Dólar desaba e bolsa no Brasil tem forte alta no mês de março; veja os destaques do Boletim de Mercado de Capitais da Unifor
qua, 6 abril 2022 09:10
Dólar desaba e bolsa no Brasil tem forte alta no mês de março; veja os destaques do Boletim de Mercado de Capitais da Unifor

O Boletim de Mercado de Capitais, elaborado pelo curso de Finanças da Universidade de Fortaleza, tem como propósito trazer informações da seara financeira e análises dos principais fatos do mundo dos investimentos, em escala global, nacional, e especialmente do mercado financeiro cearense.
Mercado de Capitais Internacional
O recrudescimento da guerra Rússia/Ucrânia marcou o mês de março. Os impactos econômicos, resultados das tensões geopolíticas e das sanções econômicas à Rússia, provocaram elevada instabilidade nos mercados, sobretudo nos preços das commodities, em particular o petróleo.
Neste contexto de instabilidade, a inflação, em nível global, se torna ainda mais preocupante, o que vêm resultando na elevação das taxas de juros pelas autoridades monetárias, a exemplo da americana. A inflação nos Estados Unidos continua resiliente e marca altas históricas, o que não se observava nos últimos 40 anos.
O cenário global turbulento promoveu uma série de efeitos negativos nas bolsas, o que tornou a decisão de alocação de recursos no mercado de capitais ainda mais desafiadora.
Quadro 1 - Comportamento dos principais índices e ativos pelo mundo (Março/2022)
Índice / Ativo |
País / Mercado |
Variação (%) | ||
Mês |
Ano |
12 meses |
||
DJI |
EUA |
2,36 |
-4,57 |
5,14 |
S&P 500 |
EUA |
3,58 |
-4,95 |
14,03 |
Nasdaq 100 |
EUA |
4,22 |
-9,08 |
13,34 |
Dólar |
Forex |
-8,15 |
-14,93 |
-15,86 |
Bitcoin |
Investing.com |
6,00 |
-0,90 |
-22,00 |
Fonte: Valor Data; Investing.com
Mercado de Capitais Nacional
Seguindo a tendência inflacionária mundial, o Brasil também sofre com o contínuo aumento de preços. O IPCA-15, que serve como prévia do IPCA, subiu 0,95%. Com o novo dado, o índice acumula alta de 10,79% em 12 meses até março.
Para combater essa aceleração inflacionário, no dia 16, o Copom elevou mais uma vez a taxa Selic. Como esperado pelo mercado, o aumento foi de 1,0 ponto percentual, conduzindo a Selic para 11,75% ao ano. O próprio Banco Central tem deixado explícito que pretende entregar uma nova elevação de 1,0 ponto percentual na próxima reunião de maio, encerrando o ciclo da política contracionista em 12,75%. Entretanto, o choque nos preços das commodities causado pela guerra na Ucrânia, pode tornar necessário que a taxa Selic suba além desse patamar.
A boa notícia continua sendo a queda na taxa de desemprego que continua cedendo. Caiu de 11,6% no trimestre set-ou-nov/2021 para 11,2% no trimestre encerrado em fevereiro (dez-jan-fev/2022).
Apesar da volatilidade da bolsa ao longo do mês, com 12 pregões positivos e 10 negativos, o Ibovespa encerrou o mês de março com valorização de 6,0%.
Quadro 2 - Comportamento dos índices no Brasil (Março/2022)
Índice |
Variação (%) |
||
Mês | Ano | 12 meses | |
IBOV |
6,00 |
14,00 |
3,00 |
IFIX |
1,42 |
-0,88 |
-2,35 |
IEE |
8,94 |
11,45 |
5,10 |
SMLL |
8,81 |
6,69 |
-9,80 |
ISE |
7,48 |
7,81 |
-1,07 |
Fonte: Valor Data; Investing.com
Quadro 3 – Melhor desempenho no Ibovespa (Março/2022)
Ação |
Ticker |
Variação |
Preço |
CVC |
CVCB3 |
32,99 |
16,69 |
Cogna Educação |
COGN3 |
25,22 |
2,83 |
Qualicorp |
QUAL3 |
24,65 |
16,03 |
3R Petroleum |
RRRP3 |
23,52 |
41,85 |
JHSF |
JHSF3 |
22,35 |
6,57 |
Fonte: Infomoney.com
Quadro 4 – Pior desempenho no Ibovespa (Março/2022)
Ação |
Ticker |
Variação |
Preço |
Embraer |
EMBR3 |
-15,00 |
14,96 |
PetroRio |
PRIO3 |
-7,78 |
23,81 |
Braskem |
BRKM5 |
-7,19 |
44,30 |
Fleury |
FLRY3 |
-6,95 |
16,01 |
Azul |
AZUL3 |
-5,42 |
23,92 |
Fonte: Infomoney.com
Índice de Ações Cearenses (IAC)
O Índice de Ações Cearenses (IAC) apresentou alta de 0,17% no mês de março, enquanto o Ibovespa no mesmo período obteve valorização de 6,06%. No acumulado do ano o IAC apresenta alta de 1,86% e o Ibovespa de 14,48 %. No retorno acumulado dos últimos 12 meses, o IAC apresenta desvalorização de 15,07% enquanto o Ibovespa subiu 2,89%.
Neste mês, das nove ações que compõem o índice, seis apresentaram desempenho positivo, com destaque para GRND3 com valorização de 18,79%, BRIT3 com 8,99% e MDIA3 com 7,65%. Do lado negativo, merecem destaques a PGMN3, COCE5 e HAPV3 com perdas de 12,11%, 7,16% e 2,39% respectivamente.
Veja mais sobre o IAC clicando aqui.
Ação estudada do mês: Grendene (GRDN3)
a) Análise fundamentalista
Quadro 5 – Indicadores fundamentalistas
Indicador |
Resultado |
Índice P/L |
15,46 |
Índice P/VP |
2,27 |
DY - Dividend Yield |
8,48% |
Fonte: TradeMap
Posição: 01.04.2022
Índice P/L é calculado a partir do preço da ação dividido pelo lucro por ação anual do ativo. Ele representa o quanto o mercado está disposto a pagar pelos ganhos de uma empresa. No caso da GRND3, o P/L é igual a 15,46.
O índice P/VP é obtido após a divisão entre o preço do ativo e o valor patrimonial da empresa. No caso da GRND3, o valor do P/VP de 2,27 indica que o preço de negociação do ativo é maior que duas vezes o seu valor patrimonial.
Para se obter o cálculo percentual do Dividend Yield de uma empresa deve-se dividir o valor de dividendos pagos durante um determinado período pelo preço da ação, antes da distribuição de dividendos e multiplicar por 100. Através do DY é possível entender a relação entre os dividendos que a empresa distribuiu e o preço atual da ação da companhia. O DY da GRND3 atingiu 8,48%.
b) Análise técnica
Fonte: TradMap
O gráfico mostra o preço do ativo em tendência primária de alta. Interessante observar que a média móvel de 200 períodos (MME200) tem representado um suporte forte, sendo testado ao longo de todo o período mostrado no estudo (2012-2022).
Nos últimos dois anos o ativo formou um topo duplo em torno de R$ 11,30 (resistência). A transição do MACD do campo negativo para o positivo, pode indicar uma retomada da tendência de alta para realização de mais um teste da resistência. Entretanto, o IFR nas proximidades de 70% indica que o ativo está atingindo uma situação de sobrecompra e pode ser mais um fator impeditivo do rompimento da resistência.