ter, 28 janeiro 2025 15:53
Obras da Coleção Fundação Edson Queiroz integram exposição sobre o modernismo brasileiro em Londres
A mostra, que foi aberta ao público nesta terça-feira (28) na Royal Academy of Arts, reúne mais de 130 obras de dez artistas brasileiros; sete delas pertencentes à Fundação
A Royal Academy of Arts, em Londres, inaugurou nesta terça-feira (28) a exposição “Brasil! Brasil! The Birth of Modernism” (“Brasil! Brasil! O Nascimento do Modernismo”), que celebra o vigor do modernismo brasileiro com mais de 130 obras de renomados artistas. Entre os destaques estão sete preciosidades da Coleção Fundação Edson Queiroz: Baiana (1947), Menino com carneiro (1941), Mulher e crianças (1940) e Bumba meu boi (1956), de Candido Portinari; Baile caipira (1950-1961), de Tarsila do Amaral; e duas obras sem título de Alfredo Volpi, sendo uma de 1950 e outra de 1980. A inclusão dessas obras na mostra reforça a importância da Coleção, um dos mais importantes acervos privados de arte do Brasil.
Com curadoria internacional que inclui Roberta Saraiva Coutinho, Fabienne Eggelhoffer e Adrian Locke, a exposição, que ficará em cartaz até 21 de abril de 2025, oferece um mergulho em cerca de seis décadas de produção artística, entre 1910 e 1970. Ela destaca como o modernismo brasileiro ressignificou influências europeias, como o cubismo e o surrealismo, para criar uma estética singular profundamente conectada à identidade nacional.
A presença das obras da Fundação Edson Queiroz nessa mostra internacional reforça seu compromisso com a promoção do patrimônio cultural brasileiro, missão que já levou peças do acervo a diversos países. “É uma honra destacar a importância do empréstimo de obras do acervo histórico da Fundação Edson Queiroz para dois dos mais prestigiados museus do mundo: o museu Paul Klee, na Suíça, e a Royal Academy of Arts, em Londres”, afirma Adriana Helena Moreira, Vice-Reitora de Extensão e Comunidade Universitária da Unifor.
A exposição, que já havia passado pelo Zentrum Paul Klee, em Berna, Suíça, foi um sucesso de público, recebendo mais de 37 mil visitantes. Agora, a inclusão de uma sétima obra de Candido Portinari no núcleo londrino do evento reforça a simbologia desse intercâmbio cultural. Não por acaso, a Royal Academy já havia sediado uma mostra dedicada ao modernismo brasileiro em 1944, fazendo deste um retorno significativo.
Arte brasileira em destaque
A seleção das obras emprestadas pela Fundação Edson Queiroz foi feita com o objetivo de traduzir a essência do modernismo brasileiro, marcado por uma integração entre tradição e inovação. Para Adriana Helena Moreira, “esse gesto não é apenas uma oportunidade de exibir a riqueza histórica do nosso acervo, mas também de compartilhar com o mundo a essência da cultura brasileira”.
A exposição é um convite para que o público europeu compreenda a relevância de um movimento que, ao mesmo tempo em que dialogava com correntes artísticas globais, se aprofundava nas raízes culturais e sociais do Brasil. Adriana acrescenta: “O modernismo foi um período em que artistas brasileiros ressignificaram as influências internacionais, criando uma linguagem visual única, profundamente conectada às nossas raízes.”
Elo entre culturas
O empréstimo das obras reflete a filosofia da Fundação Edson Queiroz e da Universidade de Fortaleza de promover o diálogo entre culturas por meio da arte. “Para a Unifor, enquanto instituição de ensino, pesquisa e extensão, é inspirador ver como a arte pode ser um elo entre culturas e um veículo de aprendizado global”, ressalta Adriana.
Além disso, iniciativas como essa destacam o papel da arte como ferramenta de diplomacia cultural e celebram o que há de mais autêntico e inovador na produção artística brasileira. “É um momento de celebração do que temos de mais autêntico e inovador na nossa história, e uma prova de que a arte é um poderoso instrumento de construção de pontes entre os povos”, conclui.
Modernismo brasileiro: um legado global
Com a participação de dez dos artistas mais representativos do movimento modernista, a exposição oferece ao público europeu uma rara oportunidade de explorar a riqueza e diversidade da arte brasileira. Além de Candido Portinari, Tarsila do Amaral e Alfredo Volpi, a mostra contempla obras de Anita Malfatti, Lasar Segall, Flávio de Carvalho, Vicente de Rego Monteiro, Rubem Valentim, Geraldo de Barros e Djanira da Motta e Silva.
“Brasil, Brasil” possibilita que o modernismo brasileiro siga conquistando novos olhares e consolidando seu lugar no cenário artístico mundial. Assim, a Royal Academy de Londres se torna palco para a celebração do Brasil como potência cultural, em uma iniciativa que resgata, preserva e expande os horizontes do legado modernista nacional.
Confira abaixo as obras da Coleção Fundação Edson Queiroz que integram a exposição "Brasil, Brasil! The Birth of Modernism".