Orgulho Unifor: Egresso de Fisioterapia é convocado para a Seleção Brasileira de Futebol Masculino Sub-17

seg, 28 agosto 2023 12:05

Orgulho Unifor: Egresso de Fisioterapia é convocado para a Seleção Brasileira de Futebol Masculino Sub-17

O fisioterapeuta Albino Luciano participará de treinos na Granja Comary, centro de treinamento da Seleção


Período para o qual Albino foi requisitado visa preparação para a Copa do Mundo Sub-17, que será disputada em novembro, na Indonésia (Foto: Divulgação/Fortaleza EC)
Período para o qual Albino foi requisitado visa preparação para a Copa do Mundo Sub-17, que será disputada em novembro, na Indonésia (Foto: Divulgação/Fortaleza EC)

Quando ingressou no curso de Fisioterapia da Universidade de Fortaleza —  instituição de ensino da Fundação Edson Queiroz — em 1998, Albino Luciano já considerava se dedicar à fisioterapia esportiva. Antes mesmo de concluir a graduação, buscou estágio no Fortaleza Esporte Clube. E desde 2002, além de torcedor, ele também é fisioterapeuta do seu “clube do coração”.

Dedicando-se por anos às duas paixões, o egresso da Unifor contou, neste mês de agosto, com mais um reconhecimento para sua carreira: foi convocado para a comissão técnica da Seleção Brasileira de Futebol Masculino Sub-17.

Seja na categoria profissional ou base, o convite é um sonho para quem trabalha no futebol, segundo Albino. Ainda assim, o profissional de saúde foi pego de surpresa pela notícia. “Durante muito tempo esperei por essa oportunidade, mas confesso que, nesse momento, foi uma grata surpresa!”, relata.  

Trabalho de equipe

De 22 de agosto a 4 de setembro, Albino estará ausente do clube cearense para se apresentar na Granja Comary, centro de treinamento da Seleção Brasileira, em Teresópolis (RJ). Após esse período, ele retorna ao Fortaleza e fica no aguardo da próxima convocação. A expectativa é acompanhar o time na Copa do Mundo Sub-17, que acontece em novembro, na Indonésia. 

O fisioterapeuta faz questão de ressaltar a importância do trabalho em grupo e de compartilhar a conquista com toda a equipe do Fortaleza, além de agradecer à confiança do presidente do clube, Marcelo Paz. “Todos nós ficamos muito felizes [...] Ninguém consegue nada sozinho”, enfatiza.

Rotina na fisioterapia esportiva

O dia a dia como coordenador do setor de fisioterapia de um clube de futebol exige dedicação. Albino revela que o departamento é um dos que nunca fecha, pois quando o grupo está de folga, os atletas machucados estão em tratamento — seja sábado, domingo ou feriado. “Estou todos os dias à tarde no clube, além de acompanhar o time durante as viagens e jogos”, diz.


Albino atua como coordenador do setor de fisioterapia do Fortaleza Esporte Clube (Foto: Divulgação / Fortaleza EC)

Ele explica que a grande diferença entre lidar com atletas profissionais e pacientes regulares está em dois fatores relacionados ao tempo: tanto no que se refere ao período de reabilitação quanto ao prazo que o atleta tem disponível para realizar o tratamento.

“Hoje atletas machucados chegam ao clube pela manhã e só vão para casa no fim do dia. Associando isso a condutas que sejam bem norteadas cientificamente e ao fato de que o metabolismo dos atletas é mais acelerado, temos um tempo de recuperação menor e um retorno seguro ao esporte”, afirma. 

Futebol cearense em evidência

Diante do suporte e da estrutura oferecidos atualmente pelo Fortaleza Esporte Clube, é difícil pensar que nem sempre foi assim. Os oito anos na terceira divisão refletiam na escassez de investimentos.

“No início, éramos dois fisioterapeutas para todo o clube. Hoje somos quatro fisioterapeutas no profissional e quatro nas categorias de base, além de uma fisioterapeuta que acompanha o futebol feminino”, detalha Albino.


Equipe do Fortaleza Esporte Clube comemora conquista do 42º campeonato cearense de futebol, em 2019 (Foto: Arquivo pessoal)

Depois do longo período de dificuldades, vieram as alegrias. Para o fisioterapeuta, as conquistas mais marcantes foram o acesso à primeira divisão em 2004 e a campanha da Série C do Brasileirão até a Libertadores, após anos de tentativas. “Poder vivenciar esses momentos e participar da mudança estrutural do clube é realmente uma grande felicidade”, celebra.

O bom momento estende-se para o futebol cearense como um todo. De acordo com Albino, nos últimos anos, a organização e o investimento em estrutura e pessoas têm dado excelentes resultados. Dessa forma, os times têm conseguido protagonismo em todo o Brasil e não apenas no Nordeste.


Em 21 anos de clube, Albino tem 14 títulos do Campeonato Cearense, dois títulos da Copa do Nordeste e um de campeão brasileiro da Série B (Foto: Divulgação / Fortaleza EC)

“Até cinco anos atrás, era utopia imaginar um clube cearense disputando uma Libertadores da América. Graças a Deus, estivemos por dois anos consecutivos [na competição] e continuamos trabalhando por mais”, projeta o profissional.

Inspirações e conselhos

Uma das grandes referências de Albino nos tempos da graduação foi o Dr. Nilton Petroni, mais conhecido pelo apelido “Filé”. Fisioterapeuta da Seleção Brasileira de Futebol Masculino na década de 1990, o ícone — que virou amigo e colega de profissão — foi responsável pelo tratamento dos jogadores Romário e Ronaldo em 1998 e 2002.

O egresso também cita o docente Isidro Marques como uma inspiração aos alunos no período em que estava na Unifor. Quanto à formação, o profissional destaca: “Sem dúvida nenhuma tivemos acesso às melhores informações da época. [...] O exemplo e o incentivo dos professores foi determinante na minha escolha”.


Na trajetória no esporte, Albino conheceu grandes nomes do futebol brasileiro, como Bebeto e Zico (Foto: Arquivo pessoal)

Albino pontua que a fisioterapia esportiva vai além do trabalho com atletas de alto rendimento. Ele observa que o aumento das práticas esportivas evidenciou a importância da atuação do fisioterapeuta na prevenção e no tratamento de lesões também em esportistas amadores.

No entanto, para quem realmente pretende trabalhar com atletas de alto rendimento, o fisioterapeuta aconselha se engajar e ter contato com profissionais que são referência na área. “Participar da Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva e Atividade Física (Sonafe) me abriu portas para conhecer profissionais e continuar me capacitando”, conclui.