Orgulho Unifor: professora do curso de Jornalismo está entre os 100 jornalistas mais admirados do Brasil
seg, 8 setembro 2025 16:39
Orgulho Unifor: professora do curso de Jornalismo está entre os 100 jornalistas mais admirados do Brasil
Reconhecimento destaca a trajetória de Maristela Crispim no jornalismo socioambiental e digital, assim como na formação de novos profissionais

A jornalista Maristela Crispim, professora do curso de Jornalismo da Universidade de Fortaleza — instituição mantida pela Fundação Edson Queiroz —, foi eleita uma das 100 jornalistas mais admiradas do Brasil em 2025. Promovido pelo portal Jornalistas&Cia, o reconhecimento valoriza profissionais que se destacam pela contribuição ao jornalismo brasileiro. Nesta edição, a votação registrou recorde de participantes, com quase 30 mil votos.
Fundadora e editora-chefe da Eco Nordeste, Maristela é referência nacional no jornalismo socioambiental e digital. A jornalista foi uma das poucas representantes do Nordeste na lista, figurando junto a jornalistas de outros veículos regionais como Demitri Túlio, do Jornal O Povo, também representando o Ceará. Em nível nacional, ela divide espaço com nomes de peso, como André Trigueiro, Maju Coutinho, Caco Barcellos e Eliane Brum.
“É uma grande honra estar em uma galeria que reúne nomes de profissionais reconhecidos em todo o país. Mas também é um chamado de responsabilidade, porque ainda são poucos os jornalistas do Nordeste lembrados nesse tipo de ranking, e nós sabemos a relevância da região nesse cenário”, destaca.
A cerimônia de entrega da premiação acontecerá no dia 29 de setembro, no Club Homs, em São Paulo, e revelará também os TOP 10 +Admirados Jornalistas de 2025 e os cinco vencedores regionais.
Reconhecimento que reforça a missão
Com mais de 30 anos de atuação jornalística, Maristela construiu sua trajetória pautada pela valorização da diversidade regional e pela defesa do interesse público. Para ela, a premiação não se restringe à sua carreira pessoal, mas se estende a todos os espaços nos quais atua.
“Esse prêmio me destaca enquanto liderança do jornalismo digital e da Eco Nordeste, mas também valoriza meu trabalho como professora da Unifor. É o reconhecimento de uma trajetória construída com escolhas conscientes e com muito amor pelo que faço” — Maristela Crispim, docente do curso de Jornalismo da Unifor
Com um olhar voltado para além dos estereótipos, Maristela acredita que o reconhecimento de seu trabalho está ligado à forma diferenciada com que aborda o Nordeste no jornalismo. Para ela, a região não pode ser reduzida às imagens tradicionais que costumam aparecer em livros didáticos ou na mídia hegemônica.
“Isso me faz ter um certo destaque, não só na região, mas fora dela, por trazer histórias diferentes, mostrar que o Nordeste não se resume a algumas questões. Buscar essas narrativas diferenciadas é o que, de certa forma, evidencia o nosso trabalho e contribui para esse reconhecimento”, afirma a jornalista.
Entre as experiências que marcaram sua carreira, Maristela lembra da série “Retrato Sertanejo”, publicada como cadernos especiais do jornal Diário do Nordeste em 2011. As reportagens abordaram a relação de comunidades com a água, a terra e a cultura no semiárido, tendo recebido prêmios nacionais.
Em seguida, produziu “Excluídos”, que fala sobre povos indígenas, quilombolas e ciganos invisibilizados no Nordeste e foi reconhecido internacionalmente pela Sociedade Interamericana de Imprensa. Mais recentemente, participou da Caravana Nordeste Potência, projeto vencedor do Grande Prêmio Banco do Nordeste de Desenvolvimento Regional em 2023. “Todos esses trabalhos mostraram a riqueza e a diversidade do Nordeste para além dos estereótipos. É esse olhar que buscamos fortalecer”, pontuou a docente.
Na sala de aula, experiência que inspira
Professora da Unifor desde 2023, Maristela leva para os alunos a bagagem do jornalismo ambiental, digital e colaborativo. “Tem sido muito engrandecedor compartilhar minhas experiências em sala de aula. Ao mesmo tempo, aprendo com os estudantes, que são jovens, digitais e atentos às mudanças da comunicação. Essa troca é riquíssima e ajuda a formar profissionais mais preparados, que entendem que jornalismo é teoria, prática e vivência”, explicou.
Além da docência, a jornalista possui histórico de liderança em entidades da categoria. Atualmente, é presidente da Rede Brasileira de Jornalismo Ambiental (RBJA) e já foi diretora do Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce) por três gestões. Atuou ainda em assessorias de imprensa, como na Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) e no Conselho Regional de Enfermagem (Coren-CE).
Na Eco Nordeste, veículo que criou e dirige desde 2018, Maristela e sua equipe feminina preparam a cobertura da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que será realizada em Belém, em novembro de 2025. Antes disso, já acompanham eventos preparatórios, como a 3ª Conferência Internacional sobre Clima e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas (ICID III), que acontece de 15 a 19 de setembro em Fortaleza.
“Queremos reforçar o protagonismo do Nordeste na construção de uma política climática nacional. A região é impactada pelas mudanças do clima, mas também é exemplo de adaptação e resiliência”, afirma.
Ao refletir sobre sua trajetória, Maristela deixa uma mensagem inspiradora aos estudantes de jornalismo: “Não desistam dos sonhos de vocês. Eu segui aquilo que amava, mesmo com dificuldades, e é isso que faz a diferença. Quando fazemos com amor, transbordamos no que entregamos. Se conseguirmos unir paixão e profissão, temos o cenário perfeito. As escolhas importam, e é importante acreditar que é possível”.