Mestrado profissional ou acadêmico? Entenda diferenças entre os cursos
Na hora de avançar mais uma etapa nos estudos e entrar na pós-graduação, ainda é comum que muita gente não saiba, ou entenda, as diferenças entre mestrado profissional e mestrado acadêmico. Ambos são uma modalidade de pós stricto sensu com cargas horárias semelhantes e que exigem proficiência em outra língua além do português, assim como a entrega de uma dissertação para certificar o estudante com o título de mestre.
No entanto, cada um deles — que se diferenciam pela estrutura curricular, disciplinas e até público-alvo — oferece benefícios distintos de acordo com os objetivos de quem busca a formação. Pensando nos diferentes propósitos profissionais de seus alunos, a Universidade de Fortaleza, da Fundação Edson Queiroz, oferta esses cursos nas duas modalidades.
Segundo Marina Dantas, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA) da Unifor, o mestrado profissional tem como público os executivos de organizações, tanto públicas quanto privadas, e empreendedores que buscam desenvolver conhecimentos, habilidades e atitudes valiosas que lhes permitam exercer a liderança transformadora em qualquer contexto organizacional, nacional e internacional.
Marina Dantas destaca que o mestrado profissional e o acadêmico têm públicos-alvo diferentes (Foto: Ares Soares)
“Já o mestrado acadêmico é mais voltado a estudantes e profissionais de diferentes áreas, competências e habilidades em estruturação de pesquisas e estudos de alto impacto”, acrescenta a docente. De forma resumida, é possível entender que um é focado no mercado de trabalho e outro, na carreira acadêmica.
Diferenciais para o mercado
Um dos grandes diferenciais do mestrado profissional é o objetivo de transformar a realidade competitiva de seus estudantes no mercado de trabalho por meio da geração e disseminação de conhecimento de impacto.
Coordenadora do Mestrado Profissional em Ciências da Cidade (MPCC) da Unifor, a professora Cristina Romcy pontua que essa modalidade trata-se de um curso voltado para os desafios da vida profissional e que atende a uma demanda crescente dentro do mundo dos negócios.
Cristina Romcy é coordenadora do Mestrado Profissional em Ciências da Cidade (Foto: Ares Soares)
“O mestrado profissional segue rigorosas exigências de qualificação de corpo docente, carga horária, estrutura curricular, produção acadêmica, entre outros elementos”, explica.
A opção foi escolha de Joyce Marques, aluna do Mestrado Profissional em Odontologia (MPO). Um dos pontos que a fez optar pelo curso foi o fato de conseguir uma carga horária que permitisse conciliar seus estudos com o trabalho em um consultório próprio. Assim, poderia se atualizar sobre as inovações em sua área de atuação.
Foco na pesquisa científica
Por outro lado, o mestrado acadêmico tem como missão contribuir para a evolução da pesquisa científica, da cultura estratégica e organizacional e das práticas da ciência nas organizações. Cristina Romcy destaca que o foco nesta modalidade é o ensino e a pesquisa: “[Ele] prepara o aluno para ser pesquisador e desenvolver habilidades didáticas de transmissão de conhecimento para a sociedade”.
Essa foi a opção de Marília Barreira, egressa do Mestrado Acadêmico em Psicologia da Unifor e atualmente professora da instituição. Ela decidiu escolher o modelo em razão de seu perfil profissional, que buscava focar na pesquisa dentro da área da psicologia e juntar algo mais empírico com o conteúdo teórico.
Christina Praça, diretora de Pós-Graduação da Unifor, afirma que a pós-graduação, seja em sua modalidade acadêmica ou profissional, tem bastante relevância na trajetória que o pesquisador escolhe ter no mercado. Ela acrescenta que formar mestres e doutores com qualidade traz contribuições relevantes para que as pesquisas tenham alta qualidade e relevância.
“A interlocução internacional dos programas de mestrado e doutorado com outras universidades no Brasil e no Mundo ampliam as oportunidades dos alunos em viver diversas experiências de pesquisa e fortalecer os horizontes da ciência”, conclui.
Christina Praça, diretora de Pós-Graduação da Universidade de Fortaleza (Foto: Ares Soares)