seg, 10 maio 2021 14:14
Das cabines fotográficas às telas digitais: saiba como guardar e organizar suas fotos
Entenda como as imagens deixaram de ser reveladas e passaram a ser armazenadas
O século dezenove foi palco de grandes acontecimentos ao redor do mundo. Thomas Jefferson foi eleito presidente dos Estados Unidos, Beethoven compôs a ilustre Nona Sinfonia, e Van Gogh pintou "A noite estrelada". O campo das invenções não ficou para trás, e, no ano de 1816, Louis Jacques Daguerre criou um modelo de processamento fotográfico, que ficaria conhecido como Daguerreótipo.
O daguerreótipo foi lançado mais de vinte anos depois, em 1839, mas é seguro dizer que a fotografia nasceu ali, na primeira metade do século dezenove. Esse acontecimento marcou o início do que viria a ser um dos ofícios e objetos mais amados e utilizados pela sociedade, responsável por registrar fatos históricos e eternizá-los na memória coletiva.
O surgimento da fotografia foi um marco de grande importância para a humanidade como um todo, além de se tornar inerente a certas profissões, como o jornalismo e suas muitas divisões. Além disso, ela permitiu que as pessoas guardassem suas memórias com mais facilidade, não mais dependendo apenas de pinturas para conservar suas lembranças.
A transição do analógico para o digital
A fotografia analógica reinou absoluta durante quase dois séculos, porém, como toda tecnologia, passou por transformações com o passar dos anos. No final do século vinte, já havia indícios de novas tecnologias fotográficas, e no início do século vinte e um, já era nítido que a era digital tinha assumido o lugar da analógica.
Jari Vieira, professor dos cursos de Jornalismo e Publicidade da Unifor (Foto: Ares Soares)
Para Jari Vieira, fotógrafo e professor dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda da Universidade de Fortaleza, da Fundação Edson Queiroz, a transição entre o analógico e o digital causou uma certa estranheza para quem já era acostumado ao processo tradicional. "Foi uma transição em que durante mais de cem anos as pessoas fotografavam de uma forma analógica, ou seja, com filme e película, e de repente chega um sensor eletrônico que me permite fotografar sem uso do filme e eu vendo a foto na hora", explica o docente.
Câmera analógica (Foto: Getty Images)
As câmeras digitais surgiram nos anos 1970 e mesmo que ainda não fossem acessíveis a todos, já chamaram a atenção e, quando passaram a ser comercializadas, rapidamente conquistaram o espaço que antes pertencia à fotografia tradicional. A evolução das câmeras digitais, e da tecnologia como um todo, marca um novo momento para a fotografia, dando mais liberdade e praticidade para todos aqueles que as utilizavam.
O papel dos smartphones
Hoje, a fotografia digital assume diversas facetas. As câmeras digitais compactas, febre nos anos 2000, ainda existem, mas com uma tecnologia mais avançada. Os modelos profissionais também se reinventaram. Mas, a grande diferença é que, atualmente, o indivíduo não precisa de uma câmera para tirar fotos, pois a fotografia digital também está presente nos aparelhos celulares.
Os smartphones foram um grande avanço para a fotografia. O aparelho permitiu aos seus usuários a possibilidade de fazer registros a qualquer hora e lugar, e isso foi de grande valia para alguns profissionais, como repórteres e fotógrafos. "Eu acho, que sem sombra de dúvidas, o celular vai ser cada vez mais um equipamento que antes era só usado de forma amadora, para ser um equipamento que a gente vai usar de forma profissional", aponta Vieira.
Além de permitir o registro instantâneo, as pessoas puderam, com os celulares, compartilhar essas imagens em diversas redes sociais e armazenar as fotos em seus próprios aparelhos, em oposição a como acontecia antigamente, quando as imagens reveladas eram guardadas em álbuns ou colocadas em porta-retratos em diversos locais das casas.
Armazenamento e organização
Com a evolução dos equipamentos fotográficos, o tópico sobre armazenamento de fotos passou a permear discussões ao redor da mesa de bar, no intervalo do trabalho e em grandes companhias de tecnologia. As antigas cabines de revelação de filmes fotográficos perderam o espaço no coração daqueles que guardavam dinheiro para revelar suas capturas, e deram lugar à instantaneidade e à praticidade de pendrives, hard-drives e armazenamento em nuvem.
Hoje, as fotos digitais, sejam elas tiradas por celular ou câmera, se transformaram em extensas coleções e álbuns, ocupando espaços significativos nas memórias dos smartphones e dos computadores. Diante disso, grandes marcas e empresas desenvolveram plataformas que auxiliam no armazenamento dessas fotos. Porém, muitas pessoas ainda não sabem como utilizá-las.
Câmera digital (Foto: Getty Images)
Jari Vieira diz que o segredo para armazenar fotos digitais é salvá-las em mídias diferentes."Então, salve no pen drive, salve no HD externo. Atualmente, o melhor lugar é a nuvem, como as que temos da Google [Google Fotos], da Apple [iCloud]. Elas são muito seguras, porque as marcas que fornecem pra gente essas nuvens, têm um sistema de backup muito estruturado das fotografias", aconselha o fotógrafo.
Além de salvá-las apropriadamente, é importante também saber como organizá-las, para que não fiquem perdidas em meio a tantas outras imagens. O professor de fotografia também dá algumas dicas: "Eu acho que o ideal é você salvar as fotos por grupos de palavras-chaves. Então, paisagem, arte, arte urbana, cultura popular, sertão, praia, viagens, projetos, sabe? A minha sugestão é que crie pastas com nomes que você vá identificar. Coloque data, coloque local, ano, tudo direitinho", diz.
Apenas o início
A evolução da fotografia está longe de acabar, e, por mais que hoje o meio digital predomine, o método tradicional jamais foi esquecido. A verdade é que a fotografia é uma só, o que muda são os objetivos. "As pessoas entenderam que a fotografia continua sendo a mesma, apenas o processo de captura que é diferente. Antes era uma película, hoje, um sensor eletrônico. Então, hoje, as duas convivem tranquilamente, uma do lado da outra. Analógico tem o seu lugar e digital tem o seu lugar", finaliza Jari Vieira.