sex, 8 novembro 2019 17:00
Universidade de Fortaleza é referência em representatividade feminina na educação
A Universidade está entre as 20 instituições privadas que possuem mais de 50% de mulheres no cargo, segundo o MEC
A Universidade de Fortaleza está entre as 20 instituições privadas no Brasil com maior representatividade de professoras mulheres, segundo dados coletados pela Revista QUERO. Os números verificados pela revista, mostram que mulheres são minoria na profissão como professoras universitárias.
Segundo o Censo de Educação Superior de 2018, divulgados pelo Ministério da Educação (MEC), mulheres representam 46% do total de docentes do Ensino Superior do país. Ainda de acordo com dados do MEC, somente 21 instituições privadas com quantidade de professores superior a 500 em atuação, possuem mais de 50% de mulheres no cargo.
Neste ranking, a Universidade de Fortaleza ocupou o 7º lugar, com 667 professoras mulheres, representando 55,3% de sua docência. Em uma sociedade marcada pela luta contínua da presença feminina no mercado de trabalho, é relevante registrar Instituições que tornem esta integração possível.
Dessa forma, conhecer a trajetória de algumas figuras femininas que compõem o cenário educacional da Universidade de Fortaleza, é importante não apenas para conhecimento público, mas como forma de representação feminina em diversas áreas distintas de atuação. Confira a seguir.
Dedicação e persistência na arte de ensinar
“Hoje, tenho essa segurança em mim: sou professora por um ideal. Nunca duvidei da minha decisão”. Assim declara Elizabeth Coelho, graduada em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco e atual professora do Centro de Ciência Jurídicas (CCJ) da Universidade de Fortaleza.
A professora explica que escolheu sua formação por inspirações existentes desde a infância. “Sempre fui alguém que se sensibilizou com os problemas advindos da nossa sociedade. Achei, também inspirada pelo o meu pai, meu ídolo, que a área correta seria a do Direito”, relembra Coelho.
Elizabeth ingressou na Universidade de Fortaleza, quando mestranda em Direito Constitucional. A atual procuradora de autarquia federal, destaca que ser professora é prestar um papel social, por isso mantêm relação direta com seus alunos, optando ir além da relação tradicional.
Por este viés, Elizabeth afirma que alerta suas alunas sobre as dificuldades que precisarão enfrentar por serem mulheres na sociedade. “Já me vi constrangida em diversos momentos apenas pelo o fato de ser mulher. Sou mulher com M maiúsculo, com minhas virtudes e respeito que mereço. Para as minhas alunas, alerto que, principalmente no Nordeste existe uma grande discriminação sobre a mulher no poder. Precisamos ter voz e participarmos ativamente das decisões políticas do nosso estado. Igualdade é fundamental, e enquanto não mudarmos a nossa cultura, nada adiantará”, enfatiza a professora.
Já para Janayde Gonçalves, professora e jornalista, os primeiros passos em sua profissão começaram durante o colegial. “Eu era muito engajada no grêmio estudantil, e era responsável pelo jornal da escola. Quando ingressei na Universidade de Fortaleza para cursar Jornalismo, soube que era o meu lugar”, conta a professora.
Há 16 anos na profissão, como jornalista e professora do curso de Jornalismo da Universidade de Fortaleza, Janayde explana alguns obstáculos vividos em sua trajetória. “Trabalhei com grandes personalidades, homens que ocupam cargos importantes. Percebi, que por ser mulher me colocavam em posição inferior. Então, precisei ser forte e impor respeito, pois percebia que minha fala era desconsiderada”, completa.
Entretanto, a professora destaca que poder inspirar seus alunos e aprender com eles simultaneamente, é o que a motiva a acordar diariamente. “Vida é relacionamento. Desenvolvo muito a escutar com meus alunos. Quanto às dificuldades enfrentadas socialmente, procuro ser forte e utilizar a minha inteligência para me defender”, destaca a jornalista.
Atípica para mulheres da sua época, Lúcia Maria Barbosa, mestre em Engenharia de Produção e atual professora e coordenadora dos cursos de Engenharia Mecânica e Produção, despertou sua paixão pelo criar desde a infância.
Lúcia Barbosa, mostra que a escolha pela formação em Engenharia Mecânica, foi motivada diretamente pelo o meio pelo o qual estava inserida. “Meu pai, era caçador e inventava máquinas para recarregar cartuchos, e nós ajudávamos. Meus tios, também trabalhavam neste ramo, com oficinas mecânicas. Sempre considerei a Engenharia Mecânica, apesar de ser algo atípico para mulheres na época”, conta..
A professora relembra, que o que a apaixonou pela profissão, foi a possibilidade da criação do novo. “Experimentar fabricar alguma coisa, é uma das áreas do engenheiro mecânico. Esse mundo do manuseio me encantou. Ingressei no curso e ao final, fui a única mulher da minha turma de aproximadamente 45 alunos”, relata.
Para Caroline Mourão Melo, professora e coordenadora do curso de Farmácia, a escolha da sua carreira foi mútua. “No início do curso, não sabia se queria ser professora. Durante a graduação, além das atividades curriculares, tive a oportunidade de participar dos programas de iniciação científica, monitoria, apresentação de trabalhos em congressos e estágios não obrigatórios. Tinha consciência que seria importante para meu futuro profissional”, relata a professora.
Caroline destaca que ingressar na Universidade de Fortaleza foi gratificante em sua trajetória. “O que me inspira, diariamente, é poder contribuir com o futuro de um jovem, que ingressa na Universidade cheio de sonhos, com muitas dúvidas. Meus alunos são minha inspiração, para, a cada semestre, recontar, renovar e recriar as mesmas histórias, mas sempre de uma forma diferente. Com a mesma empolgação, como se fosse a primeira vez”, finaliza Melo.