”, frisa ela.
Estudantes da especialização em Arquitetura de Interiores durante a apresentação do projeto executivo n’O Caminho (Foto: Lucas Plutarcho)
O prazo de execução e pleno funcionamento do projeto será definido gradualmente, ressalta a professora. “Iniciamos com um programa de necessidades menores e ele foi se estendendo uma vez que vimos a demanda real. Dessa forma, a instituição ainda precisa arrecadar fundos para conseguir executar o projeto por completo”, finaliza Érica.