seg, 28 julho 2025 11:26

Projeto Campus Saudável impulsiona ações de bem-estar, atividade física e saúde mental na Unifor

Projeto multidisciplinar internacional busca promover bem-estar, saúde e sustentabilidade no ambiente universitário por meio de ações alinhadas aos objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU

A Universidade de Fortaleza, mantida pela Fundação Edson Queiroz, está implantando o programa Campus Saudável (Healthy Campus), uma iniciativa da Federação Internacional de Esporte Universitário (FISU) que propõe um novo olhar sobre o papel das universidades na promoção da qualidade de vida, da sustentabilidade e do bem-estar. A proposta rompe com a visão tradicional do esporte focada apenas no alto rendimento e insere a saúde física, emocional e ambiental como pilares do ambiente acadêmico.

“A Unifor, ao tomar a decisão de aderir ao programa Campus Saudável, reforça seu compromisso em desenvolver boas práticas em prol da comunidade acadêmica e do entorno”, afirma Ralciney Barbosa, chefe da Divisão de Atividades Desportivas (DAD) da Unifor e coordenador do projeto na instituição.

Segundo ele, a iniciativa traduz o cuidado institucional com estudantes, professores, colaboradores e o meio ambiente, alinhando-se diretamente aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).

O projeto abre espaço para o desenvolvimento de novas práticas educativas, campanhas de conscientização, eventos interativos e políticas institucionais mais inclusivas e saudáveis, tanto para os que fazem parte da Universidade quanto para a comunidade que vive próxima à instituição.

“Cuidar da comunidade acadêmica de forma responsável e sustentável é parte da missão institucional da Unifor, e o Campus Saudável nos dá uma base metodológica e reconhecida internacionalmente para isso”, pontua Ralciney.

Programa global na Unifor

O Healthy Campus (Campus Saudável) da FISU é composto por 100 critérios, distribuídos em sete domínios fundamentais:

• Gestão saudável do campus;
•  Atividade física e desporto;
•  Nutrição;
•  Prevenção de doenças;
•  Saúde mental e social;
•  Comportamento de risco;
•  Ambiente, sustentabilidade e responsabilidade social.

Dessa forma, cada instituição participante precisa comprovar, por meio de evidências, que desenvolve ações nessas áreas, além de implantar novos projetos para atender os critérios ainda não contemplados.

O projeto foi idealizado como uma alternativa à visão tradicional do esporte focada apenas no rendimento. A proposta da FISU é ampliar esse conceito, tratando o esporte como uma ferramenta de transformação social, promoção da saúde e fortalecimento da responsabilidade das instituições com o bem-estar da comunidade acadêmica.

Na prática, a Unifor já deu início à implementação do programa desde 2024. Um grupo de trabalho intersetorial e multidisciplinar foi criado para conduzir a implantação do Campus Saudável na Universidade. “Esse grupo é formado por representantes de todos os centros acadêmicos e setores institucionais, como a Gerência de Recursos Humanos (GRH), o Centro de Ciências da Saúde (CCS), o jurídico, o tecnológico, o marketing, o planejamento e outros”, detalha Ralciney.

Esse formato colaborativo tem se mostrado essencial para identificar as práticas já realizadas pela Universidade, promover ajustes nas rotinas institucionais e desenvolver novas ações que atendam aos critérios do programa. A proposta também inclui a criação de estratégias específicas para alcançar os requisitos que ainda não foram contemplados.

Um projeto que envolve toda a universidade

Um dos maiores diferenciais do programa Campus Saudável é seu caráter transversal. A proposta não se restringe às áreas da saúde ou do esporte, mas requer engajamento institucional coletivo, desde a administração até os alunos.

Para cumprir os critérios relativos ao domínio da atividade física e desporto, por exemplo, a Unifor realizou um projeto-piloto, cujos resultados foram positivos e servirão de base para o envio de dados à FISU. “O nosso planejamento hoje está bem avançado, e essa experiência piloto reforçou a estrutura necessária para avançarmos com confiança nos outros domínios”, afirma Ralciney.

Os cursos da área da saúde — como Educação Física, Enfermagem, Psicologia e Nutrição — devem ter participação direta no desenvolvimento e na execução das ações, especialmente na fase de implantação de critérios ainda não atendidos. No entanto, outras áreas também serão mobilizadas, como as graduações em Direito, Administração, Engenharia Ambiental e Jornalismo, a depender das necessidades e especificidades de cada critério.

Ao assumir a proposta do Healthy Campus, a Unifor reforça sua compreensão de que o ambiente universitário é um espaço de formação integral do ser humano, e que aprender vai além do conteúdo curricular. A vivência de um campus saudável envolve desde o incentivo a hábitos alimentares equilibrados e o cuidado com a saúde mental até atitudes mais conscientes em relação à sustentabilidade e à vida em sociedade.

Caminho para a certificação

O processo de adesão ao Campus Saudável segue um rigoroso roteiro de verificação. Segundo Ralciney, “nós temos indicadores e fazemos o acompanhamento deles. A FISU disponibiliza uma plataforma na qual vamos alimentar com evidências dos primeiros 40 critérios”. Após esse envio, a organização internacional designa dois auditores, que podem ser de qualquer universidade vinculada ao programa no mundo, para visitar o campus da Unifor e comprovar in loco as informações apresentadas.

Após a validação, a instituição receberá o primeiro selo de certificação do programa, o que a tornará oficialmente reconhecida como participante do Healthy Campus. “Nossa ideia é que, já no mês de agosto, possamos enviar os primeiros critérios à FISU e conquistar o primeiro selo”, revela.

Essa primeira certificação não representa o fim do processo, mas sim um passo importante dentro de uma proposta contínua de aprimoramento. A Unifor está construindo, gradualmente, um calendário de coleta de evidências e reunindo informações sobre iniciativas que já acontecem na instituição, muitas vezes de forma integrada entre os setores.

“Existe um calendário, sim, mas ele não é apenas de novas atividades, e sim de coleta de evidências do que já acontece. Por exemplo, as ações voltadas à saúde mental dos colaboradores e estudantes, desenvolvidas pelo setor de bem-estar ou pela GRH, como o Programa de Apoio Psicopedagógico (PAP), fazem parte do que está sendo mapeado”, explica Ralciney. 

Saúde e bem-estar em foco

O PAP tem como missão promover a inclusão e o bem-estar no ambiente acadêmico. A iniciativa atua em três frentes: oferece suporte à acessibilidade de pessoas com deficiência e estudantes com necessidades educacionais específicas; presta apoio ao corpo docente, funcionários e familiares; e contribui para o equilíbrio emocional de toda a comunidade universitária.

Além do Programa de Apoio Psicopedagógico, a Unifor também dispõe de uma academia integrada ao campus, do Núcleo de Atenção Médica Integrada (NAMI) e de assessorias especializadas para a prática esportiva, ampliando as possibilidades de cuidado com a saúde física e emocional da comunidade acadêmica.