Conheça as estantes de livros de professores e alunos da Unifor

qui, 23 julho 2020 19:25

Conheça as estantes de livros de professores e alunos da Unifor

Saiba quais os gêneros literários, autores e memórias que influenciam o amor pela literatura de alunos e professores


Tandara Suassuna, estudante do curso de Psicologia da Universidade de Fortaleza (Foto: Arquivo pessoal)
Tandara Suassuna, estudante do curso de Psicologia da Universidade de Fortaleza (Foto: Arquivo pessoal)

O hábito da leitura está presente no cotidiano de diversos alunos e professores pertencentes à Universidade de Fortaleza, instituição da Fundação Edson Queiroz. A literatura é capaz de provocar sentimentos distintos e ampliar suas impressões sobre questões emocionais, poéticas, pessoais e sociais.

Conheça os gêneros literários, memórias e preferências presentes em algumas estantes: 

Aíla Sampaio

Professora dos cursos de Jornalismo e Cinema e Audiovisual, Aíla Sampaio relembra quando começou a cultivar o hábito da leitura. “Ainda menina, morando no interior do Estado, ganhei o livro Contos de Andersen e me apaixonei pelos personagens. Depois, descobri os poetas românticos e me sentia envolvida pelas palavras, embora não entendesse ainda o que era o amor. Foi aí que comecei a escrever poemas”, relata.

Conto, crônica, romance e poesia são os seus gêneros literários preferidos. “Adoro ler histórias, me envolver na trama dos personagens, viver a experiência estética da leitura, mas a poesia me seduz, envolve. Tanto leio quanto escrevo”, comenta ela.

Quanto às suas preferências na estante, a professora destaca que guarda muitos livros e tem dificuldade em se desfazer. “Tenho várias estantes. No meu quarto mantenho os essenciais: A descoberta do mundo, da Clarice Lispector, está entre eles. Durante a quarentena, li Mitos do Individualismo moderno, do Ian Watt.  Ele mostra o individualismo da sociedade atual em personagens antigos, como Fausto, Dom Quixote, Dom Juan e Robinson Crusoé, nos fazendo constatar que a literatura traz sempre um retrato atemporal da humanidade por meio de seres ficcionais”, ressalta.

O apreço pela leitura e poesia é cultivado ao longo das gerações na família da professora Aíla Sampaio. José Lemos Monteiro Filho, 21, escritor e booktuber, administrando o canal do youtube Zeca Lemos em que compartilha resenha de livros e indicações.

Zeca relembra que se apaixonou pela leitura dentro de casa, por incentivo dos seus pais, Aíla Sampaio e José Lemos. “Ambos são professores, escritores, do mundo das letras. Aqui em casa tem livro em todos os quartos. Até na sala tem livro. Então, posso dizer que veio de família”, comenta ele.


Marcia Marinheiro

Professora do curso de Medicina da Unifor, Marcia Marinheiro apaixonou-se pela leitura ainda na infância, com o exemplo do pai. “Ele veio de uma realidade difícil no sertão paraibano, aprendeu a ler com 12 anos apenas. Depois que aprendeu a ler, não parou mais e hoje é autor de livros. Era sócio do Círculo do Livro, um clube de indicações quinzenais. Assim, cresci em meio à sua biblioteca e vendo seu amor pela leitura”, relembra a professora.

Marcia ressalta sua preferência por crônicas. “Por apresentar o cotidiano de forma leve, bem humorada e quase sempre tratando de assuntos comuns, mas pouco percebidos pelo nosso olhar. Amo poesias e biografias que me inspiram. Em minha estante, Cecília Meireles e Machado de Assis têm lugar cativo. As crônicas de Martha Medeiros também. Dentre as biografias: Minha História, de Michelle Obama e Guerreiros não nascem prontos, de José Luiz Tejon”, completa.

A professora tem iniciado um projeto literário, por meio do instagram Leitores debaixo do jaleco. “No início da pandemia trouxe um pouco de arte para o meu instagram pessoal, postando poesias, para aliviar os dias difíceis. Uma aluna do curso de medicina gostou da iniciativa, e decidimos nos unir com outras alunas e três professoras do curso para dar início ao projeto. Em nossa página no instagram, ainda em fase totalmente inicial, pretendemos publicar sobre resenhas de livros, dicas e poesias”, explica ela.

Tandara Suassuna

Tandara Suassuna, 20, recorda sobre o início da sua trajetória na leitura, impulsionada por uma história de ficção. “Minha mãe sempre foi uma leitora ávida e tentou me fazer gostar desse mundo. Aos 10 anos, assisti Crepúsculo nos cinemas e minha mãe viu a oportunidade. Ali começou. Lembro que ela colocou na dedicatória de um dos livros da saga, ela escreveu que aquele exemplar de Lua Nova seria o primeiro de muitos livros. E foi. Dez anos depois, tenho um grande amor aos meus livros”, relembra ela.

Graduanda em Psicologia pela Unifor, a aluna destaca que prefere leituras leves para o tempo livre. “Como já leio bastante teoria no meu curso de graduação, prefiro romance e ficção. Dos que tenho na minha estante, tenho um carinho realmente especial pela minha coleção Harry Potter. Quando li pela primeira vez, eu estava começando a pegar o hábito de leitura e ainda era um mundo novo pra mim. Aprendi sobre amizade, sobre perseverança e propósito. Depois de todos esses anos, aqueles livros ainda são meu ‘lugar seguro’ ", enfatiza. 

Tandara administra o instagram Clube dos Livrox. O projeto, desenvolvido pela aluna, dá espaço para outras pessoas que queiram compartilhar e publicar resenhas e sentimentos sobre livros. 

Cynthia Gadelha

Cynthia Gadelha, professora do curso de Direito da Unifor, se diz eclética quando se trata de preferências literárias. “Apesar de eclética, prefiro romances. Curto ler no dia a dia poesia e crônicas, por serem leituras rápidas. Dos que tenho na minha estante, todos os meus livros e preferências tem muito a ver com minhas fases da vida. Mas destacaria Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis; Dom Quixote, de Dom Quixote; O Lobo da Estepe, de Herman Hesse; Dom Casmurro, de Machado de Assis”, destaca ela.

A professora recorda seu primeiro contato com a leitura, ainda pequena quando ia à casa da avó. “Minha avó era professora, tinha uma estante de livros e adorava ouvir a leitura em voz alta deles. Ainda criança, comecei a ler Monteiro Lobato porque era apaixonada pelo Sítio do Pica-pau Amarelo”, relata. 

Durante o período de isolamento social, Cynthia ressalta que a música e literatura foram seus companheiros. “Li muita poesia como Fernando Pessoa, Cora Coralina, Manuel Bandeira, Vinicius de Moraes e Carlos Drummond de Andrade, principalmente. Estou relendo Cem Anos de Solidão e confesso que a saga da família Buendía e da fundação de Macondo estão sendo grandes companheiras nesse período de isolamento”, completa.  

Karla Soraya

Para Karla Soraia, 21, graduanda em Direito, o período de isolamento social foi favorável para a leitura. “A quarentena me fez dedicar mais tempo a leitura do que o normal, pois com a correria do dia a dia ficava difícil encontrar tempo para ler livros além dos da graduação. O que me causou maior impacto nesse momento, foi Ensaio Sobre a Cegueira, de José Saramago. Me senti dentro do livro, vivendo a história e fazendo todas as reflexões proporcionadas pelo autor”, comenta ela.

Influenciada pela mãe desde a infância, a aluna recorda que adquiriu gosto pelos livros desde cedo e tem preferência por romances. “Os meus preferidos são Orgulho e Preconceito, da Jane Austen; Cem Anos de Solidão, do Gabriel García Márquez; O Mundo de Sofia, de Jostein Gaarder;  O Sol é Para Todos, de Harper Lee e Leite Derramado, de Chico Buarque”, completa.