qua, 27 novembro 2024 14:59

Especialistas em museologia visitam Unifor e conhecem projeto do Complexo Cultural Yolanda e Edson Queiroz

A comitiva visitou também a Biblioteca Acervos Especiais, a exposição Centelhas em Movimento - Coleção Igor Queiroz Barroso e pode apreciar parte das obras da Coleção Fundação Edson Queiroz

A Universidade de Fortaleza - instituição mantida pela Fundação Edson Queiroz - recebeu nesta terça-feira (26) a visita de membros do ICOM Brasil (Conselho Internacional de Museus), que vieram conhecer o trabalho desenvolvido pela instituição na área de arte e cultura. Participaram da visita também outros especialistas em museologia, que estão em Fortaleza participando do 8º Fórum Brasileiro de Museus, que acontece de 25 a 29 de novembro. A comitiva foi recepcionada pelo Reitor da Unifor, professor Randal Pompeu, e pela Vice-Reitora de Extensão e Comunidade Universitária, professora Adriana Helena Moreira.

Entre os visitantes estavam Diego Bevilacqua, presidente do ICOM Brasil; Kátia de Marco, presidente da Associação Brasileira de Gestão Cultural (ABGC); Renata Motta, diretora-executiva da Organização Social IDBrasil e ex-presidente do ICOM Brasil; Ellen Nicolau, assistente de diretoria do Museu do Futebol; Carolina Rocha, assistente técnica de Museologia do IDBrasil; Maria Ignez Mantovani, diretora da Expomus e ex-presidente do ICOM Brasil; Julia Picchioni, coordenadora do Núcleo de Museologia da Expomus; e Mariana Várzea, diretora de criação na Inspirações Ilimitadas. A visita contou também com a presença do professor Thiago Braga, chefe da Divisão de Arte e Cultura da Unifor.

A vice-reitora Adriana Helena Moreira comentou sobre a relevância da visita: “Receber o ICOM Brasil não apenas reforça a magnitude e o valor do nosso acervo, mas também nos insere em um diálogo mais amplo sobre as melhores práticas de gestão, preservação e acessibilidade de obras de arte”. Ela destaca ainda a importância da troca de ideias entre a Unifor e o Conselho.

“Nesse contexto, a presença do ICOM Brasil é fundamental, especialmente neste momento em que estamos trabalhando na construção do nosso museu. Contar com a experiência e a visão dessa entidade nos permite alinhar nosso projeto aos padrões internacionais de excelência museológica, garantindo que o futuro museu seja um espaço que respeite o patrimônio cultural, dialogue com a comunidade e amplie o acesso à arte. Estamos confiantes de que esse intercâmbio de ideias e a validação do ICOM Brasil serão passos importantes para concretizarmos um museu que não apenas preserve e exponha nosso acervo, mas também se torne um centro dinâmico de educação e cultura para a sociedade”.

Os visitantes exploraram a Biblioteca Acervos Especiais, a exposição "Centelhas em Movimento – Coleção Igor Queiroz Barroso", em cartaz até 1º de dezembro no Espaço Cultural Unifor, e obras de renomados artistas pertencentes à Coleção Fundação Edson Queiroz, expostas na reitoria. O momento incluiu também a apresentação do projeto do Complexo Cultural Yolanda e Edson Queiroz, que abrigará um museu com inauguração prevista para 8 de setembro de 2025.

A visita consolidou parcerias e destacou o compromisso da Unifor e da Fundação Edson Queiroz com a promoção da arte e cultura, contribuindo para o fortalecimento da descentralização cultural no Brasil e reforçando a importância do projeto no cenário nacional e internacional.

Descentralização da cultura no Brasil

Os especialistas ficaram impressionados com a qualidade e o cuidado dedicados ao acervo da Fundação Edson Queiroz. Diego Bevilacqua destacou: “É uma coleção super rica, única, com cuidado e zelo primorosos, conservação incrível, assim como a biblioteca de obras raras, com condições exemplares. Sabemos da referência cultural do Ceará, em particular de Fortaleza, mas encontrar uma coleção em tão bom estado, com condições de conservação tão incríveis, é uma felicidade muito grande”

O presidente do ICOM Brasil celebrou também a parceria com a Fundação Edson Queiroz, uma vez que o museu do Complexo Cultural já iniciará suas atividades como membro da instituição. Diego lembra que apesar de o Conselho já ter crescido muito (atualmente possui quase mil membros em todo o Brasil), ainda existe pouca representação fora do eixo Rio-São Paulo e, particularmente, o eixo norte-nordeste é estratégico para o ICOM Brasil.

A diretora da Expomus, empresa que atua desde 1981 em projetos de natureza museológica em âmbito social, cultural, científico e do meio ambiente, também ressaltou o impacto do projeto e da parceria entre as instituições: “O museu será um equipamento aberto para o Ceará e para o Brasil, consolidando Fortaleza como um centro de referência cultural. Nossa ideia é estreitar ainda mais as relações entre a Fundação Edson Queiroz e o ICOM Brasil, nos interessa que essas relações estejam muito bem sedimentadas. Por isso, estamos comprometidos em apoiar essa iniciativa e divulgar o projeto no cenário internacional”, sublinhou Maria Ignez Mantovani.

Para a ex-presidente do ICOM Brasil, Renata Motta, o Complexo Cultural coloca a Unifor e Fortaleza em outro patamar, promovendo a descentralização da cultura no Brasil, o que é essencial para o avanço do campo cultural e museológico. “Estamos aqui reunidos nesta semana para o Fórum Brasileiro de Museus para discutirmos as políticas públicas para o setor e vamos votar um novo plano setorial de museus, que vai vigorar de 2025 a 2035, estabelecendo diretrizes para todo o campo museológico. Então, nada mais importante que iniciativas como a da Unifor, que estão super alinhadas com as perspectivas mais contemporâneas do setor museológico”, ressaltou.

Complexo Cultural Yolanda e Edson Queiroz

O Complexo Cultural Yolanda e Edson Queiroz, projeto de quase 90 mil metros quadrados, abrigará um museu de seis pavimentos com espaços para exposições permanentes e temporárias, além de ambientes destinados à educação e conservação de obras de arte e livros raros. A estrutura também contará com um teatro, uma torre acadêmica e áreas de convivência interligadas por um átrio coberto.

Com soluções arquitetônicas sustentáveis, como o uso de placas solares, o museu será mais que um espaço expositivo: pretende sensibilizar o público para a apreciação das artes e formar profissionais especializados na gestão e conservação de patrimônio cultural. O projeto, assinado pelo arquiteto Luiz Deusdará, homenageia Yolanda e Edson Queiroz, figuras fundamentais no desenvolvimento socioeconômico e cultural do Ceará.

> Clique aqui e saiba mais sobre esse megaprojeto da Fundação Edson Queiroz

Sobre o Conselho Internacional de Museus – ICOM

Criado em 1946, o International Council of Museums (ICOM) é uma Organização não-governamental que mantém relações formais com a UNESCO, executando parte de seu programa para museus, tendo status consultivo no Conselho Econômico e Social da ONU.

É uma associação profissional sem fins lucrativos, financiada predominantemente pela contribuição de seus membros, por atividades que desenvolve e pelo patrocínio de organizações públicas e privadas. Sua sede é junto à UNESCO em Paris (França) e sua diretoria é composta por um Presidente, um Vice Presidente e um Conselho Executivo, integrado por membros eleitos nas Assembleias que se realizam nas Conferências Gerais. Seu Conselho Consultivo é integrado por representantes dos Comitês Nacionais, dos Comitês Internacionais e das Organizações Regionais. Os afiliados participam de atividades de 117 Comitês Nacionais e 31 Comitês Internacionais. Participam ainda do ICOM 15 associações internacionais afiliadas.

Seus mais de 50.000 membros, provenientes de 141 países, participam de atividades nacionais, regionais e internacionais promovidas pela organização: oficinas, publicações, programas de formação, intercâmbio e de promoção de museus.

O Programa Trienal de Atividades, aprovado pela Assembléia Geral no âmbito das Conferências Internacionais, é implementado pelo Secretariado assim como pelos Comitês Nacionais e Internacionais, que contribuem para o cumprimento de suas metas.

Saiba mais em: www.icom.museum.